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Insights Para Expandir Sua Consciência do Livro “Um Novo Mundo” de Eckhart Tolle

Tempo de leitura: 26 min

Escrito por Davi Klein
em dezembro 19, 2021

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O livro “Um novo Mundo” de Eckhart Tolle tem o objetivo de trazer uma mudança de consciência – a libertação do falso eu e o rompimento dos padrões mentais condicionados que são os responsáveis pelo nosso sofrimento.

Eckhart logo no início do livro nos pergunta:

Seremos capazes de perder a densidade de nossas estruturas mentais condicionadas, transcender a prisão de nossa personalidade? Estaria a humanidade mais preparada do que na época dos primeiros grandes mestre como Jesus, Buda para produzir uma transformação interna, da mudança do estado egóico da consciência para um novo tipo de consciência?

Eckhart Tolle

Esse livro nos fala que a raiz de toda a disfunção é a identificação com o ego – a maior parte do sofrimento humano é causado pela identificação com a consciência egóica.

Ele fala que o estado mental “normal” de quase todos os seres humanos contém um forte elemento do que podemos chamar de distúrbio, disfunção ou até mesmo loucura – e isso é algo que todas as tradições espirituais e religiões tentam nos alerta – que vivemos uma espécie de insanidade coletiva, um distúrbio que herdamos da condição humana.

  • Os hinduístas chamam essa doença mental coletiva de Maya, o véu de ilusão. Ramana Maharshi afirma: “a mente é maya”
  • O budismo emprega diferente termos. De acordo com Buda, a mente humana no seu estado normal produz Dukkha, termo páli que pode ser traduzido como sofrimento, insatisfação ou tristeza. Para ele, essa é uma característica da condição humana.
  • De acordo com os ensinamentos cristãos, o estado coletivo normal da humanidade é o pecado original. A palavra pecado tem sido incompreendida ao longo dos séculos. Traduzida de forma literal do grego antigo, idioma em que o Novo testamento foi escrito originalmente, ela significa errar o alvo, como na situação em que um arqueiro que falha em atingir ponto de mira. Assim pecar quer dizer: errar o sentido da existência humana. Viver de forma desorientada, cega e portanto, sofrer e causar sofrimento.

Não há duvida: A mente humana possui um grau altissimo de inteligência, que nos proporcionou diversos avanços científicos e inovações que nos trouxeram mais conforto e comodidade, porém, não podemos negar que essa inteligência é tingida pela loucura.

A mente humana em 1914 altamente inteligente inventou não só o motor de combustão interna, como também bombas, metralhadoras, lança chamas, gases venenosos. A inteligência a serviço da loucura.

Toda a loucura que ocorreu no passado não desapareceu, ela continua no séc XXI ,basta ligar os noticiários. Persistimos num comportamento que se continuar resultará em nossa própria destruição.

As manifestações coletivas de insanidade que se encontram na essência da condição humana constituem a maior parte da história da nossa espécie. E em grande medida, essa história é de loucura.

Medo cobiça desejo de poder são as forças motivadoras psicológicas que estão por trás não só dos conflitos armados e da violência envolvendo países, tribos religiões e ideologias mas também do desentendimento incessante nos relacionamentos pessoais.

A boa notícia é a possibilidade de transformação radical de nossa consciência. Nas mensagens hinduístas essa mudança é chamada de iluminação, nos ensinamentos de Jesus de salvação, no budismo do fim do sofrimento. Outros termos usados são o despertar e a liberação.

