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O Pecado Original | O Que a Igreja Ensina (Felipe Aquino)

Tempo de leitura: 18 min

Escrito por Davi Klein
em setembro 30, 2024

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Nesse post você aprederá sobre a realidade do pecado original, sobre suas consequências na natureza humana e sobre como sua compreensão é importante para nossa salvação em Cristo Jesus. Como o próprio Papa Bento XVI disse: “Com efeito, se não se compreende mais que o homem vive em um estdo de alineação não apenas econômica e social, uma alienação, que não se soluciona apenas com seus esforços, não se compreende mais a necessidade do Cristo redentos. Toda a estrutura da fé é, dessa forma, ameaçada”.

A maior parte do conteúdo desse post foi retirado do livro “O Pecado Original -O que a igreja ensina” do professor Felipe Aquino. Portanto, se você gostar, não deixe de adquirir esse livro!

A realidade do pecado original

A realidade do pecado original pode ser observada naquelas agradáveis tardes de verão em que as crianças, entediadas, começam a torturar o gato.” GK Chesterton

“Não há minoria sábia, pois a loucura do pecado original fez estragos em todos os homens. Reuna você aos homens mais fortes, mais felizes, mais bonitos, mais nobres, mais bem alimentados e mais bem intruidos de toda a terra e dê a eles poderes especiais durante meia hora, então começarão a se comportar mal, porque são homens” GK Chesterton

A miséria humana e sua tendência para o mal e para a morte são incompreensíveis sem considerar o Pecado Original. Pois o homem, olhando para seu coração, descobre-se inclinado ao mal e mergulhado em múltiplos males que não podem provir de seu Criador, que é bom.

Os evolucionistas dizem que a realidade evolui do menos perfeito para o mais perfeito, já a Revelação bíblica nos diz que no começa da história o homem caiu de um estado superior a outro inferior. Muitos teóricos modernos acreditam que a história tem uma evolução sempre progressiva e aderem ao pensamento de Rousseau de que: “O ser humano nasce bom, a sociedade o corrompe”.

Essa frase de Rousseau é uma das maiores mentiras que já foram contadas – o pensamento do “bom selvagem”, que dizia que os seres humanos possuíam uma bondade inata, que a humanidade é naturalmente boa, ingênua e que seria corrompida por um processo civilizatório.

O movimento do novo pensamento e do potencial humano (que exerce grande influencia no pensamento new age, da espiritualidade alternativa moderna) diz que nunca houve o pecado original, que o ser humano é divino e perfeito como ele é. Então, já que o pecado não existe, não há necessidade de salvação e já que não há necessidade de salvação não há a necessidade de Jesus Cristo. Para eles, a salvação consiste em você “despertar” para a sua perfeita essência divina.

Caso você queira saber mais sobre as falácias do movimento new age, recomendo que leia o meu outro post a seguir:

O problema é que quando você ignorana que o homem tem uma natureza lesada, inclinada ao mal, isso dá lugar a graves erros no campo da educação, da política, da ação social e dos costumes.

Com efeito, se não se compreende mais que o homem vive em um estado de alienação não apenas econômica e social, uma alienação que não se soluciona apenas com seus próprios esforços, não se compreende mais a necessidade do Cristo redentor. Toda a estrutura da fé é, dessa forma, ameaçada.

Sem a realidade do pecado original, o mistério da Redenção de Cristo é esvaziado, anulado. Negar o pecado original é negar o mistério de Cristo!

A realidade do pecado original guia a vida do cristão. Ele tem consciencia de que é um belo filho de Deus, mas ciente de sua fraqueza. Assim, ele se previne contra um otimismo imaturo e perigoso e também contra um pessimismo que leva ao desanimo ou desespero. Isto o coloca diante do mundo e da vida com uma visão real e uma conduta equilibrada. A lembrança do pecado original nos faz humildes e vigilantes do mal e de todo o pecado; nos leva a reconhecermos nós mesmos como pecadores e necessitados da graça e misericórida de Deus.” – Professor Felipe Aquino

O Cardeal Ratzinger, o Papa Bento 16 diz: “O Cristão não faria bastante pelos irmãos se não anunciasse o Cristo que traz a redenção do pecado; se não anunciasse a realidade da alienação (a “queda”) e, ao mesmo tempo, a realidade da Graça que nos redime, nos liberta; se não anunciasse que, para reconstruir a nossa essência original, é necessária uma ajuda de fora de nós mesmos; se não anunciasse que a insistência na autorrealização, na autorredenção, não leva a salvação, mas a destruição.”

