“A força motivadora do ego é sempre a mesma: a incessante necessidade de aparecer, ser especial, estar no controle, ter poder, ganhar atenção. E é claro, a necessidade de experimentar uma sensação de isolamento, ou seja, ter oposição, de ter inimigos. “
Eckhart Tolle
Um jeito mais profundo e avançado de deixar ir suas limitações autoimpostas de crenças e sentimentos limitantes (que obscurecem o seu eu verdadeiro) é você soltar os desejos/motivações subjacentes que constituem o seu eu menor.
Podemos chamar tais desejos de as quatro raízes do ego, que são:
- Desejo por aprovação/amor; (Isso é sentido como uma carência, uma falta interna)
- Desejo por controle/poder; (Isso é sentido como uma necessidade de querer estar certo, de resistência e aversão a certas situações)
- Desejo por segurança/sobrevivência; (Isso é sentido principalmente como medo, como um desejo de querer se proteger, esconder, defender)
- Desejo por separação/unidade; (Isso é sentido como um desejo de querer se sentir especial ou de querer pertencer a multidão)
Todos nós somos motivados por quatro desejos básicos que existem por detrás de nossos pensamentos, emoções, crenças e atitudes. Esses motivadores subjacentes – o desejo por aprovação, controle, segurança e separação formam o núcleo de toda nossa limitação. Quando soltamos esses desejos, soltamos nosso senso de limitação e falta.
O problema não é você ter aprovação, controle, segurança, etc, e sim o desejo (a necessidade) por tais coisas, pois todo “querer” implica falta, implica a ausência de tal qualidade no momento presente.
Por exemplo: quando você QUER aprovação, você está dizendo a si mesmo “Eu não possuo minha própria aprovação e preciso de algo vindo de fora para me sentir validado”. Quando você QUER segurança, você está reforçando a ideia de que não tem segurança interna e que ela está lá fora.
Isso é explicado pelo filosofo Allan Watts em sua ideia “A lei do esforço invertido“, que diz:
“Quanto mais tentamos nos sentir bem o tempo todo, mais insatisfeitos ficamos, pois a busca por alguma coisa só reforça o fato de que não a temos”
“Insegurança é o resultado de tentar se sentir seguro”
Allan Watts
Quando você começa o processo de trazer consciência a essas 4 motivações básicas que são as raizes da maior parte de seus pensamentos, emoções e atitudes, você gradualmente começa a dissolve-las. Como explica David Hoffmeister:
“Apenas olhe calmamente para o ego e veja a sua falsidade. A luz dissipa a escuridão pela sua mera Presença – essa é toda a mensagem”
David Hoffmeister
O próprio Lester Levenson passou grande parte de seu tempo revisatando o seu passado e deixando ir essas quatro motivações internas egoicas. Ele descobriu que, conforme limpava seu passado soltando as quatro motivações básicas, enormes fardos e problemas que carregava da historia pessoa de seu “eu menor” automaticamente se dissipavam.
Agora, vamos entender mais especificamente sobre cada uma dessas raízes do ego:
Desejo por controle/poder
Quando queremos controles, nos sentimos que não temos controle. “Tem que ser da minha forma”. Sintomas de “querer controle” incluem a resistência (aversão) a algo, o desejo de querer mudar, de manipular, empurrar, consertar, forçar, de querer estar certo, querer estar no topo, etc.
Conforme soltamos o desejo por controle, nos sentimos com mais controle.
Desejo por aprovação/amor
Quando queremos aprovação, sentimos que não temos aprovação. Nesses momentos em que somos capturados por essa tendência, ficamos autoconsciente, autocentrados, muito preocupado com o que os outros pensam de nós. Quando queremos aprovação, sentimentos que não temos amor e que precisar fazer algo para obte-lo de volta. Sintomas ao desejo por querer aprovação incluem: querer amor, aceitação, admiração, desejo de ser notado, entendido, gostado, etc.
Conforme soltamos o desejo por aprovação, nos sentimentos mais amorosos e autossuficientes.