Separei aqui alguns trechos impostíssimos desse livro, que no ajudam a entender sobre o que é o ego e sobre como ele está assumindo o controle sobre nós (e sobre o que é o despertar da consciência):

  • A maioria das pessoas está tão identificada com a voz dentro da própria cabeça – o fluxo incessante de pensamento involuntário e compulsivo e as emoções que os acompanham que podemos dizer que esses indivíduos estão possuídos pela mente. Por causa dessa completa identificação com a mente, um falso eu começa a existir, o ego.
  • O ego não é mais do que isso: identificação com a forma, o que corresponde a formas de pensamento (formas físicas e emocionais).
  • O pensamento, o conteúdo da mente, é condicionado pelo passado: formação, cultura etc. O núcleo de toda a atividade mental consiste em determinados pensamentos, emoções e padrões reativos repetitivos e persistentes. Essa entidade é o próprio ego. Na maioria dos casos, quando dizemos eu, é o ego que está falando e não nós. O ego compõe-se de pensamentos e emoções, de uma série de lembranças que reconhecemos como “eu e minha história”, de papéis habituais que desempenhamos sem saber e identificações coletivas, como religião, politica, classe social etc.
  • Nossa personalidade, que é condicionada pelo passado, se torna a nossa prisão. Essas memórias são investidas de uma percepção de eu e nossa história passa a ser a percepção que temos de nós mesmos. Esse pequeno eu é uma ilusão que obscurece nossa verdadeira natureza. Nossa história, porém, é formada por lembranças mentais e emocionais – emoções antigas que são revividas continuamente.
  • Toda a nossa história pessoal, que, em última análise, não passa mesmo de uma história de um amontoado de pensamentos e emoções.
  • Nós vivemos com uma imagem mental de nós mesmo, um eu conceitual com quem temos um relacionamento. Quem se encontra inconsciente disso acredita que aquele que pensa é quem ele é. Essa é a mente egoica. Chamo-a de egoica porque existe uma percepção do eu, do ego, em todos os pensamentos (lembranças, interpretações, opiniões, pontos de vista, reações emoções). Isso é inconsciência, espiritualmente falando.
  • A compreensão da espiritualidade é ver com clareza que o que percebemos, vivenciamos, pensamos ou sentimos não é, em última análise, quem somos. Que não podemos nos encontrar em todas essas coisas, que são transitórias e se acabam continuamente. É provável que Buda tenha sido o primeiro ser humano a entender isso, e dessa maneira anata (a noção do não eu) se tornou um dos pontos centrais dos seus ensinamentos. E quando Jesus disse “Negue-se a si mesmo” sua intenção era afirmar: negue (e assim desfaça) a ilusão do eu. O que permanece é a luz da consciência, sob a qual percepções, sensações, pensamentos e sentimentos vêm e vão. Isso é o Ser, o mais profundo e verdadeiro eu.
  • Nós somos a luz da presença, a consciência de que somos mais importantes e mais profundos do que quaisquer pensamentos e emoções.
  • O conteúdo do ego pode mudar mas a estrutura que o mantém não. O conteúdo do ego varia de pessoa para pessoa mas a estrutura do ego é a mesma para todos. Ele vive por meio da separação e identificação. Ele ainda contém identificações pessoais não só com bens mas com opiniões, aparência exterior, ressentimentos antigos e conceitos sobre nós mesmos como melhores do que os outros ou inferiores a eles, como pessoas bem sucedidas ou fracassadas.
  • O despertar da consciência (também chamado de despertar espiritual) é uma mudança no estado de consciência que ocorre com a separação entre pensamento e consciência. No caso da maioria das pessoas, isso não é um acontecimento e sim um processo. Em vez de ficarmos perdidos em nossos pensamentos, quando estamos despertos reconhecemos a nós mesmos como a consciência por trás deles. O pensamento deixa de ser uma atividade autônoma que se apossa de nós e conduz nossa vida. A consciência assume o controle sobre ele. O pensamento perde o domínio da nossa vida e se torna o servo da consciência. Outra palavra para ela é presença: consciência sem pensamento.

Exemplos de comportamentos egoicos

Vou mencionar alguns comportamentos que as pessoas adotam inconscientemente para fortalecer sua percepção do eu. Se você estiver alerta o bastante, será capaz de detectar alguns deles dentro de si mesmo:

Exigir reconhecimento por alguma coisa que fez e indignar-se ou aborrecer-se quando não o consegue, tentar obter atenção falando sobre problemas pessoais, contando a história da própria doença ou fazendo uma cena, dar uma opinião quando ninguém a pede e ela não faz diferença para a situação, ser mais preocupado com o modo com é visto pelas pessoas do que com elas, tentar causar boa impressão nos outros por meio de bens, conhecimento, boa aparência, posição social, força física etc.