O Papa João Paulo II falou sobre a universalidade do pecado na história do homem: “Neste sentido devemos observar que, no transcurso da história, o pecado se manifesta não só como uma ação que se dirige claramente contra Deus; as vezes é inclusive um atuar “seu Deus”, como se Deus não existisse, é pretender ignora-lo, prescindir Dele, para exaltar em seu lugar o poder do homem, que se considera assim ilimitado.

No caso do Éden apareceu com toda a sua gravidade e dramaticidade aquilo que constitui a essência mais íntima e mais obscurda do pecado: a desobediencia a Deus, a sua lei, a normal moral que ele deu ao homem. Exclusão de Deus, ruptura om Deus, desobediência a Deus: é isto o que tem sido, ao longo de toda a história humana, e continua a ser, sob diversas formas, o pecado, que pode chegar até a negação de Deus e da sua existência – é o fenômeno do ateísmo.” – Papa João Paulo II

Em certo sentido, o pecado “atual” pertencente a vida de todo homem só se torna plenamente compreensível em referência a esse princípio, a esse pecado do primeiro homem. E não epenas porque o Concílio de Trento chama “inclinação ao pecado”, consequência do pecado original, é no homem a base e a fonte dos pecados pessoais.

Justiça Original

A luz da Bíblia, o estado do homem antes do pecado se apresenta como uma condição de perfeição original, expressada, em certo modo, na linguagem do “paraíso” que nos oferece o Gênesis. Se perguntarmos qual era a fonte de tal perfeição, a resposta é que esta se achava, sobretudo, na amizade com Deus mediante a graça santificante e naqueles dons, chamados na linguagem teológica “pretenaturais” e que o homem perdeu pelo pecado. – João Paulo 2

Nossos primeiros pais, Adão e Eva, foram constituidos em um estado de santidade e de justiça original, que significava uma participação da vida divina, uma comunhão perfeita com Deus, uma amizade profunda com o Criador na intimidade da vida trinitária. Enquanto permanecesse na intimidade divina, o homem não devia morrer nem sofrer.

A dignidade humana requer que o homem atue segundo sua consciência e sua escolha livre. O primeiro homem foi criado bom e também constituido em uma amizade com Deus. Adão recebeu do Criador a sua natureza humana ornada de dons pretenaturais e sobrenaturais, que segundo o plano de Deus, ele devia transmitir aos descendentes, caso se mostrasse obediente a palavra do senhor.

Deus dotou o homem inicialmente com dons sobrenaturais, a graça santificante, as virtudes infusas, os dons do Espírito Santo (sabedoria, ciência, inteligência, conselho, fortaleza, piedade e temos de Deus).

“O “dominio” do mundo que Deus havia outorgado ao homem desde o início realizava-se antes de tudo no próprio homem como domínio de si mesmo. O homem estava intacto e ordenado em todo o seu ser, orque livre da tríplice concupiscência que o submete aos prazeres dos sentidos, a cobiça dos bens terrestres e a autoconfirmação contra os imperativos da razão” – Catecismo da Igreja Católica

O homem foi criado por Deus para a imortalidade, a morte, que apareceu como um trágico salto no escuro, vem a ser consequência do pecado.

Infelizmente, tentado pelo diabo, o homem deixou morrer em seu coração a confiança em seu Criador e, abusando de sua liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Quis ser como Deus; por soberba, colocou-O em segundo lugar, e assim destruiu o plano inicial de Deus. Confirma o Catecismo:

“Em consequência do pecado original, a natureza humana está enfraquecida em suas forças, submetida a ignorância, sofrimento e a dominação da morte, e inclinada ao pecado (inclinação chamada de concupiscência”.

Os primeiros pais perderam os dons preternaturais e não puderam transmití-lo aos descendentes. Essa carência deixou o ser humano desregrado em seu íntimo, um desvio em relação ao modelo original traçado por Deus para a humanidade.

Não estamos sendo castigados pela culpa de nossos primeiros pais. Apenas deixamos de receber os dons, os presente, que Deus tinha dado gratuitamente aos nossos ancestrais.

