Bronnie Ware é a autora de um livro muito importante e interessante chamado “Antes de partir: Os 5 principais arrependimentos que as pessoas têm antes de morrer.”
Ela construiu toda a filosofia desse livro com base em sua experiência pessoal como cuidadora de pacientes em estado terminal. Conforme ela foi atuando nesse ramo de trabalho, ela recebeu preciosas lições de vida desses pacientes.
Ela percebeu que a maioria das pessoas chegam no final da vida com arrependimentos semelhantes.
Por isso, é muito importante ter consciência de quais são esses arrependimentos para não chegarmos no nosso leito de morte e então lamentarmos as mesmas coisas.
Esse livro é muito bom para gerar uma reflexão sobre a vida que estamos vivendo agora, pois senão tem o risco de morrermos sabendo que passamos a vida toda procurando a felicidade por meio dos canais errados; com ela sempre fugindo de você, sempre fora de seu alcance, com arrependimento, culpa e sofrimento.
A vida acaba tão rapidamente! Porém é possível chegar ao fim sem remorsos. Isso exige um tanto de coragem para viver da maneira certa e honrar a vida que você está aqui para viver, mas a escolha é sua e suas serão as recompensas.
O primeiro e principal dos lamentos e arrependimentos que as pessoas tiveram no final de suas vidas (que na verdade é a causa de todos os outros) é o seguinte:
Desejaria ter sido fiel a mim mesmo
O remorso de não haver vivido uma vida verdadeira para si mesmo era o mais comum. Era também aquele que causava a maior frustração
Isso envolve ter a coragem de ser você mesmo, o suficiente para viver do jeito que você deseja, independentemente do que as outras pessoas digam e esperam de você.
Uma situação muito comum que expressa essa frustração é a de você viver trabalhando em algo sabendo que existe outra coisa te esperando, algo que sua alma anseia.
Esse medo vem principalmente do medo da zombaria/ critica por parte da familia da pessoa, do medo da crítica e opinião de outras pessoas, dos julgamentos etc.
Porém, uma coisa que você tem que saber é o seguinte:
Toda vez que alguém te machuca, é cruel ou faz críticas negativas a você, aquilo não tem nada a ver com você. Na verdade é o próprio sofrimento e pobreza interior da pessoa outra pessoa sendo projetado em você.
Pessoas felizes não tratam outras pessoas dessa forma. Elas não julgam os outros por viver uma vida fiel à sua própria identidade. Se elas fazem alguma coisa é respeitá-los.
Portanto, toda vez que palavras negativas são injustamente atiradas sobre você, ao invés de levar aquilo como um insulto pessoal, pratique a compaixão, afinal, essas palavras não vieram de um lugar feliz – vieram do sofrimento da outra pessoa.
A vida é sua, não de outra pessoa. Se você não está encontrando algum elemento de felicidade no que criou e não está fazendo nada para remediar isso, então a dádiva de cada novo dia é desperdiçada.
Quanto mais tempo você ficar no ambiente errado e permanecer sendo um “produto do seu meio” por mais tempo você negará a você mesmo a oportunidade de conhecer a verdadeira felicidade e satisfação.
A vida é curta demais para ficar vendo a passar, só por causa do medo que pode ser superado, se for encarado.
Um pequenino passo ou uma pequena decisão são grandes pontos de partida, isso e assumir a responsabilidade por sua própria felicidade, por sua vida.
E uma coisa muito importante de entender é que os nossos maiores bloqueios – para termos aquela vida autêntica que tanto desejamos – não são bloqueio físicos e sim mentais.
Todos nós temos prisões de que precisamos nos libertar – prisões de pensamentos doentios e sistemas de crenças negativos, que obstruem o nosso eu verdadeiro de brilhar.
A jornada aqui é justamente se libertar de todas essas criações equivocadas de nossa mente e redescobrir o nosso potencial, que sempre esteve ali encoberto por toda essa escuridão.
