“Para ganhar conhecimento, adicione coisas todos os dias. Para ganhar sabedoria, elimine coisas todos os dias.“
Lao Tsé
Ao longo de nossas vidas, adotamos uma identidade e crenças sobre nós mesmos, o mundo e as outras pessoas, que nunca questionamos. Nunca questionamos tais suposições, simplesmente assumimos ser a verdade sobre nós. Há uma grande resistência em questionarmos tais suposições, pois investimos nelas durante nossa vida inteira!
“Não é o que não sabemos que nos impede de vencer – o nosso maior obstáculo é justamente o que já sabemos.“
Josh Billings
Todo mundo é fissurado em querer aprender mais, acumular mais informações, mais novidades e estímulos, mas algo que quase ninguém comenta é sobre a importância do desaprender.
Desaprender é tão importante quanto aprender. Se você está disposto a fazer uma mudança radical em sua vida, é essencial que você tome consciência dos seus velhos modos de pensar e agir que te levaram a situação que você se encontra agora.
Ou seja, se você quer passar a um nível de vida mais elevado, tem que estar disposto a abrir mão de seus velhos modos de pensar e agir.
“Uma vez que um conceito foi aceito pela mente subconsciente, ele permanecerá lá até ser substituído por outros. Existem muitas “verdades” que aceitamos dos outros que nem pensamos em questionar, pois já fazem parte de nossas programações subconscientes. E adivinhe: se você não as questiona e não tenta substituí-las por outras verdades, elas continuarão lá.“
Michael Arruda
A autoinvestigação
Você tem que tomar consciência de que, muito do que você acredita firmemente sobre si mesmo e o mundo, são apenas fardos herdados de outras pessoas e de que nada lhe pertence. Você está lotado de fardos vindo de fora e nunca realmente se conheceu, por isso, se realmente quisermos nos conhecer, precisamos descartar esses condicionamentos.
Isso é o que o OSHO explico em um de seus textos:
O ego não é a pessoa e sim o que os outros acham de nós. E assim acreditamos o que “os outros” disseram sobre a nossa pessoa.
“O dia em que alguém quiser saber quem ele é, vai ter que descartar todas as respostas que lhe foram dadas. Tudo o que é emprestado tem que ser destruído. A verdade está na pessoa e tem que ser encontrada nela.
Esta pessoa pode ter sido pai, mãe, algum amigo, padre, pastor, enfim, qualquer pessoa! E acreditamos nisto 100% do tempo. Como podemos sair desta?
A pessoa tem que buscar a verdade sobre si mesmo. E DESCARTAR tudo o que foi dito pela sociedade em relação a quem você é. Com certeza, você não é nada do que disseram.
Pois ninguém pode saber quem o outro é, exceto a própria pessoa. Ninguém pode entrar na privacidade de seu ser.
Logo, ninguém sabe nada sobre você. Então o que quer que tenham dito a seu respeito está errado.
Assim, descarte, desmantele todo o ego. Ao destruir o ego você vai descobrir seu ser e assim o que os outros disseram sobre você vai se dissolver.
Esta descoberta é a maior que o ser humano pode fazer! Descobrir quem você é de verdade.”
OSHO
O caminho da subtração
“Para que a investigação seja autentica, você tem que sentir de que ela é de vital interesse para você. Então não, você não precisa estar investigando o tempo todo. É uma ferramenta que está lá toda a vez que uma questão vital surgir para você. Mas a investigação é muito mais do que uma técnica, é uma atitude. A investigação é uma atitude de curiosidade que vive em você, e é um reflexo do seu desejo de querer saber a Verdade e a natureza da Realidade. A investigação requer um tipo de coragem de ter a disposição de perguntar grandes questões que podem sacudir as fundações de sua vida e te colocar frente a frente com assuntos que você prefere evitar”
Adyashanti
Antes de nós descobrirmos quem nós somos, nós precisamos primeiro descobrir o que nós não somos. Se não, nossas suposições vão continuar afetando nossa investigação. Nós podemos chamar esse processo de o caminho da subtração. Na tradição Cristã, eles chama isso de Via negativa, o caminho negativo.
Na tradição Hindu do vedanta, eles chamam isso de Neti-Neti, que significa “Nem isto, nem aquilo”. Esses são todos caminhos da subtração, caminhos para descobrirmos quem nós somos ao descobrirmos o que não somos.
Nós começamos por olhar as suposições que temos sobre quem nós somos. Nós temos muitas e muitas suposições que nem percebemos que as temos. E nós começamos a olhar para as coisas mais simples sobre nós mesmos.
E então, realizamos a autoinvestigação silenciosa, trazendo consciência a todas as nossas identificações, a todas as crenças que temos sobre nós mesmos, a todos os nossos julgamentos e suposições ocultas sobre quem achamos ser e as nossas suposições sobre o mundo.
Sem pressa, examine profundamente cada uma dessas suposições. Questione tudo! Não deixe nenhuma suposição não examinada, nenhuma forma de negação intacta! Investigue cada questão devagar e deliberadamente, coloque cada questão no silêncio do seu ser, não espere ou se apegue a respostas rápidas.
Deixe que as perguntas removam tudo o que você não é. Deixe-as desfazer tudo o que você sempre imaginou ser, tudo o que você pensou que deveria ser, tudo o que qualquer um disse que você fosse.
Não pule em conclusões. Ao invés disso, deixe cada questão revelar suas crenças ocultas e opiniões. Deixe elas revelarem qualquer coisa na qual você esteja se apegando e acreditando que está em desacordo com o que É. Olhe por todas as formas na qual sua mente apegosa gera sofrimento para você e para os outros.
Traga cada questão ao silêncio do ser, medite sobre ela, pondere, leve o tempo que for necessário. Não responda com sua mente. Esteja em silêncio com aquela questão, esteja muito, muito quieto. Preenchido com o amor da Verdade, não fique surpreso se a investigação começar a consumir todas as suas suposições secretas, todas suas crenças, todas as suas opiniões, todos os seus julgamentos, tudo o que você aprendeu de segunda mão pelos outros.
É somente pela descoberta do que nós não somos, que podemos conhecer quem nós VERDADEIRAMENTE somos! Tenha um real interesse em saber quem você é, pois esse é o pré-requisito para o crescimento espiritual.
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