“Cremos que em Adão todos pecaram, o que significa que a falta original, cometida por ele, fez com que a natureza humana, comum a todos os homens, caísse num estado tal em que padece as consequências dessa culpa. Este estado já não é aquele em que ela se encontrava antes de nossos primeiros pais, constituidos que forma em santidade e justiça, estado em que o homem não conhecia o mal nem a morte. A natureza humana, assim decaída, despojada do dom da graça que a revestia, ferida nas suas próprias forças naturais e subjugada ao domínio da morte é que é transmitida a todos os homens, e nesse sentido é que cada homem nasce em pecado.” Papa Paulo VI

“O pecado original não tem caráter de culpa pessoal em nenhum descendente de Adão. Consiste na privação da graça santificante na natureza humana, que, por culpa dos primeiros pais, foi desviada da sua finalidade sobrenatural. No estado de justiça original, antes do pecado, a graça santificante era como que um dote sobrenatural da natureza humana.”

Assim, toda a natureza humana ferida possui a concupiscência habitual, ou seja, aquela vontade habitual de continuar no pecado. A restauração nos vem, não por exercícios próprios de meditação, como nos apregoa a filosofia oriental, mas unicamente pela graça de Deus.

O pecado original é um pecado hereditário. Como tal indica a inata pecabilidade do homem: existe radicada nele uma maior inclinação para o mal que para o bem. Cada ser humano nasce ferido na sua dimensão sobrenatural: o homem perdeu a amizade e a condição de “filho adotivo de Deus”. Esta perda é chamada de pecado original.

Esta inclinação ao pecado foi chamada pelo Concílio de Trento também de concupiscência ao pecado, que é a fonte de inclinação dos pecados pessoais dos homens pelo mau uso de suas faculdades (os pecados atuais, para distinguí-los do original).

O próprio São Paulo sentiu na pele o peso do pecado original:

Sabemos que a lei é espiritual; eu, contudo, não o sou, pois fui vendido como escravo ao pecado. Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a lei é boa. Neste caso, não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim.” Romanos 7,14-21

Santo Agostinho dizia que a concupiscência continua conosco para termos a oportunidade de mostrar a Deus que o amamos de fato, combatendo bravamente contra o pecado por amor a ele. Além de tudo, é na luta contra o pecado que nos santificamos cada vez mais.

Além disso, as desordens que observamos no mundo não são simplesmente naturais, resultam de uma queda do homem, que pecando, inflingiu a si e aos seres inferiores uma desordem.

A queda

São Paulo diz: “Todos nos encontramos sob o pecado” (Romanos 3,9); “Que toda boca se feche e que todo o mundo se confesse réu diante de Deus” (Romanos 3,19)

Sem o pecado original, não se pode compreender a esperança de um Redentor anunciada há séculos pelos profetas, e nem a chegada do Messias em Jesus Cristo.

O catecismo diz que “Depois da queda, o homem não foi abandonado por Deus. Ao contrário, Deus o chama e lhe anuncia de modo misterioso a vitória sobre o mal e o soerguimento da queda. Esta passagem do Gênesis foi chamada de “protoevangelho” por ser o primeiro anúncio do Messias redentor, a do combate entre a serpente e a Mulher e a vitória final de um descendente desta última”

Então o Senhor Deus declarou à ser­pente: “Uma vez que você fez isso, maldita é você entre todos os rebanhos domésticos e entre todos os animais selvagens! Sobre o seu ventre você rastejará, e pó comerá todos os dias da sua vida. Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este ferirá a sua cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”. (Gênesis 3,14-15)

“O relato da queda (Gênesis 3) utiliza uma linguagem feita de imagens, mas afirma um acontecimento primordial, um fato que ocorreu no início da história do homem. A revelação dá-nos a certeza de fé de que toda a história humana está marcada pelo pecado original cometido livremente por nossos primeiros pais” – Catecismo

O Papa Paulo VI declarou: “Cremos que Nosso Senhor Jesus Cristo, Pelo Sacrifício da Cruz, nos resgatou do pecado original e de todos os pecados pessoais cometidos por cauda um de nós, de modo que é verdadeira a sentença do Apóstolo: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Romanos 5,20). Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, especialmente o pecado original.