Conforme vamos fazendo isso, nossa vida se torna cada vez mais autêntica e real e passamos a não ligar mais para a opinião e crítica de outras pessoas.
Desejaria não ter trabalhado tanto
Nós passamos tanto tempo fazendo planos para o futuro, sempre dependendo de as coisas virem numa data posterior para assegurar nossa felicidade ou presumindo que temos todo o tempo do mundo, quando tudo que temos é nossa vida hoje!
Um dos pacientes da Bronnie Ware disse o seguinte: “Por que dependemos tanto do mundo material para termos valor?” — e fez algumas reflexões sobre como as pessoas parecem sempre querer mais, baseando suas importâncias no que possuíam e no que faziam, em vez daquilo que eram no fundo de seus corações.
Ele continua e diz que não há nada de errado em querer uma vida melhor, porém a procura por mais e a necessidade de ser reconhecido por nossas conquistas e pertences podem nos desviar das coisas reais, como o tempo a passar com aqueles que amamos, o tempo para fazer as coisas que nós mesmos amamos, e nos afastar do equilíbrio.
O valor verdadeiro não está no que você possui, mas no que você é. Pessoas que vão morrer sabem disso. Seus pertences não têm utilidade de espécie alguma no fim.
O que as outras pessoas pensam delas, ou o que elas adquiriram em termos de posses, nem mesmo entram em seus pensamentos nesse momento.
No fim, o que importa às pessoas é quanta felicidade elas deram àqueles que amam e quanto tempo elas passaram fazendo coisas que elas mesmas amavam.
A própria autora diz que nenhum paciente em seu leito de morte se arrependeu do fato de não terem comprado ou possuído mais coisas.
Em vez disso, o que mais ocupa os pensamentos das pessoas que vão morrer é como elas viveram sua vida, o que fizeram, e se fizeram uma diferença positiva para aqueles que deixaram para trás, fossem esses a família, a comunidade, fosse quem quer que fosse.
Não há nada de errado em absoluto em amar o trabalho que você faz. Na verdade, é assim que deve ser. Mas a questão é encontrar equilíbrio para que o trabalho não seja toda a sua vida.
Aqui a chave é o equilíbrio – de você não criar uma vida em que vá se arrepender de ter trabalhado duro demais.
Também, uma das pacientes relata sobre a importância de fazer um trabalho que você ama. Quando você está fazendo um trabalho que ama, não se parece com trabalho. É simplesmente uma extensão natural de quem você é.
Nós damos ênfase demasiada ao dinheiro. O que precisamos fazer é estabelecer o que queremos fazer, qual projeto, e trabalhar nessa direção com concentração, determinação e fé.
Não fazê-lo pelo dinheiro. Fazê-lo, em vez disso, pelo projeto em si. Então o dinheiro vai se ligar ao projeto naturalmente, geralmente por meio de fontes inimagináveis.
O medo nos bloqueia inteiramente. O dinheiro é apenas outra espécie de energia, uma energia que quer trazer o bem e a felicidade para nós todos. Mas nós o usamos erradamente, dando-lhe poder, perseguindo-o, temendo-o, desequilibrando nossa vida em sua perseguição, ficando obcecados por ele.
Ele é tão disponível quanto o ar que respiramos. Nós não perdemos tempo nos preocupando se haverá ar suficiente. Nós não deveríamos perder nosso tempo se haverá dinheiro suficiente.
São precisamente esses pensamentos que bloqueiam o fluxo natural dessa energia amorosa e criativa em nossa direção.
Por isso que o propósito é tão importante em nosso trabalho. Se encontrarmos propósito nele, nós naturalmente nos aproximaremos dele com a intenção certa – e não partimos de uma lugar de medo, falta e escassez.
Qualquer trabalho com propósito vai beneficiar outra pessoa de algum outro modo. Com isso, o dinheiro naturalmente virá para apoiar essa intenção; desde que realizemos a ação que pudermos e não bloqueemos o fluxo com o medo.
