Existem realidades que não podemos evitar, uma delas é a importância da autoestima.
Podemos escolher permanecer indiferentes, fugir e não nos preocupar com nossos níveis de autoestima, como se isto não fosse algo importante. Podemos escapar desse conhecimento vendo notícias, jogos de baseball, tomando drinks, comprando coisas etc.
Porém, o nosso nível de autoestima trabalha com ou sem o nosso conhecimento. Ela está a todo momento influenciando todas as áreas de nossa vida, mesmo que não estejamos conscientes disso.
Nathaniel Branden, autor do livro “The Six Pillars of Self-Esteem”, foi um grande estudioso da autoestima e, durante sua carreira trabalhando como psicoterapeuta, percebeu um denominador comum em todos os seus pacientes:
Por trás de suas reclamações particulares sempre havia um problema maior: um sentimento de culpa, vergonha ou inferioridade, falta de aceitação própria, falta de autoconfiança e amor próprio, de não ser bom o bastante.
Em outras palavras, por baixo de todos esses problemas havia algo em comum: um problema com a autoestima.
Deixando de lado os distúrbios em que suas raízes são biológicas, o autor entende que qualquer problema psicológico (desde ansiedade, depressão, ir mal na escola, no trabalho, medo de intimidade, medo da felicidade ou sucesso, o abuso de drogas, codependência, desordens sexuais, passividade, falta de rumo, suicídio e crimes de violência) é em parte, um problema de deficiência da autoestima.
O autor vê a autoestima como uma profunda necessidade humana, essencial para a adaptação saudável, para vivermos uma vida com qualidade e para a autorrealização do ser humano.
O nível da nossa autoestima exerce profundas consequências em todos os aspectos da nossa existência:
Ela determina o seu senso de merecimento (se você se acha merecedor de amor, sucesso), afeta a forma como você interage com os outros, como você lida com as pessoas, prediz o que você vai conseguir atingir na vida, a qualidade de sua saúde, o seu nível de felicidade e o quanto você consegue aproveitar o sucesso (pois para pessoas com baixa autoestima, sempre parece faltar algo).
Agora, vamos nos aprofundar e descobrir o que realmente ela significa e como ela nos influencia, em todas as áreas de nossas vidas.
O que é a Autoestima?
A autoestima não é apenas o valor próprio, que é a definição comum da maioria. A forma como o Nathaniel Branden define a autoestima é a seguinte:
“A autoestima é a disposição de experienciar a si mesmo como competente para lidar com os desafios básicos da vida e sentir-se merecedor de felicidade“
A autoestima possui dois componentes inter-relacionados:
- AUTOEFICÁCIA: É o senso básico de confiança para enfrentar os desafios da vida; Confiança na sua habilidade de aprender o que você precisa aprender e fazer o que você precisa fazer para atingir seus objetivos.
- AUTORRESPEITO: Sentir-se merecedor de felicidade. É a convicção sobre seu valor próprio. Significa você ter uma atitude positiva em seu direito de viver e ser feliz, ter conforto em afirmar seus pensamentos, vontades e necessidades e ter um sentimento de que a alegria e a realização pessoal são seus direitos de nascença.
Assim como a auto eficácia faz com que tenhamos a expectativa de sucesso como algo natural, o autorrespeito faz com que tenhamos expectativas de amizade, amor, felicidade como naturais, como resultado de quem somos e o que fazemos.
Esses 2 componentes são necessários para desenvolvermos uma autoestima saudável.
Se um indivíduo se sente inadequado em enfrentar os desafios da vida; se um individuo não confia em sua mente, nós reconheceríamos uma falta de autoestima, não importa que outras qualidades ele tenha.
Se um indivíduo tem falta de autorrespeito, se ele se sente sem valor e não merecedor de amor e respeito dos outros, com medo de expressar seus pensamentos, vontades e necessidades, também reconheceríamos uma deficiência de autoestima.
A autoeficácia e o autorrespeito são os 2 pilares de uma autoestima saudável. Na falta de um destes pilares, a autoestima fica prejudicada.
Não é incomum encontrarmos uma pessoa que é muito mais segura em sua competência (autoeficácia) do que seu direito de ser feliz (autorrespeito).
Tais indivíduos podem até atingir sucesso, mas não terão a capacidade de aproveitá-lo. O sentimento de valor próprio necessário para desfrutá-lo está faltando.