Ou inflar temporariamente o ego adotando uma reação irada contra alguma coisa ou alguém, levar tudo para o lado pessoa e sentir-se ofendido, considerar-se certo e os outros errados por meio de queixas fúteis, mentais ou verbais, querer ser visto ou parecer importante.

Aqui está uma lista desses comportamentos egoicos:

  • Defensividade e reatividade (O ego leva tudo para o lado pessoal)
  • Querer estar certo e fazer os outros estarem errados (aumentando o conflito e separação)
  • Sentir-se superior ou inferior aos outros
  • Mentir (quando a pessoa mente por exemplo para aumentar a sua percepção de eu, para parecerem mais importantes e especiais do que os outros)
  • Vitimismo (fazer de seus problemas a sua identidade, como forma de ganhar simpatia e atenção das outras pessoas)
  • Incessante necessidade de aparecer, ser especial, estar no controle, ter poder, ganhar atenção.
  • Necessidade de experimentar uma sensação de isolamento, ou seja, ter oposição, de ter inimigos.
  • Autogratificação – O ego sempre quer alguma coisa das pessoas e das situações. Sempre há um plano oculto, usando as pessoas e situações para conseguir o que deseja.
  • O ego também gosta de reclamar, guardar rancores, culpar – tudo isso aumenta o ego.

Caso você detecte um desses padrões em si mesmo, sugiro que faça uma experiência. Descubra como se sente e o que ocorre se o abandonar. Simplesmente descarte-o e veja o que acontece.

Como dissolver o ego

Um ponto essencial do despertar é a identificação daquela parte em nós que ainda não se modificou, o ego da maneira como ele pensa, fala e age, assim como o reconhecimento do processo mental condicionado coletivamente que perpetua esse estado não desperto.

A menos que conheça o mecanismo básico por trás do funcionamento do ego, você não o detectará, e ele irá enganá-lo, impedindo que o reconheça todas as vezes que tentar. Isso mostra que ele o domina – é um impostor fingindo ser você.

Esse reconhecimento é em si uma das maneiras pelas quais acontece o despertar. Quando você descobre a inconsciência em si próprio, aquilo que torna o reconhecimento possível é o surgimento da consciência, é o despertar.

Você não pode lutar contra o ego e vencer, assim como não consegue combater a escuridão. A luz da consciência é tudo o que é necessário. Você é essa luz.

Consciência

Tudo de que precisamos para nos livrar do ego é estarmos conscientes dele, uma vez que ele e a consciência são incompatíveis. A consciência é o poder oculto dentro do momento presente. É por isso que podemos chamá-la de presença.

Consciência significa presença, e apenas ela pode dissolver o passado inconsciente dentro de nós.

O reconhecimento do falso já é o surgimento do real. No momento em que nos tornamos conscientes do nosso ego, essa consciência emergente é quem somos além do ego, o “eu profundo”.

Somente a presença é capaz de nos libertar dele, pois só podemos estar presentes agora – e não ontem nem amanhã. Apenas ela consegue desfazer o passado em nós e assim transformar nosso estado de consciência.

A importância do Perdão

O que é o rancor? A bagagem de velhos pensamentos e antigas emoções. Um rancor é uma forte emoção negativa ligada a um acontecimento ocorrido no passado, algumas vezes distante, que é mantido vivo pelo pensamento compulsivo, que reconta a história, na cabeça ou em voz alta “do que alguém me fez”.

O rancor não tem outro propósito a não ser fortalecer uma falsa percepção do eu. O ensinamento de Jesus sobre “perdoar os inimigos” trata-se, em essência, de desfazer uma das principais estruturas egoicas da mente humana.

É preciso honestidade para verificar se ainda guardamos rancores, se existe alguém em nossas vidas que ainda não conseguimos perdoar completamente.