“Foi nisto que consistiu o primeiro pecado do homem. Todo o pecado, daí em diante, será uma desobediência a Deus e uma falta de confiança em sua bondade. Neste pecado, o homem prefiriu a si mesmo a Deus, e com isso menosprezou a Deus; optou por si mesmo a Deus”

A salvação

Os santos Padres ensinam que nenhum homem poderia resgatar a humanidade, a não ser o próprio Deus, pois a ofensa a Deus, o pecado do homem, fere a Majestada infinita de Deus. Em outras palavras, a ofensa é proporcional a autoridade da pessoa ofendida. Por exemplo, uma ofensa feit a um colega de trabalho tem um peso negativo, sem dúvida; porém, a mesma ofensa feita a um governador de estado ou ao presidente da República tem um peso ainda maior, devido a autoridade que tal pessoa exerce. Assim, uma ofensa feita a Deus é uma ofensa de peso infinito e só pode ser reparada por alguém igual a Deus. E quem igual a Deus senão o próprio Deus? Por outro lado, a reparação deveria ser prestada por um homem, pois foi um homem quem ofendeu a Deus! Mas este homem teria que ter em suas ações um peso infinito capaz de reparar a ofensa feita a Deus… Ora o Senhor da Vida, sabendo de todas as coisas, se faz Homem para redimir o homem,. Sendo Cristo verdadeiro homem e verdadeiro Deus, pôde prestar ao Pai a reparação devida, embora Ele nada devesse. Somente Cristo Senhor, segunda pessoa da Santíssima Trindade, com suas naturezas humana e divina, poderia prestar a redenção com uma oferta infinita que nenhum homem podia oferecer, apenas Deus feito homem: Cristo Redentor dos homens.” Felipe Aquino

O Catecismo diz: “Nenhum homem, ainda que o mais santo, tinha condições de tomar sobre si os pecados de toda a humanidade e de se oferecer em sacrifício por todos”.

“A fé consiste propriamente na relação de dois homens. Pelo primeiro fomos feitos escravos do pecado, pelo segundo somos resgatados do pecado; por um, fomos precipitados na morte; pelo outro, somos libertados para a vida; aquele nos levou a perdição fazendo a sua vontade, e não a daquele que o criou; este nos salvou fazendo não a sua, mas a vontade daquele que o enviou. Portanto, na relação destes dois homens, consiste a fé Cristã” – Santo Agostinho (A graça de Cristo e o pecado original).

“Pois se a falta de um só causou a morte de todos os outros, com muito mais razão o dom de Deus e o benefício da graça obtido por um só homem, Jesus Cristo, foram concedidos copiosamente a todos.” (Romanos 5,15)

Se pela transgressão de um só a morte reinou por meio dele, muito mais aqueles que recebem de Deus a imensa provisão da graça e a dádiva da justiça reinarão em vida por meio de um único homem, Jesus Cristo.

Conseqüentemente, assim como uma só transgressão resultou na condenação de todos os homens, assim também um só ato de justiça resultou na justificação que traz vida a todos os homens. Logo, assim como por meio da desobediência de um só homem muitos foram feitos pecadores, assim também, por meio da obediência de um único homem muitos serão feitos justos.” (Romanos 5:18-19)

“Pai Santo, Deus Eterno e todo poderoso, em Vosso amor de Pai, criastes o homem e a mulher dando-lhes destino divino. E, quando pecaram, quebrando a aliança, vossa justiça os puniu, mas vossa misericórdia os resgatou, por Cristo, Vosso Filho e Senhor nosso. Pai Santo, Deus eterno e Todo poderoso. Por vosso amado Filho criastes o homem e a mulher. E, quando caíram, por própria culpa, vossa bondade os salvou pelo Cordeiro divino, que tira o pecado do mundo.” Oração Eucarística Missal Romano

“O Batismo, ao conferir a vida da graça de Cristo, apaga o pecado original e faz o homem voltar para Deus. Porém, as consequência de tal pecado sobre a natureza, enfraquecida e inclinada ao mal, permanecem no homem e o incitam ao combate espiritual”

Liberdade e Amor

Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos e inteligentes em sua própria opinião!” Isaias 5, 20-21

O homem foi criado livre; esta é a pedra de toque de sua semelhança com Deus. Sem liberdade o homem não seria humano. Apesar de toda a grandeza com que Deus criou o homem, ele poderia , pelo mau uso da liberdade e da vontade, rejeitar o Criador.

A liberdade do homem e seu amor a Deus foram colocados a prova, pois Deus quer ser amado livremente pelas criaturas que Ele criou e colocou em sua amizade. Sem liberdade o amor não é autêntico, não tem valor.