Por isso, é necessário o desenvolvimento desses 2 aspectos.
Além disso, se tivermos uma autoestima saudável, a felicidade passa a ser o nosso motor ao invés de vivermos nossa vida nos escondendo, para evitar o sofrimento e o medo. É a criatividade que nos dirige e não o medo e necessidade por segurança.
Resumindo: Ter alta autoestima é sentir-se apropriado para a vida, ou seja, competente e merecedor. Ter baixa autoestima é sentir-se inapropriado na vida, errado como pessoa e não merecedor.
Você é o Responsável por Aumentar sua Autoestima
A maioria das pessoas subestimam seu poder para mudar e crescer. Elas acreditam que o padrão de ontem precisa ser o padrão de amanhã.
As pessoas não tem consciência que se forem responsáveis por suas vidas podem crescer e aumentar seus níveis de autoestima.
Não podemos acreditar que fatalismo e o determinismo estão à frente do indivíduo, como se uma pessoa que nascesse com baixa autoestima estivesse condenada a permanecer assim o resto da vida, sem possibilidades de mudança, como se destino da pessoa fosse permanecer nesse estado para sempre.
Tais visões encorajam a passividade e tiram a responsabilidade do individuo em relação a sua vida.
A Autoestima é Geradora de Profecias Autorrealizaveis
Nossa autoestima, alta ou baixa, tende a ser geradora de profecias autorrealizaveis. E como isso funciona?
A nossa autoestima cria uma série de expectativas implícitas do que é possível e apropriado a nós. Essas expectativas tendem a gerar ações/comportamentos que as tornam realidades. A realidade gerada confirma e reforça as nossas crenças iniciais.
Exemplo: Você tem baixa autoestima e tem a seguinte crença: “Eu nunca vou ser bem sucedido”. Isso vai afetar as suas ações negativamente e o resultado de suas ações vai reforçar essa crença inicial de que você “nunca vai ser bem sucedido”.
Basicamente, o seu nível de autoestima prediz o tanto de sucesso que você vai ter nas diferentes áreas de sua vida. Uma baixa autoestima atua como uma grande barreira para o sucesso.
Não é raro as pessoas se sabotarem quando atingem certo sucesso. Isso ocorre pois o nível de sucesso que atingiram não condiz com a crença que elas tem de si mesmas, sobre o que lhes é apropriado e o que elas merecem.
Quando uma pessoa tem uma ideia de quem ela é e ultrapassa os limites dessa identidade, isso se torna ameaçador para ela e a pessoa encontrará meios de se auto sabotar, como forma de proteger sua identidade.
É por isso que muitos ganhadores de loteria perdem todo seu dinheiro num piscar de olhos. Aquele nível de sucesso financeiro não condiz com sua identidade, com suas crenças do que elas merecem e do quanto é possível para elas.
Relacionamentos e a Autoestima
Nos seus relacionamentos, não existe barreira maior para a felicidade romântica do que o medo de não ser merecedor de amor e que o seu destino é ser machucado e sofrer!
Se você não se sente merecedor de amor, é muito difícil de acreditar que outra pessoa poderá te amar.
Esses medos dão origem às profecias autorrealizáveis.
Todos nós ouvimos esta observação “se você não se amar, você não conseguira amar os outros”.
Uma pessoa que não se sente merecedora de amor, mesmo que consiga arranjar um companheiro que o ame, não conseguirá perceber esse amor, pois ela própria não se ama. Ela se sente da seguinte forma:
“Se eu não me aceito como eu posso aceitar seu amor por mim? Isso confunde com meu autoconceito, já que eu sei que eu não mereço amor; o seu sentimento por mim não pode ser real e duradouro”
Com isso, ela procurará diversas formas de sabotar esse relacionamento. Até que ela consiga realmente desenvolver o amor próprio, seus relacionamentos tenderão ao fracasso.
A Fonte da Autoestima é Interna, Não Externa
A autoestima é uma experiência intima, ela reside no núcleo de seu ser. Ela é o que você pensa e sente sobre você mesmo, não o que outra pessoa pensa e sente sobre você.
A aclamação dos outros não cria a nossa autoestima. Nem a erudição, possessões materiais, casamentos, filantropia e aventuras sexuais.