Caso você esteja nessa situação, tome consciência do rancor tanto no nível do pensamento quanto no nível emocional, ou seja, conscientize-se dos pensamentos que mantêm a continuidade desse sentimento negativo e sinta a emoção.

Abandone as definições pessoais

É possível abandonarmos a crença de que devemos ou precisamos saber quem somos? Em outras palavras, podemos parar de considerar definições conceituais que nos deem uma percepção do eu? Você, por exemplo, é capaz de deixar de examinar o pensamento sobre uma identidade. Usar o pensamento para nos definir é algo que nos limita.

Quando nos conseguimos nos sentir a vontade em não saber quem somos, então o que sobra é quem somos – o Ser por trás do humano, um campo de potencialidade pura em vez de alguma coisa que já está definida.

Nós não somos o ego. Portanto, quando nos tornamos conscientes do ego em nós, isso não significa que sabemos quem somos – isso quer dizer que sabemos quem não somos. Mas é por meio do conhecimento de quem não somos que o maior obstáculo ao verdadeiro conhecimento de nós mesmos é removido.

Portanto, desista de se definir – para si mesmo e para os outros. Você não morrerá. Você nascerá. E não se preocupe com a definição que os outros lhe dão.

Dissolva o seu corpo de dor (O passado emocional que habita em você)

Além da agitação do pensamento, embora não inteiramente separada dele, existe outra dimensão do ego: a emoção. Isso não quer dizer que todo o pensamento e toda emoção pertençam ao ego. Esses elementos se convertem no ego apenas quando nos identificamos com eles ou quando eles assumem o controle sobre nós, isto é, quando se tornam o eu.

A emoção é a resposta do corpo a mente, é a reação do corpo a um pensamento. O ego não é apenas a mente não observada, a voz na cabeça que finge ser nós, mas também as emoções não observadas que constituem as reações do corpo ao que essa voz diz.

A voz na cabeça conta ao corpo uma história em que ele acredita e a qual reage. Essas reações são as emoções. Estas últimas, por sua vez, devolve energia para os pensamentos que as criaram originalmente. Esse é o círculo vicioso entre emoções e pensamentos não questionados.

Por causa da tendência humana de perpetuar emoções antigas, quase todo mundo carrega no seu campo energético um acúmulo de antigas dores emocionais, que eu chamo de “corpo de dor”.

Toda emoção negativa que não é plenamente enfrentada nem considerada pelo que ela é no momento em que se manifesta não se dissipa por inteiro. Deixa para trás um traço remanescente de dor. Isso inclui o sofrimento que vivemos na nossa infância, adolescência e vida adulta.

Esse campo energético de emoções muito antigas, mas ainda vivas, que subsiste em quase todos os seres humanos é o corpo de dor,

Só conseguimos superá-lo se assumirmos a responsabilidade pelo nosso estado interior no momento, sem culpar outras pessoas.

O começo da nossa libertação do corpo de dor está primeiramente na compreensão de que o temos. Depois, e mais importante, na nossa capacidade de permanecer presentes o bastante, isto é, atentos o suficiente, para percebê-lo como um pesado influxo de emoções negativas quando entra em atividade.

No instante em que é reconhecido, ele não consegue mais se passar por nós e viver e se renovar por nosso intermédio. É nossa presença consciente que rompe a identificação com o corpo de dor.

Quando não nos identificamos mais com ele, o corpo de dor torna-se incapaz de controlar nossos pensamentos e, assim, não consegue se renovar, pois deixa de se alimentar deles.

Na maioria dos casos, ele não se dissipa imediatamente. No entanto, assim que desfazemos sua ligação com nosso pensamento, ele começa a perder energia. O pensamento para de ser embotado pela emoção enquanto nossas percepções do momento não são mais distorcidas pelo passado.

O corpo de dor e o ego são parentes próximos, eles precisam um do outro. A pessoa observa o presente através dos olhos do passado emocional que existe dentro dela. Em outras palavras, o que ela vê e sente não está no acontecimento nem na situação, e sim no que existe em seu próprio interior.