Tanto que um dos arrependimentos que uma de suas clientes expressou foi o de que ele não desejaria ter passado tantos anos num emprego mediano, pois a vida termina tão rapidamente!
Não é necessário que um trabalho seja grandioso para que tenha propósito. Algumas pessoas são capazes de ajudar milhares de outras. Algumas podem ajudar apenas uma ou duas. Em ambos os casos, o trabalho é igualmente importante.
Todos nós temos um propósito, e trabalhar rumo a esse propósito contribui para o bem de todos. E, naturalmente, isso ajuda a nós todos também, pois dai o trabalho, então, não é mais trabalho, mas, uma extensão satisfatória de nós mesmos.
Desejaria ter tido a coragem de expressar os meus sentimentos
Aprender como expressar sentimentos é infelizmente um desafio para adultos em demasia. Foi também uma profunda frustração e arrependimento para as pessoas agonizantes
Como disse uma de suas pacientes:
“Nós devemos aprender a expressar nossos sentimentos agora e não quando for tarde demais. Nenhum de nós sequer sabe quando será tarde demais. Dizer às pessoas que você a ama. Dizer a elas que você as aprecia. Se elas não conseguem aceitar sua honestidade ou reagem de um modo diferente do que você esperava, isso não importa. O que importa é que você revelou a elas seus sentimentos.”
Por que todos nós temos tanto medo de ser abertos e honestos? Naturalmente, é para evitar a dor que pode sobrevir como consequência de nossa honestidade.
Mas, esses muros que nós criamos trazem sua própria dor, impedindo os outros de saber quem nós realmente somos.
É necessário coragem expressar seus sentimentos, principalmente se você não está passando bem e precisa de ajuda, ou se você nunca expressou sentimentos sinceros para alguém que você ama e não sabe como isso será recebido.
Mas, quanto mais você pratica e partilha seus sentimentos, sejam eles quais forem, melhores as coisas ficam. O orgulho é uma perda de tempo tão grande!
Começando com pequenos atos de coragem em se expressar, você fica mais à vontade para se abrir e até começa a gostar de compartilhar essa franqueza.
Nós nunca deveríamos sentir-nos culpados por expressar nossos sentimentos, nem deveríamos incriminar alguém que conseguiu ter coragem de fazê-lo
Por isso, só porque alguém não respondeu do modo que você desejaria, isso não quer dizer que você deva se arrepender da tentativa de se expressar. A reação dos outros é escolha deles, exatamente como nossas reações não são de responsabilidade de ninguém mais.
O importante é não deixarmos de nos expressar, principalmente com aqueles pessoas mais importantes em nossas vidas! Isso previne o surgimento de culpa e arrependimento em nossas vidas, por não termos nos expressado e não termos deixado as pessoas nos conhecerem realmente.
Desejaria ter ficado em contato com meus amigos
Você imagina que seus amigos sempre estarão por perto. Mas a vida muda e de repente você se descobre sem ninguém neste mundo que lhe entenda ou saiba qualquer coisa sobre sua história.
É fácil ter um monte de conhecidos mas, quando se trata de chegar ao fundo, não são muitas as pessoas que ficam ao lado para enfrentar o pior da dor com outro alguém. Aqueles que o fazem são os verdadeiros amigos.
Às vezes há apenas certas pessoas em particular que nos entendem, não importa o que esteja acontecendo — e essas são os velhos amigos e são esses presentes que temos que cuidar para não perder em nossas vidas!.
Uma das pacientes da Bronnie disse o seguinte: “Não perca contato com os amigos que você mais valoriza. Aqueles que aceitam você como você é, e que a conhecem muito bem… Eles valem mais do que tudo no fim.“
Um outro paciente disse: “Se não fosse pelos amigos que fiz nos clubes, eu seria uma pessoa idosa muito solitária. Não teria ficado sozinho em termos de companhia, já que tenho meus filhos e netos, mas ficaria solitário por falta de companhias de minha idade que tivessem afinidade comigo.”