Essas coisas podem nos fazer sentir melhor sobre nós mesmos temporariamente ou mais confortáveis em algumas situações, mas conforto não é autoestima.
A tragédia da vida de muitas pessoas é que elas procuram a autoestima em todas as direções exceto dentro delas.
Se a autoestima é o julgamento de que eu sou apropriado a vida, a experiência de competência e valor e uma mente que confia nela mesma, ninguém pode gerar e sustentar isso exceto eu mesmo.
A fonte de autoestima é e só pode ser interna, no que fazemos e não no que os outros fazem.
Quando nós a procuramos no externo, na ação e resposta dos outros, isso é um convite a tragédia em nossas vidas.
As 6 Práticas Internas Geradoras de Autoestima
Como adultos, nós não podemos reviver nossa infância novamente. Portanto, o mais importante é a seguinte questão: O que eu posso fazer hoje para aumentar o nível da minha autoestima?
Se entendemos a natureza da autoestima e de que praticas ela depende, podemos ter um bom sucesso nisso, independente da forma como fomos criados e de certos acontecimentos desagradáveis que fizeram parte da nossa história pessoal.
Esse conhecimento é importante, pois se desejamos trabalhar na nossa autoestima, nós precisamos saber quais praticas especificas possuem o poder de aumenta-la.
As 6 práticas que são apresentadas nesse livro, como sendo as geradoras internas da autoestima, são todas operações da consciência. Todas envolvem escolhas. São escolhas que nos confrontam a todo momento da existência.
Uma vez que entendemos essas praticas, nós temos o poder de escolhê-las e trabalhar para integra-las em nossa vida.
O poder de escolhê-las é o poder de aumentar ou diminuir nossa autoestima, não importa o lugar de onde estamos começando.
Essas práticas são ideais para nos guiar, não são para ser vividos com 100% de precisão, pequenas mudanças já fazem uma grande diferença!
Se você conseguir aumentar, mesmo que um pouco, o seu nível médio de performance em cada uma dessas práticas, você notará o crescimento em sua autoeficácia e autorrespeito. Não é necessário ser perfeito. Comece com pequenos passos!
A “prática” implica uma disciplina de agir de certo modo consistentemente. É um jeito de operar dia a dia, é um modo de se comportar, um jeito de ser.
Uma coisa importante a se falar é o seguinte: Você não pode trabalhar na autoestima diretamente, pois ela é uma consequência dessas 6 práticas internas:
- A prática de viver conscientemente
- A prática da autoaceitação
- A prática da autorresponsabilidade
- A prática da autoassertividade
- A prática de viver com próposito
- A pratica da integridade pessoal
Na extensão em que essas práticas forem integradas na sua vida, elas aumentarão sua autoestima. Na extensão em que não forem, a autoestima é subvertida e enfraquecida.
Vamos falar em detalhe sobre cada uma delas, para você começar a integrá-las no seu dia a dia e começar sua jornada de aumentar sua autoestima!
A Prática de Viver Conscientemente
Nós somos seres em que nossa consciência é volitiva.
Na nossa vida, a todo momento, somos confrontados com milhares e milhares de escolhas e nessas escolhas temos 2 opções: Ligar ou desligar a luz de nossa consciência.
Conscientemente, nós raramente nos lembramos destas escolhas mas, dentro da nossa psique, elas se somam e, esta somatória, é o que chamamos de autoestima, que é a reputação interna que adquirimos em relação a nós mesmos (construída com base nessas escolhas que realizamos).
Toda vez que você escolhe ser consciente, de viver orientado a realidade, alinhado com seus valores e propósito, ocorra uma pequena “adição” no seu níveis de autoestima.
Toda vez que fizer uma escolha inconsciente, que evita a realidade, desalinhado com seus valores e propósito, ocorre uma pequena “subtração” do seu nível de autoestima.
Sempre temos a escolha entre ser consciente ou inconsciente, entre buscar a verdade ou não, entre focar ou ficar distraído, entre viver na realidade ou no mundo das fantasias.
Em outras palavras, nós temos a opção de exercer nossos poderes (viver conscientemente) ou de prejudicar nossa sobrevivência e bem estar (viver inconscientemente).
Por isso a importância de olharmos para os fatos de nossas vidas, encararmos a realidade e tomar ações baseada nesses fatos.