Sempre que somos arrebatados pelo corpo de dor, toda vez que não o reconhecemos, ele se torna parte de nosso ego. Qualquer elemento com o qual nos identificamos se transforma no ego.

Sempre que o corpo de dor estiver em atividade, temos que estar cientes de que o que estamos sentindo é o corpo de dor em nós. Esse conhecimento é tudo de que precisamos para interromper a identificação com ele. E quando a identificação cessa, a transmutação tem início.

Não projetarmos as antigas emoções nas situações significa que devemos encará-las diretamente dentro de nós. Pode não ser agradável, nas isso não chega a nos matar. Nossa presença é mais do que capaz de contê-las. As emoções não são quem nós somos.

Portanto, quando sentir o corpo de dor em você, não cometa o equívoco de pensar que existe algo de errado com você. O ego adora quando você faz de si mesmo um problema. O conhecimento precisa ser seguido de aceitação. Aceitação significa que você se permite sentir qualquer coisa naquele momento. Isso é parte da essência do Agora. Você não pode discutir com o que é. Bem, você pode. No entanto, se fizer isso, sofrerá.

Deixe seu ego ser diminuído

Uma técnica espiritual eficaz é permitir conscientemente a diminuição do ego quando ela acontecer e não tomar nenhuma iniciativa para restaurá-lo. Recomendo a você que realiza um teste de vez em quando. Por exemplo, quando alguém lhe dirigir críticas, censuras ou xingamentos, em vez de revidar no ato ou se defender, não faça nada.

Deixe que a sua autoimagem permaneça diminuída e fique atento ao que isso desperta no seu interior. Por alguns segundos, pode parecer desagradável, como se seu corpo tivesse encolhido. Depois, talvez você experimente uma viva sensação de amplitude interior. Você não foi diminuído nem um pouco, na verdade se expandiu.

Quando deixa de se defender ou de tentar fortalecer a forma do seu eu, você se afasta da identificação com a forma, com sua autoimagem mental. Por admitir ser menos (na percepção do ego), na verdade você passa por uma expansão e cria espaço para o Ser entrar.

Isso que o Jesus quis dizer com “Negue a si mesmo” ou “Ofereça a outra face”.

Outro aspecto dessa técnica é evitar as tentativas de fortalecer o seu eu se exibindo, procurando aparecer, querendo ser especial, causando impressão ou exigindo atenção. De vez em quando, pode ser o caso de você se conter e não manifestar uma opinião quando todos estão expressando, Depois, observe como você se sente a respeito.

Não julgamento

As pessoas, em sua maioria, estão apenas superficialmente conscientes do mundo que as cerca, sobretudo quando estão familiarizadas com o ambiente que se encontram. A voz na cabeça absorve a maior parte da sua atenção.

Essa é a realidade da maior parte das pessoas: tão logo alguma coisa é percebida, ela é nomeada, interpretada, comparada com outra coisa qualquer, apreciada, detestada ou chamada de boa ou má pelo fantasma, o ego. Elas estão aprisionadas nas formas de pensamento, na consciência do objeto.

Ninguém desperta espiritualmente enquanto não interrompe o processo compulsivo e inconsciente de nomear, ou pelo menos, até que tome consciência dele e assim seja capaz de observá-lo enquanto ocorre. É por meio desse nomear constante que o ego permanece em atividade como mente não observada.

Você consegue tirar o pensamento de dentro da percepção? É capaz de observar sem que a voz na sua cabeça faça comentários, tire conclusões, compare ou tente descobrir alguma coisa?

Você é a verdade (não a procure em outro lugar)

Não encontraremos a verdade absoluta se a procurarmos onde ela não está: em doutrinas, ideologias, conjunto de leis ou história. O que todas essas coisas têm em comum? Elas se constituem de pensamentos. Na melhor das hipóteses, o pensamento indica a verdade, contudo nunca é a verdade.

É por isso que os budista dizem que “o dedo apontando para a luz não é a lua”.