Desejo por segurança/sobrevivência
Quando queremos segurança, nós nos sentimos inseguros. Vemos a vida e as outras pessoas como se fossem inimigas, que ameaçam nossa sobrevivência. Evitamos tomar riscos, evitamos confrontações, temos medo. Você pode reconhecer essa tendência operando quando: você se sente em perigo, ameaçado, defensivo, com medo, etc.
Conforme soltamos o desejo por segurança, nos sentimos mais seguros e protegidos pela vida.
Desejo por separação/unidade
Quando desejamos ser separados, nós sentimos como se não quiséssemos pertencer ou sentimos a necessidade de ter e se afirmar como uma identidade separada. Ficamos absortos em nos diferenciar de tudo e todos, com intuito de provar a todos como somos diferentes, especiais, melhores que os demais.
Alguns sintomas de querer separação incluem: querer ficar sozinho, querer se destacar, querer ser especial, diferente, etc.
Conforme deixamos ir o desejo por separação, nos sentimos mais conectados com os outros e com o universo.
O desejo por unidade é o polo oposto do desejo por separação. Quando queremos unidade, sentimos o desejo por pertencer, de abrir mão de quem somos para nos encaixar no grupo. Essa tendência é sentida como um desejo por conexão. Alguns sintomas incluem: querer se unir, querer se associar, querer se encaixar, querer se conectar.
Conforme deixamos ir o desejo por unidade, nós nos tornarmos mais capazes de sentir a unidade subjacente que já existe aqui e agora e que interconecta todos os seres.
Como soltar o desejo por aprovação, controle, segurança e separação?
Tá! Mas blz, como eu aplico esse processo de soltar essas 4 raízes do ego? Basta seguir o processo abaixo:
- Foque em uma situação, assunto e dê boas vindas ao que quer você esteja sentindo AGORA, ao pensar em tal assunto.
- Pergunte-se “Esse sentimento vem da necessidade de aprovação, controle, segurança ou separação/unidade? – Se você não tiver certeza, apenas escolha o que lhe parecer mais dominante.
- Pergunte-se as três questões: “Eu poderia me permitir querer (aprovação, controle ou segurança)?/ “Eu poderia dar boas vindas a querer (aprovação, controle ou segurança)?/ Eu poderia deixar ir querer (aprovação, controle ou segurança?)
- Repita o procedimento na necessidade específica até você se sentir livre dela.
A arvore imaginária das limitações
Imagine que você está perdido em uma floresta densa imaginaria composta por todas as suas limitações. Qual a anatomia dessas árvores? Em um nível sutil, elas são feitas de átomos, que em nosso mundo, chamamos de pensamentos.
Nos movendo a um nível mais denso e estrutural, as folhas dessa arvore imaginária representam os seus sentimentos individuais.
Os galhos representam os seus nove estados emocionais.
O tronco representa o desejo por controle a aprovação, enquanto as raizes representam o desejo por segurança e reparação.
Se quisermos derrubar essa arvore que representa as nossas limitações por meio da técnica do soltar, podemos prosseguir de diferentes maneiras. Podemos deixar ir um atomo por vez ao focarmos em mudar nossa mentalidade, em mudar nossos pensamentos diretamente. Porém, isso levaria um longo tempo.
Podemos ser mais ativos e resolver arrancar e soltar as folhas individuais, os sentimentos. Porém, as folhas tendem a crescer de novo. Ou podemos começar a arrancar os galhos, os nove estados emocionais (que também podem crescer novamente). Nós só podemos realizar progressos substancias arrancando o tronco e as raizes, especialmente o desejo por segurança e sobrevivência e o desejo por separação, as raizes mais profundas.
Todos esses quatro desejos culminam nos nove estados emocionais: apatia, luto, medo, desejo, raiva e orgulho. Usamos esses sentimentos para tentar ganhar aprovação, controle, segurança e nos separar. Nossos sentimentos motivam nossos pensamentos.
No método sedona nos focamos mais no que estamos sentindo do que no que pensamos. Isso pois é quase impossível realizar mudanças efetivas na vida somente por meio de pensamentos positivos. Remova seus sentimentos limitantes e seu pensamento se tornará mais positivo
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