Basicamente, a prática de viver conscientemente é sobre você ter uma mente mais ativa do que passiva, que busca a consciência ao invés de evitá-la (permanecer inconsciente), que é orientada a realidade ao invés de evitá-la.
Uma das principais formas que perdemos autoestima é quando traímos nossa própria mente. A forma mais simples de traição é a evasão de fatos de fatos desconfortáveis.
Exemplo: “Eu sei que não estou me dedicando no trabalho mas não vou me importar com isso”; “Eu sei que tem uma situação que eu tenho que lidar mas vou deixar isso para outra hora”; “Eu sei que minha saúde está ruim mas no futuro eu resolvo isso”
A consciência que não é traduzida em ação é traição da consciência, é a mente invalidando ela mesma.
Exemplo: Eu sei que estou sendo injusto e machucando meu filho e que preciso corrigir isto. Mas eu não quero admitir que eu fiz um erro e procrastino dizendo que estou “pensando” sobre a situação. Isso é o oposto de viver conscientemente
Percebe? Nós podemos escolher entre enfrentar e viver na realidade ou não. A pessoa pode escolher viver num mundo de fantasias a vida inteira se ela quiser.
Porém, nós não podemos nos sentir competentes ou merecedores ao vivermos nossas vidas assim.
Precisamos nos reconectar com a realidade, viver conscientemente.
Se refletirmos neste assunto nós veremos que tendemos a ser mais conscientes em algumas áreas da vida do que em outras.
Todos nós conhecemos pessoas que são brilhantemente conscientes na sua área de trabalho, mas são inconscientes nos seus relacionamentos pessoais.
A forma de saber que áreas da vida necessitam de mais consciência são obvias. Basta olhar para as áreas de sua vida que estão sendo menos satisfatórias. Note onde as maiores dores e frustações estão. E comece a agir nessas áreas, de acordo com o que você vê e sabe!
Lembre-se: Consciência que não é traduzida em ação é traição da consciência, é a mente invalidando ela mesma.
A Prática da Autoaceitação
A autoaceitação é a recusa em estar em um relacionamento de adversidade comigo mesmo. Esse conceito tem 3 níveis de significado:
- Ser amigo de si mesmo (e não ser um inimigo, um adversário de si mesmo). Algumas pessoas se auto rejeitam em um nível tão profundo que nenhum trabalho de crescimento pode começar até que esse problema seja abordado. Isso implica a declaração: “ Eu escolho me valorizar, me tratar com respeito e defender meu direito de existir”. Somente com um senso básico de autoaceitação é possível que a autoestima se desenvolva.
- Disposição de ser real a nós mesmos. É a recusa em considerar qualquer parte de nós, seja nosso corpo, emoções, pensamentos, ações e sonhos como se fossem aliens , “algo que não fosse eu”. É a recusa de rejeitar a si mesmo e considerar qualquer parte sua como inadequada, como se aquilo não fosse você. A auto aceitação é a disposição de dizer a qualquer emoção e comportamento “essa é uma expressão do meu ser, não necessariamente uma expressão que eu gosto ou admiro, mas uma expressão que é minha, pelo menos no momento em que ocorreu”. Se eu estou tendo pensamentos ruins, eu aceito a total realidade de minha experiência. Se eu estou sentindo dor, raiva, ou medo eu não racionalizo, nego ou tento evitar. Eu estou sentindo o que estou sentindo e aceito a realidade de minha experiência. É você estar disposto a permanecer firme na presença do que é verdadeiro – afinal, o que é, é. Isso é a virtude do realismo, o respeito pela realidade. Uma coisa importante é: Aceitar não significa gostar. Você pode não gostar, mas reconheça que aquilo que você não gosta é uma expressão de quem você é.
- Ter compaixão por si mesmo. Se você fizer algo ruim, ao invés de se julgar e se criticar negativamente, você procura entender os motivos que te levaram a ter aquela ação. Sempre existe um contexto na qual até mesmo ações ofensivas possuem seu próprio sentido. Isso não significa que são justificáveis, mas apenas que podem ser entendidas. Eu posso condenar uma ação que fiz e ainda ter compaixão nos motivos que a motivaram. Eu ainda posso ser um amigo a mim mesmo. Eu posso dizer a mim mesmo “o que você fez foi ruim, mas, me diga o que fez você achar isso uma boa ideia ou ao menos algo defensível.