Quando trabalham para a verdade, os ensinamentos religiosos representam pontos de sinalização ou mapas que pessoas conscientes deixam no caminho para nos ajudar a despertar espiritualmente, isto é, ajuda a nos tornar livre da identificação com a forma.

Existe apenas uma verdade absoluta, e todas as outras verdades emanam delas. Será que é possível colocar essa verdade em palavras? Sim, porém as palavras não são a verdade. Elas apenas a indicam.

A verdade é inseparável de quem nós somos. Sim, você é a verdade. Sempre que a procurar em outro lugar, acabará decepcionado. O próprio SER que é você é a verdade. Jesus tentou mostrar isso quando disse “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”

Essas palavras são um dos mais poderosos e diretos indicadores da verdade desde que entendidas corretamente. Jesus fala do Ser mais interior, da essência da identidade de cada homem ou mulher. Ele se refere a vida que nós somos. Alguns místicos cristãos chamam isso de “o Cristo interior”, os budistas o denominam “natureza de Buda”, para os hinduístas é o atmã, a essência divina (…) e isso é o nosso estado natural, não é uma conquista milagrosa.

A infelicidade em segundo plano

Você costuma ter uma sensação de descontentamento que poderia ser descrita como uma espécie de ressentimento em segundo plano? O que sustenta essa sensação são certas crenças que mantemos de modo inconsciente, determinados pensamentos.

Alguns deles são:

  • Alguma coisa precisa acontecer na minha vida para que eu me sinta em paz (feliz, satisfeito etc). E eu me ressinto de que isso não tenha acontecido ainda. Talvez meu ressentimento faça com que finalmente ocorra.
  • Houve um feito no passado que não devia ter acontecido e eu me ressinto disso. Se isso não tivesse ocorrido, eu estaria em paz agora.
  • Existe algo acontecendo agora que não deveria estar acontecendo, e isso está me impedindo de ficar em paz.

Tudo isso são histórias que o ego cria para nos convencer de que não conseguimos ficar em paz agora ou de que não podemos ser nós mesmos plenamente no presente.

O ego diz: Talvez em algum momento no futuro eu possa ficar em paz, caso isso ou aquilo aconteça ou se eu conseguir isso ou me tornar aquilo. Ou ele afirma: “Houve algo no passado que nunca me deixa ficar em paz”

Caso você tome consciência de um estado negativo dentro de você mesmo, isso não significa um fracasso da sua parte. Ao contrário, mostra que você obteve sucesso. Enquanto a consciência não se manifesta, existe a identificação com os estados internos – e essa identificação é o ego.

Ego e o momento presente (Agora)

O relacionamento primordial de nossa vida é aquele que mantemos com o Agora. O momento presente é inseparável da vida, portanto, na verdade, estamos decidindo que tipo de relacionamento querermos ter com a vida.

O ego pode ser definido como uma relacionamento desajustado com o momento presente. Precisamos fazer essa escolha o tempo todo, sem parar, até que viver dessa maneira seja algo natural para nós.

A decisão de converter o momento presente em nosso amigo é o fim do ego. Para o ego, é impossível estar alinhado com o momento presente, pois sua própria natureza o impele a ignorar ou desvalorizar o Agora.

O ego sempre trata o momento presente como um meio para alcançar um fim, um obstáculo ou um inimigo.

O ego vive do tempo e, quanto mais forte ele é, mais o tempo controla a nossa vida. O tempo, ou seja, o passado e o futuro, é aquilo de que o falso eu fabricado pela mente, o ego, vive. E o tempo está na nossa mente.

Assim, quase todos os nossos pensamentos expressam uma preocupação com o passado ou com o futuro, enquanto nosso sentido de eu depende do passado para nossa identidade e do futuro para preenchê-la. Medo, ansiedade, expectativa, arrependimento, culpa, raiva, são as disfunções do estado de consciência atado ao tempo.

