“Afirme diariamente que não existe neste mundo coisa alguma capaz de impedi-lo de transformar sua vida, abrir seu coração, amar-se e partilhar seu amor com todos que encontrar.“
Yogi Amrit Desai
Os trechos a seguir foram selecionados do livro “Ouse ser você mesmo: um livro dedicado a sua jornada pessoal de autoconhecimento“, que nos dão importantes lições a respeito do amor próprio e sobre autorrespeito:
Ouse Amar-se
Muitas das vezes somos mais propensos a fazer outras pessoas felizes do que a cuidar bem de nós mesmos. Jesus nos ensinou a “amar o próximo como a nós mesmos“. Geralmente isso nos serve para lembrar que devemos tratar bem os outros. Mas e quanto a “nós mesmos”?
Talvez exista uma mensagem ainda mais profunda nesse ensinamento de Jesus. Ele estava nos dizendo que devemos dar a nós mesmos o mesmo amor que daríamos a alguém que fosse muito importante para nós.
É possível que, no início, essa experiência se mostre bastante difícil de empreender. Considere o que você seria capaz de fazer pela pessoa que você mais respeita e aprecia e depois pergunte-se se seria capaz de fazer o mesmo por si. Talvez não. E aí você tem um bom ponto de partida para encaminhar sua vida em uma nova direção. Comece a dar para si mesmo o amor que você deseja dos outros.
Além disso, muitos de nós ficamos buscando sua alma gêmea, aquela pessoa especial com quem queremos repartir nossa vida. Alguns estão se relacionando com uma pessoa que esperavam que fosse sua alma gêmea, mas ficam decepcionado quando o outro não os ama naquela intensidade que eles desejam ou que pensam merecer. O meio mais direto para atrair alguém que nos ame, ou para conseguir que nosso par nos ame mais, é amar a nós mesmos.
Atraímos para perto de nós aquelas pessoas que espelham as atitudes que temos com respeito a nós mesmos. Isso é algo muito importante de entender: o relacionamento que você tem consigo mesmo é a base e o direcionamento para todos os outros relacionamentos que você tem na sua vida.
Se você não se ama, se você se considera insuficiente e acha que não vale nada, você atrairá pessoas que refletirão isso de volta para você. Do contrário, se acreditarmos que somos dignos de amor, magnetizaremos alguém que refletirá essa visão.
Ou seja, se nós tivermos o anseio de estar com alguém que se interesse por nós, precisamos antes conceder essa honra a nós mesmos. Ninguém “de fora” pode nos dar mais do que aquilo que nós mesmos estamos dispostos a nos dar ou receber.
A grande pergunta, para saber se você está pronto para sua alma gêmea, é a seguinte: “Você se casaria consigo mesmo?” Você acredita que é uma pessoa bonita e atraente? Você valoriza seus talentos? Está contente com o tempo que passa sozinho e sente que ele é gratificante? Se você não se aprecia, como pode esperar que uma outra pessoa o respeite?
Precisar de alguém que o complete significa que você ainda não é uma pessoa inteira, e essa imagem que você faz de si é uma mentira dolorosa que nega a sua identidade de ser completo.
Certamente poderemos gozar a companhia de um parceiro, de um companheiro, de uma pessoa amada com quem seja um prazer entrar na dança da vida, esse é um dos grandes presentes que a vida pode nos dar.
Mas a chave aqui é que precisamos antes nos amar o suficiente para permitir que essa pessoa ingresse em nosso mundo. Antes de você poder conhecer sua alma gêmea, você precisa conhecer sua própria alma.
Ouse reservar um tempo para você
Uma das maneiras pelas quais você pode honrar aquele que ama, você mesmo, é dedicando algum tempo para se cultivar nos planos espiritual, emocional e físico.
Com imensa frequência, entupimos nossa vida com tantos compromissos e responsabilidades que perdemos de vista a paz. Não espere até que o universo o force a descansar. Um hospital é o último recurso de Deus. Podemos evitar o sofrimento desnecessário dando ouvidinhos aquela vozinha suave a nos dizer que é precisa desacelerar e respirar calmamente, acompanhando a vida.