Uma parte muito importante da autoaceitação é em relação as emoções. O autor diz que se uma emoção negativa aparecer, não resista! Aceite e reconheça que ela está presente e, com o tempo, ela começara a “derreter”.
O ato de experienciar e aceitar nossas emoções se dá através das seguintes etapas:
- Focar no sentimento ou emoção. Observe as sensações que estão ocorrendo no seu corpo, como e onde você sente a emoção no seu corpo.
- Respirar gentilmente e profundamente permitindo os músculos relaxarem e os sentimentos serem sentidos.
- Assumir a realidade de que este é o meu sentimento
Quando nos permitimos experienciar nossas emoções e aceita-las, isto permite nos mover a níveis maiores de consciencia
Frequentemente negamos nossos sentimentos, tencionando nossos corpos, contraindo nossa respiração, se julgando negativamente, por meio de distrações, tentando nos desassociar da experiência. Isto, porém, é estar em um relacionamento adverso consigo mesmo, o que acarreta diminuição da autoestima.
A aceitação do que é, é a pré-condição para a mudança. A negação do que é, faz com que você permaneça estagnado. O que você resiste, persiste!
A Prática da Autorresponsabilidade
A autorresponsabilidade se manifesta como uma orientação ativa ao invés de passiva para o trabalho e para vida.
Se existe um problema, pessoas que são autorresponsáveis perguntam: “O que eu posso fazer sobre isso?”; “Que curso de ações é possível para eu realizar?”
Viver ativamente implica pensar de maneira independente, por si mesmo, e não simplesmente aceitar a conformidade passiva à crença de outras pessoas.
Para você se sentir competente para viver e merecedor de felicidade, é necessário experienciar um senso de controle sobre sua existência. Isso significa ter 100% de responsabilidade por sua vida e bem-estar, ao invés de culpar os outros pela situação de sua vida.
Ao tomar responsabilidade por nossa própria existência, implicitamente temos que reconhecer que as outras pessoas não são nossas servas e que elas não existem para satisfazerem nossas necessidades.
Ninguém te deve o preenchimento de seus desejos. Reconheça que outros seres humanos não são seus servos e não existem para a satisfação de suas necessidades. Ninguém virá te salvar! Se você não fizer nada, nada vai melhorar! Você está sozinho.
O autor diz que um dos momentos chaves na psicoterapia, quando esta trabalhando com seus clientes, é quando eles entendem o seguinte: Que ninguém virá até eles. Ninguém virá para salvá-los, ninguém virá para arrumar suas vidas e resolver seus problemas. Que se eles não fizerem algo, nada ficará melhor!
Esse sonho de salvador que virá nos resgatar pode até nos oferecer algum conforto, mas nos deixa passivos e sem poder.
É você reconhecer que você é o responsável por sua felicidade pessoal. Uma das características de uma pessoa imatura é a crença de outras pessoas são responsáveis por fazê-la feliz. “Se alguém me amasse então eu me amaria” “Se alguém tomasse conta de mim eu estaria contente”.
Você é responsável por aumentar sua autoestima: a autoestima não é um presente que você vai receber de outra pessoa, ela é gerada internamente.
Você é responsável por atingir seus desejos: a responsabilidade por realizar seus desejos é somente sua. Se você tem desejos, é você quem tem que descobrir como satisfazê-los. Você precisa assumir a responsabilidade e desenvolver e implementar um plano de ação.
Se você não estiver disposto a tomar responsabilidade pela realização dos seus desejos, eles não são realmente desejos, são apenas sonhos.
A Prática da Autoassertividade
Tem um exercício que o próprio Nathaniel Branden fez com seus alunos que ilustra bem sobre como temos “medo” de sermos autoassertivos:
Ele pede para um de seus alunos ir na frente da sala de aula, na frente dos outros alunos) e diz para esse aluno dizer a seguinte frase, em voz alta e com confiança: “Eu tenho o direito de existir!”
A função dos alunos que ficaram observando é avaliar se o aluno disse a frase com convicção e segurança ou se ele teve alguma dificuldade e não teve convicção e confiança na hora de pronunciá-la.
O incrível desse exercício é que a maioria dos alunos tiveram grande dificuldades na hora de dizer essa frase para os outros.