Na melhor das hipóteses, para o ego, o momento presente é útil apenas como um meio para alcançar um fim. Ele nos leva a algum ponto no futuro que é considerado mais importante, embora o futuro nunca chegue a não ser como o momento presente, portanto ele não passa de um pensamento em nossa cabeça. Em outras palavras, jamais permanecemos plenamente aqui porque estamos sempre ocupados tentando chegar a algum lugar.

Quando esse padrão se torna mais pronunciado, e isso é bastante comum, o momento presente é considerado um obstáculo a ser superado e é tratado como tal. Então surgem a impaciência, a frustração e a tensão permanente. Na nossa cultura, essa é a realidade cotidiana de muitas pessoas, seu estado normal.

A vida, que é agora, é vista como um “problema”, e nós passamos a habitar um mundo de obstáculos que precisam ser resolvidos antes que possamos ficar felizes, satisfeitos e realmente começar a viver, ou pelo menos é nisso que acreditamos.

Porém, a questão é a seguinte: para cada dificuldade que solucionamos, outra surge do nada.

Na pior das hipóteses, e isso também é muito comum, o momento presente é tratado como um inimigo. Se odiamos o que estamos fazendo, reclamamos do ambiente onde nos encontramos, amaldiçoamos as coisas que estão acontecendo ou aconteceram ou se nosso diálogo interior consiste no que deveria ser e no que não deveria ser, em culpar e acusar, é porque estamos discutindo com o que é. Estamos convertendo a Vida num inimigo.

Sempre se pergunte: “Qual é o meu relacionamento com o momento presente? Como o momento presente é tudo o que temos, uma vez que a Vida é inseparável do Agora, o verdadeiro significado daquela pergunta é: qual é o meu relacionamento com a vida? Na verdade, nós e o momento presente somos uma coisa só.

Nosso propósito interior e exterior

O significado genuíno, ou primário, da vida não pode ser encontrado no nível exterior. Ele não diz respeito ao que fazemos, e sim ao que somos – isto é, ao nosso estado de consciência.

Portanto, a coisa mais importante a entender é: Nossa vida tem um propósito interior e um propósito exterior.

O primeiro deles diz respeito a Ser e é primário. O Segundo se refere a fazer e é secundário. O interior e exterior, contudo, estão a tal ponto interligados que é quase impossível falar de um sem o outro.

Nosso propósito interior é despertar. É simples assim. Nós o compartilhamos com todas as pessoas do planeta porque esse é o propósito da humanidade. O propósito interior de cada indivíduo é uma parte essencial do propósito do todo.

Por outro lado, o propósito exterior pode mudar ao longo do tempo. Ele varia significativamente de pessoa para pessoa. Encontrar o propósito interior e viver alinhado com ele é o alicerce para a satisfação do propósito exterior. É a base para o verdadeiro sucesso.

Sem esse alinhamento, até conseguimos alcançar determinadas metas por meio do esforço, da luta, da determinação e do puro trabalho intenso ou da esperteza e da habilidade. Mas não existe alegria nesses empreendimentos, e eles costumam acabar em alguma forma de sofrimento.

Seu propósito interior é despertar para sua própria essência sem forma e em seguida vem a reconciliação entre os propósitos interior e exterior: levar essa essência – consciência – para o universo das formas e transformar o mundo dessa forma.

Quando você se torna presente e, portanto, permanece por inteiro naquilo que faz, suas ações ficam carregadas de energia espiritual. A princípio, pode não haver mudança notável no que você realiza, mas apenas no seu modo de execução. Seu propósito primário agora é permitir que a consciência penetre no que você faz. O propósito secundário é tudo o que você alcançar por meio do fazer.

Compreenda que a jornada de toda a sua vida consiste, em última análise no passo que você está dando no momento presente. Dessa forma, dirigirá a ele toda sua atenção. Isso não significa que você não saiba aonde pretende chegar, mas apenas que esse passo é primário, enquanto seu destino é secundário. E aquilo que você vai encontrar quando alcançar o seu destino dependerá da qualidade desse primeiro passo. Outra maneira de considerar esse ponto: o que o futuro lhe reserva é fruto do seu estado de consciência agora.