As boas amizades nos estimulam. A beleza da amizade é que essas pessoas nos aceitam como somos, pelas coisas que temos em comum. Amizade é questão de ser aceito como você é, não como outra pessoa quer que você seja.
Por isso, não deixe a vida ser um obstáculo. Dê um jeito de saber sempre onde seus amigos estão e deixe-os saber que você gosta deles nesse ínterim. Não tenha medo de ser vulnerável!
A vida fica ocupada e as amizades desaparecem. Sempre haverá pessoas que virão e irão nesta vida, os amigos incluídos.
Mas aqueles que realmente importam, aqueles que você ama mais ternamente, valem cada grama do esforço que você emprega para ficar em contato com eles.
São eles que estarão lá para você quando você mais precisar, exatamente como você estará lá para eles.
Desejaria ter me permitido ser mais feliz
A felicidade é uma escolha, uma escolha que temos que fazer todo dia. Em alguns dias não conseguimos.
Todos nós passamos por dificuldades na vida, porém, sempre temos a escolha entre se concentrar no que está errado e nas dificuldades que vivemos ou de tentar encontrar as dádivas de todo dia e apreciar o momento que estamos vivendo o máximo possível.
Nós temos a liberdade de escolher onde focalizar nossos pensamentos.
Há dias em que não conseguimos ser feliz, porém a aceitação dos dias mais difíceis traz uma certa paz, pois sabemos que isto também passará e que a felicidade nos espera do outro lado.
No entanto, ao escolhermos conscientemente nos focalizar na felicidade e nas dádivas, isso pode provocar grandes transformações na nossa vida.
O senso de gratidão, de apreciar todas as coisas que já conquistamos, é essencial para a nossa felicidade, pois senão ficaremos sempre correndo atrás de mais e de mais, em busca da felicidade que acreditamos estar no futuro.
Com isso, deixamos de perceber que todo dia é por si só uma dádiva e uma bênção e que o momento que estamos vivendo é tudo que nós temos, e que é exatamente no aqui e no agora que a felicidade se encontra!
Apreciar cada passo único ao longo do caminho é uma das chaves para a felicidade.
Isso é o que acontece na vida da maioria das pessoas: nos importamos demais com os resultados e esquecemos de nos fazer feliz ao longo do caminho!
Enquanto se trabalha em direção a metas, o momento presente é muito frequentemente negligenciado ao longo do caminho.
Depender do resultado final para sua felicidade não é o meio de fazê-lo. A gratidão por todos os dias ao longo do caminho é a chave para reconhecer e curtir a felicidade agora. Não quando os resultados surgem ou quando você se aposenta, ou quando acontece isto ou aquilo.
Você realmente só vai se dar a permissão para ser feliz quando atingir suas metas? Seus resultados? E vai se fazer infeliz e miserável durante todo o processo? Pense bem na absurdidade disso!
Vivendo uma vida autêntica
Lendo o livro, ficou claro que a origem de todos esses arrependimentos é a falta de verdade consigo mesmo, a inautenticidade, de você não viver a sua verdade, de não ter descoberto quem você verdadeiramente é e estar totalmente desalinhado de sua essência única.
Tanto que o principal arrependimento foi “Desejaria ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira para mim mesma, não a vida que os outros esperavam de mim”
Imagina a tristeza de você chegar no final de sua vida e ver que sua vida inteira foi uma mentira? Que você não foi verdadeiro consigo mesmo? Que viveu seguindo o caminho de outras pessoas e nunca sendo real?
Por isso a importância de nos fortalecemos interiormente e fazer do autoconhecimento uma prioridade. Pois se você não sabe quem você é, outras pessoas nos dirão quem somos e o que fazer da vida! E isso é um convite a miséria!
Espero que você tenha gostado dessa resenha do livro Antes de partir: Os 5 principais arrependimentos que as pessoas têm antes de morrer. Qual pra você é o pior arrependimento? Não deixe de comentar!
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