Um estudante até protestou, “Mas isso não é um teste justo; eles são tímidos, não estão acostumados a falar na frente de pessoas por isso parecem tensos”.
Então, o Nathaniel Branden pede para esse estudante ir na frente da sala e dizer “2 + 2 = 4”. O estudante, então, foi na frente da sala e disse tal frase com facilidade e convicção.
Em seguida, o Nathaniel diz para o mesmo estudante dizer a frase: “Eu tenho o direito de existir” e o mesmo ficou tenso, incerto, inconvincente na hora de pronunciá-la.
Ficar na frente da sala e dizer: “2 + 2 = 4”, não era difícil. Afirmar o direito de existir, no entanto, era difícil.
A autoassertividade significa honrar suas vontades, necessidades, valores e buscar as formas apropriadas para expressar esses valores na realidade. É a disposição de se impor, de ser quem você é abertamente, de tratar você com respeito em todos os encontros.
É o oposto de se render a timidez e passividade, onde tudo que sou se encontra escondido ou morto, de evitar o confronto com outra pessoa com diferentes valores que os meus.
A autoassertividade não significa lutar, brigar ou ser inapropriadamente agressivo, não significa derrubar outras pessoas. Não significa preservar meus direitos enquanto sou cego e indiferente aos outros.
Significa simplesmente a disposição de nos defender, de ser quem você é abertamente, de tratar-se com respeito em todas as interações que tiver. Significa a recusa de fingir ser algo que não sou, só para ser aceito.
A auto assertividade implica nos fazer presente no mundo.
Para praticar a autoassertividade consistentemente, eu preciso da convicção de que minhas ideias e vontades são importantes.
Muitas vezes essa convicção está em falta nas pessoas. Quando éramos crianças, muito de nós recebemos sinais que transmitiram a ideia de que o nossas vontades e necessidades não eram importantes.
Fomos ensinados que “Temos que colocar os outros na nossa frente, temos que agradar os outros e não a nós mesmos, e que se eu agradar a mim e mesmo e me colocar em primeiro lugar, eu sou um egoísta e isso é errado!”
A autoassertividade é você se colocar em primeiro lugar! A pratica da auto assertividade é viver autenticamente, de falar e agir a partir de minhas convicções e sentimentos mais íntimos, como se fosse um modo de vida, como uma regra.
A auto expressão apropriada varia dependendo do contexto em que você estiver, mas sempre temos uma escolha: entre ser autentico ou não autentico, real ou não real. A escolha está sempre lá.
Algumas pessoas se movem como se não tivessem direito ao espaço que ocupam. Alguns falam como se suas intenções fossem a de não serem ouvidas. Alguns sinalizam no nível mais cruel que não possuem o direito de existir.
Eles possuem falta de autoassertividade na forma mais cruel. Sua falta de autoestima é óbvia.
Quando não nos expressamos, não afirmamos nosso ser, não defendemos nossos valores em contextos onde isso é apropriado de se fazer, nós infringimos feridas no nosso senso de Self. O mundo não faz isso a nós, nós fazemos isso a nós mesmos.
A tentação para a autotraição pode ser maior com aqueles que mais nos importamos (famílias, amigos etc).
O autor diz uma coisa muito importante nesse ponto: Não importa o tanto de admiração que temos por outro humano, mesmo assim não devemos sacrificar o nosso próprio julgamento, comprometer quem nós somos só para agradá-los.
Ser assertivo não é uma coisa confortável de se fazer. Mas uma das maneiras que construímos autoestima é sendo assertivo quando não é fácil fazer isso. A autoassertividade requer coragem
A Prática de Viver com Propósito
Viver sem propósito é viver ao acaso de uma chance, a chance de um evento, a chance de uma ligação, de um encontro, pois não temos padrões para o que vale e o que não vale a pena ser feito.
Com isso, forças externas nos desequilibram facilmente. Nossa orientação de vida é passiva ao invés de ser proativa.
Viver com propósito é usar nossos poderes para atingir os objetivos que selecionamos: o objetivo de estudar, começar um novo negócio, lançar um produto novo, sustentar um relacionamento romântico.
São os nossos objetivos que nos movem para frente, isso que exercita nossas faculdades e energiza nossa existência.