Deus fez o homem livre e quis que ele tomasse posse da sua bem-aventurança de maneira consciente e livre, de modo diferente das criaturas irracionais, que são guiadas apenas pelo instinto. E para isso colocou aos primeiros pais uma norma a seguir, e que representava a vontade e o plano de Deus a respeito do homem. O que interessava a Deus era que o homem se entregasse a ele de maneira livre e filial, confiando em seu sábio desígnio, obedecendo a suas leis.

A existência dos seres livres é para Deus um valor mais importante e fundamental que o fato de que aqueles seres abusem da própria liberdade contra o Criador e que, por isso, a liberdade possa levar ao mal moral. Sem a liberdade o homem não seria humano.

Mas de maneira livre e pessoal, voluntariamente, tentado pelo demõnio, o homem e a mulher não respeitaram o plano do Criador; quiseram garantir por si mesmos a felicidade sem Deus e contra os planos de Deus.

O Pecado original entrou na história do homem com o mau uso da liberdade. O Pecado é um abuso da liberdade de que Deus nos dá. A Fé cristã coloca o homem diante de sua própria responsabilidade, não foge dela; ensina que o homem pode fazer o mal como abuso de sua liberdade.

Por isso, do mau emprego do livre arbrítrio originou-se verdadeira série de desventuras, que de príncipio viciado, como se corrompido na raiz o gênero humano, arrastaria todos, em concatenação de misérias.

O fato de Deus ser onisciente não anula a nossa liberdade de decidir e de agir. Para impedir que Adão pecasse, o Criador teria de retirar dele o livre arbítrio que havia lhe dado como a sua mais importante característica humana, fazendo-o “imagem e semelhança” de Deus. Se Deus retirasse de Adão a liberdade de escolha ele o tornaria indigno, uma “marionete”, um robô teleguiado.

Deus quis respeitar até o fim a liberdade do homem, mas soube servir-se da própria ruina do homem para o beneficiar ainda mais “Ó feliz culpa que nos deu um tão grande Redentor”. Deus não teria permitido o pecado original se no mesmo instante divino e eterno não tivesse previsto a Redenção

“No mundo, no qual o homem foi criado como ser racional e livre, o pecado não só era uma possibilidade, se confirmou também como um fato real “desde o começo”. O pecado é oposição radical a Deus, é aquilo que Deus de modo decidido e absoluto não quer. Não obstante, o permitiu criando seres livres, criando o homem. Permitiu o pecado que é consequência do mau uso da liberdade criada. Desde fato, conhecido na Revelação e experimentado em suas consequências, podemos deduzir que, aos olhos da sabedoria transcendente de Deus, na perspectiva da finalidade de toda a criação, era mais importante que no mundo criado houvesse liberdade, ainda com o risco de seu mau emprego, que privar dela o mundo para excluir na raiz a possibilidade do pecado. Deus providente, sim, por um lado permitiu o pecado, por outro, em troca, com amorosa solicitude do Pai previu desde sempre o caminho da reparação, da redenção, da justificação e da salvação mediante o Amor. Realmente, a liberdade se ordena ao amor: sem liberdade não há amor.

Diabo

Com efeito, o diabo e outros demônios foram por Deus criados bons em (sua) natureza, mas se tornaram maus por sua própria iniciativa. A Escritura fala de um pecado desses anjos. Esta “queda” consiste na opção livre desses espiritos criados, que rejeitaram radicalmente e irrevogavelmente a Deus e seu Reino.

Para que anjos e os homens pudessem ser “imagem e semelhança de Deus”, necessariamente tinham que ser criador livres, podendo até rejeitar o próprio Deus.

Santo Agostinho, em seu livro “O livre Arbítrio” explica: “Os anjos e os homens, criaturas inteligentes e livres, devem caminhar para seu destino último por opção livre e amor preferencial. Podem, no entanto, desviar-se. E, de fato, pecaram. Foi assim que o mal moral entrou no mundo, incomensuravelmente mais grave do que o mal físico. Deus não é de modo algum, nem direta nem indiretamente, a causa do mal moral. Todavia, permite-o, respeitando a liberdade de sua criatura e, misteriosamente, sabe auferir dele o bem: “Pois o Deus Todo poderoso (…) por ser soberanamente bom, nunca deixaria qualquer mal existir em suas obras se não fosse bastante poderoso e bom para fazer resultar o bem do próprio mal”

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