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Os Perigos Que Não Te Contaram da Prática de Mindfulness

Tempo de leitura: 5 min

Escrito por Davi Klein
em abril 30, 2024

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A meditação Mindfulness é muito aclamada em nossos tempos e há estudos científicos que demonstram seus impactos positivos tanto na saúde física e mental, que alegam que a plena consciencia do momento presente pode reduzir a ansiedade e o estresse, tratar depressão, ajudar no sono, etc.

Porém, e se além dos seus efeitos no corpo humano, existisse um conjunto de crenças em torno da Minfulness que não sejam necessariamente boas para nós? Essa foi um exploração que o filosofo britânico Odysseus Stone fez. Ele se preocupa com os compromissos filosóficos sobre o qual o Mindfulness é construido.

Ele diz que o Mindfulness moderno é frequentemente definido como estar focado no presente sem emitir julgamentos. Ele diz que os conceitos básicos giram em torno de três ideias:

  • Estar consciente, sem julgamento, sobre o que é bom e o que é mau. Ter uma consciência/atenção nua a experiência.
  • Focar no presente, foco exclusivo no momento presente
  • Descentralização – na literatura psicológica é a ideia de que podemos reconhecer que nossos pensamentos, nossas reações emocionais e até mesmo nossas percepções do mundo não são reais, mas apenas construções mentais, projeções da mente.

Tá, beleza, até agora aparentemente nada demais… mas que que tipo de malefício essa prática poderia me causar?

Bem, há o risco das pessoas passarem a ignorar seus pensamentos e emoções (veja novamente o conceito de descentralização que expliquei anteriormente). Muitas vezes, o Mindfulness é explicado assim: “Você vê seus pensamentos e emoções como ônibus nos quais você pode embarcar se quiser. Mas são apenas ônibus que você pode deixá-los passar e pronto”.

Os exercícios de Mindfulness envolvem esse tipo de ideia: Olhar para os pensamentos e emoções que surgem e, em vez de investi-los de valor ou significado ou pensar neles como reflexos reais da realidade, você simplesmente os deixar passar sem se identificar com eles.

A ideia dominante do Mindfulness é que você é um individuo que possui uma mente que pode observar através da meditação e que pode se desligar de seus pensamentos e emoções, além de permanecer totalmente focado no presente.

Há vários problemas com isso, porque nem sempre há uma distinção clara entre os pensamentos que deveriam ser importantes para você (que se referem a questões reais e importantes de se atentar em sua vida) e aqueles que não deveriam. O mindfulness, por si só, não o ajudará a fazer essa distinção.

Existem certos pensamentos, sobre as questões fundamentais da vida, que não é bom ignorarmos. A ansiedade advinda de questões como: “Qual é o sentido da minha vida?” “O que é a verdade?” Existe ou não vida após a morte?” “Deus existe?”. Não creio que a solução para esse tipo de ansiedade seja apenas dizer “isso é apenas um pensamento que não reflete a realidade” São os dilemas da vida humana que realmente temos que nos envolver e não simplesmente ignorá-los como se fossem pensamentos ilusórios.

Outro problema é que você pode se tornar muito subjetivista e, de certo modo, até egoísta.

Além disso, é quase impossível viver 100% no momento presente. Experimentamos o mundo em termos do significado e relevância que ele tem para nós. Esse é um olhar fenomenológico. Quando olhamos ao nosso redor, não vemos apenas dados neutros, temos de pensar no que temos diante dos nossos olhos. Ao perceber o mundo, ocorre uma categorização, um significado das coisas que vivencio.

As vezes também, na literatura sobre Mindfulness, afirma-se que a narrativa do eu é um tipo de ilusão, que nosso sentido de eu é uma construção falsa. Porém, as narrativas têm uma função e um propósito importante. Eles podem fornecer estrutura e significado a nossas vidas. Não é bom sair por ai sem ter um senso forte de identidade pessoal.

OBS: Como ter uma identidade forte e ser centrado em si mesmo

A maioria das pessoas no mundo caminha pela vida em um estado de transe, sonambulas, adormecidas, vivendo uma vida sem propósito e significado (apenas seguindo roteiros não originados a partir de suas próprias consciências). Elas não sabem quais são seus valores, quem são ou o que desejam da vida.

  1. Quem nós somos: Isso significa você ser a sua própria fonte de validação, sem nenhuma necessidade de buscar a aprovação/validação dos outros para saber quem você é. Significa você não depender de forças externas para se sentir confiante e com valor próprio. Sua confiança vem de dentro e não depende dos outros.
  2. Quais são os nossos valores: Significa saber quais são as coisas que realmente importam para você, quais são as suas prioridades. Significa você escolher e viver de acordo com os seus próprios padrões. Significa você estar consciente dos valores que te movem e guiam, para que não seja guiado por valores adquiridos irracionalmente ou aceito passivamente dos outros. Entenda que uma das formas em que viver inconscientemente se manifesta, é justamente devido a cegueira aos valores que guiam suas ações e uma indiferença a essa questão.
  3. Onde estamos indo e o que queremos atingir nessa vida: Seu propósito, sua missão, seus objetivos e metas. Seguir o que realmente é autêntico para você!

Poucas pessoas sabem dessas 3 coisas básicas Geralmente procuramos e esperamos que a sociedade nos dê essas respostas, sempre estamos olhando para os outros para que eles nos digam o que devemos fazer com nossa vida.

A medida que você vive de acordo com seus valores, seu senso de identidade, integridade, controle e direção própria preencherá sua vida com paz e alegria. Você se definira pelo que é por dentro, não pela opinião ou comparações feitas pelos outros.

Dessa forma, é muito difícil você ficar reativo e inseguro, você só fica dessa forma quando não sabe quem você é, quando não sabe o que valoriza e para onde está indo.

Como complemento a esse post, sugiro que você leia o texto em que eu analiso os ensinamentos de um dos grandes propagadores do “Mindfulness” e espiritualidade contemporânea chamado Eckhart Tolle:

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