Viver com propósito significa tomar responsabilidade para gerar as ações que atingirão meus objetivos. Viver com propósito se relaciona muito com autorresponsabilidade.
Viver com propósito é estar preocupado com essas perguntas:
- O que estou tentando atingir?
- Como estou tentando atingir?
- Por que eu acho que esses meios são apropriados?
- O feedback do ambiente transmite que estou sucedendo ou falhando?
- Existe informação nova que eu preciso considerar?
- Eu preciso fazer ajustes ao meu curso, nas práticas?
- Meus objetivos e propósitos precisam ser repensados?
A Prática da Integridade Pessoal
Significa ser real consigo mesmo, estar alinhado com os seus valores e seguí-los.
Integridade é a congruência entre minhas ideias e a minha pratica. Quando o nosso comportamento é congruente com nossos valores, quando ideais estão alinhados com a prática, nós temos integridade.
O desenvolvimento da integridade só é possível se soubermos quais são nossos valores. A integridade chega como assunto somente para aqueles que possuem valores e padrões.
Nós precisamos de princípios de comportamento, convicções morais do que é apropriado e do que não é apropriado, julgamentos sobre ação correta e ação errada e nossas ações devem estar alinhadas com tais conhecimentos.
A prática de viver com integridade pessoal implica questões como:
- Eu sou honesto, confiável?
- Eu mantenho minhas promessas?
- Eu faço as coisas que digo que admiro e evito as coisas que digo que não gosto?
- Eu sou justo com ao lidar com os outros?
Agir com integridade não garante que façamos sempre a melhor escolha, só pede que façamos um esforço para achar a melhor solução autêntica, tomando responsabilidade pela escolha e suas consequências.
Integridade significa congruência. Palavras e comportamentos que estão alinhados.
Existe pessoas em quem confiamos e outras que não. Se nos perguntarmos a razão, nós veremos que a congruência é a base. Nós confiamos em congruência e desconfiamos de incongruência.
Para entender o porquê que a falta da integridade corrói nossa autoestima, considere o que uma quebra da integridade implica:
Se eu agir contra o que eu considero ser certo, se minhas ações contradizem meus valores, então eu ajo contra o meu próprio julgamento, eu traio a minha mente.
Hipocrisia é uma mente que rejeita ela mesma. Uma falta de integridade acaba prejudicando nosso senso de Self de uma forma mais violenta que rejeição ou repreensão.
Uma das grandes decepções que podemos nós dizer é “Só eu irei saber disso”; “Somente eu saberei que sou um mentiroso”, “Só eu saberei que sou inautêntico com as pessoas que confiam em mim”, “Só eu vou saber que não tenho intenção em honrar minha promessa”.
São essas mentiras que contamos a nós mesmos, esse hipocrisia com nós mesmos que são muito prejudiciais a nosso ser. Passamos a não confiar mais em nós mesmos, a duvidar de nós mesmos.
Uma grande tragédia na vida das pessoas é que elas não enxergam essas consequências da hipocrisia e desonestidade. Eles imaginam que sofrerão apenas um tipo de desconforto, mas é o espírito que acaba sendo contaminado.
Uma parte muito importante é observarmos se os padrões pelos quais estamos vivendo estão nos levando a autodestruição e se eles realmente são os melhores e mais autênticos para nós.
É necessário refletir os valores que nos foram ensinados, as suposições compartilhadas da família e sociedade, os papéis que nos foram designados e questionar se eles se encaixam na nossa própria percepção e entendimento ou se nos fazem mal.
O desafio nos tempos atuais é o de manter padrões pessoais elevados enquanto estamos vivendo em um mundo de esgoto moral.
Esse esgoto moral pode ser encontrado em nossas figuras públicas, entretenimento que celebra crueldade, violência, depravação. Isso faz com que a prática da integridade seja um ato heroico, uma luz em meio a escuridão.
E ai? Pronto para começar a implementar essas práticas na sua vida? Lembre-se, é sua responsabilidade aumentar sua autoestima, ninguém pode fazer isso por você!
E agora que você conhece as 6 práticas que geram a autoestima, comece a agir com base nesse novo conhecimento!
Viva conscientemente, aceitando a si mesmo, com responsabilidade por sua vida, sem medo de ser quem você é, alinhado com seus propósitos e com integridade! Veja sua vida mudar!
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