Existe um vício que é, muitas das vezes, mais insidioso do que os outros, porque é altamente valorizado pela sociedade. Trata-se do vício em trabalhar (fazeção crônica). Não se trata somente do trabalho, mas sim de sempre estar ocupado fazendo algo.
Sábia é a pessoa que equilibra trabalho e lazer, ação e descanso, seriedade e humor. Ser e fazer são aspectos igualmente importantes de nossa manifestação na terra. Entregar-se desmedidamente a um em detrimento do outro cria um sério desequilíbrio que precisamos aprender a restaurar.
Na nossa cultura, a tendência é fazer demais e ser de menos. A maioria não se permite tempo para desfrutar nada. De que adianta chegar ao destino sem gozar a viagem? O caminho é tão importante quanto a meta.
As vezes, o que percebemos como objetivo é apenas a motivação para nos pôr a caminho de modo que possamos aprender as lições que nos esperam ao longo da jornada. Nesse sentido, todas as nossas vivências são valiosas.
Estar na presença da beleza, manter o espírito elevado e desfrutar tempo para o lazer é tão importante quanto cumprir seus objetivos. Todos os galardões do mundo exterior são completamente sem sentido se o coração estiver vazio. Amar a si mesmo é proporcionar a alma o alimento que ela necessita.
Que vantagem há em realizar proezas que o mundo aplaude se, para isso, precisamos nos matar? Jesus perguntou: “Que proveito tem o homem em ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?”
Você precisa reivindicar tempo para se renovar, senão, o mais provável é que você não encontre tempo. O primeiro passo que se deve dar nesse sentido é reconhecer que você merece esse intervalo. Quando você admite o seu valor pessoal, faz as coisas em função do seu direito de ser feliz.
Renovar-se é fazer aquilo de que você realmente gosta, como dar um passeio pelo campo, dançar, fazer uma caminhada. A forma importa menos do que a sensação que se obtém. Em vez de buscar realizações externas, proponha-se a alcançar a paz interior e, um dia, você vai acordar e perceber que conseguiu as duas coisas.
Além disso, você não precisa defender, explicar ou justificar para ninguém o tempo que dedica a alegria. Se sua proposta de cultivo de si mesmo lhe proporciona uma paz maior, ela vale a pena. Os dias dedicados a “saúde mental” são tão importantes quanto os dias voltados a saúde física, e talvez o sejam ainda mais.
Você não tem como ser eficiente se estiver esgotado; É sua obrigação apresentar aos clientes, alunos ou sócios um espírito vibrante de vida. Mais importante ainda, você tem essa obrigação perante você mesmo.
Jesus explicou que “o homem não vive apenas de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. Palavra de Deus é tudo aquilo que alimenta a nossa alma. Nossa primeira e mais fundamental responsabilidade na vida é manter acesa a nossa luz. Então, poderemos ser uma lâmpada para todo o mundo.
Acenda o seu coração e ilumine o mundo
Não é egoísmo ou narcisismo amar a si mesmo. É a sua primeira e mais fundamental responsabilidade. Fazer as coisas que tornam você feliz não vai privar ninguém da sua própria felicidade; ao contrário, sua felicidade aumentará a dos outros. Aquele cuja taça transborda pode preencher a taça alheia.
As instruções de segurança em aeronaves prescrevem explicitamente que, se for necessário usar a máscara de oxigênio, os pais devem colocar as suas máscaras antes de ajudar os filhos a fazê-lo.
A razão para tanto é clara: se os pais não tiverem condições de ajudar, a criança terá um problema muito maior do que simplesmente esperar que os pais coloquem suas máscaras. Quando você cuida de si mesmo, aumentam as chances de você servir bem aos outros.
O metafísico Leonard Orr aconselha: “Nossa responsabilidade é aprender a cuidar de nós mesmos e depois ensinar os outros a cuidar de si mesmos”. Um coração pleno de alegria brilha intensamente em meio ao mundo das trevas e ilumina o espírito de quem precisa procurar modelos de paz.
O primeiro passo no caminho da transformação do mundo é apreciar a si mesmo. Quando você se ama, todos os passos subsequentes lhe serão mostrados do jeito e no momento adequado. Então, todos os seus atos proporcionarão verdadeira cura para você e para todos que você encontrar, porque sua vida brota de uma fonte que jamais secará.
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