O sucesso ocorre quando o fazer é investido da qualidade perene do Ser. A menos que o Ser flua para o fazer, a não ser que você esteja presente, você se perde em qualquer coisa que faça.

Estamos aprendendo que a ação, embora necessária, é apenas um fator secundário na manifestação da nossa realidade externa. O fator primário na criação é a consciência. Não importa o quanto sejamos ativos, quanto esforço realizamos, nosso estado de consciência cria o nosso mundo. Portanto, se não houver uma mudança nesse nível interior, a quantidade das ações que executamos não fará diferença. Vamos recriar novas versões do mesmo mundo muitas vezes sem conta, um mundo que é um reflexo externo do ego.

A ação desperta

A consciência pode fluir para o que fazemos de 3 maneiras e assim, por nosso intermédio, penetrar no mundo. A menos que decorra de uma dessas três modalidades, qualquer coisa que façamos será marcada pela disfunção e pertencerá ao ego. As modalidades são: aceitação, prazer e entusiasmo. Precisamos estar atentos para garantir que uma modalidade permaneça ativa sempre que estivermos envolvidos na execução de algo.

  • Aceitação – Embora possamos não gostar de fazer determinadas coisas, precisamos ao menos aceitar que temos que executá-las. Aceitação significa o seguinte: por enquanto, o que está situação, este momento requer de mim é isso, então eu faço de boa vontade.
  • Prazer- Sempre que o poder criativo do universo está consciente de si mesmo, ele se manifesta como prazer. A alegria é o aspecto dinâmico do ser. Sentimos prazer com qualquer atividade que estejamos presentes, com toda a ação que não seja apenas um meio para alcançarmos um fim.
  • Entusiasmo – Quando surge em você um visão, uma meta e você passa a trabalhar para implementá-la. Quando acrescentamos uma meta ao prazer proporcionado por nossa ação, o campo energético ou frequência vibracional muda. Por intermédio do entusiasmo entramos em completo alinhamento com o princípio criativo que emana do universo, sem, contudo nos identificarmos com nossas criações. O prazer com aquilo que realizamos, combinados a uma meta ou visão para a qual trabalhamos, transforma-se em entusiasmo.

Por que nos sentimos desconectados do Todo?

Nós não reconhecemos essa unidade, isto é, só vemos as coisas como elementos isolados. Isso ocorre por duas razões. Uma delas é a percepção, que reduz a realidade aquilo a que temos acesso por meio da pequena extensão de nossos sentidos: o que podemos ver, ouvir, cheirar, provar e tocar.

No entanto, quando somos capazes de perceber sem interpretar ou rotular mentalmente, ou seja, sem acrescentar o pensamento as percepções, conseguimos sentir de fato a interconexão mais profunda sob a percepção da aparente separação das coisas.

A outra razão séria para a ilusão da separação é o pensamento compulsivo. Quando estamos presos a fluxos incessantes de pensamento compulsívo, de fato o universo se desintegra para nós e perdemos a capacidade de sentir a interconexão entre tudo o que existe. O pensamento desmembra a realidade em fragmentos sem vida.

Nada do que é dito sobre a natureza do universo deve ser considerado como verdade absoluta. Nem conceitos nem fórmulas matemáticas podem explicar o infinito. Nenhum pensamento é capaz de conter a vastidão da totalidade. A realidade é um todo unificado, entretanto, o pensamento a divide em fragmentos.

Isso causa erros básicos de interpretação – por exemplo, de que existem coisas e acontecimentos separados ou que isto é a causa daquilo.

Todo pensamento pressupõe perspectiva, enquanto toda perspectiva, pela sua própria natureza, implica limitação, o que, em última análise, significa que não é verdadeira, pelo menos não absolutamente. Apenas o todo é verdadeiro, porém o todo não pode ser expresso em palavras nem em pensamentos. De uma perspectiva distante das limitações do pensamento e, portanto, incompreensível a mente humana, tudo está acontecendo agora.

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