Nesse post fiz uma resenha/tradução das principais partes do livro de Dean C. Halverson, um especialista no estudos das religiões mundiais, chamado “The compact guide to world religions”.
Nesse livro o autor nos ajuda a entender as principais diferenças entre as religiões e a apreciar a peculiaridade do Cristianismo.
Em nosso cultura de tolerância e relativismo, não está em moda falar que uma religião é única. Porém isso mais atrapalha do que ajuda, pois obscurece as declarações de exclusividade que cada religião faz, impedindo a pessoa de investigar mais profundamente sobre cada uma delas.
Primeiro vamos começar definindo o que é a religião:
O que é a religião?
Na definição de religião que o autor trabalha nesse livro, ele diz que religião é um conjunto de crenças que respondem perguntas como: O que é a realidade? Qual é a natureza desse mundo? Qual é a natureza da humanidade? Qual é o problema principal da humanidade? O que acontece depois da morte?
Tal definição significa que a religião não necessariamente precisa ter uma crença em Deus, rituais, sacerdotes, etc. O secularismo e o marxismo são exemplos que podem ser chamados de religiões pois respondem tais questões últimas (mas não ensinam a existência de um Deus sobrenatural e nem dizem nada sobre ele).
Conceito de Deus
- No lado esquerdo do espectro estão as religiões monoteístas (um Deus) que dizem que Deus é o Criador transcendente do mundo e, por conta disso, distinto e separado de sua criação.
- No lado direito do espectro estão as religiões monistas (Deus é uma unidade) que enfatizam a imanência de Deus – acreditam que a essência de Deus e a essência do mundo são as mesmas.
- No lado extremo direito do espectro (depois das monistas) estão as religiões ateístas (Deus não existe) que negam a existência de Deus. Porém, o ateísmo é similar ao monismo na questão de que ambas dizem que a realidade última é uma única substância – no monismo a substância é o espírito, no ateísmo, a substância é a matéria.
- No meio dos espectros se encontram as religiões dualistas (duas forças) e politeístas (vários Deuses). Existem dois tipos de religiões dualistas, as competitivas (possuem algumas similaridades com o monoteísmo) e as equilibradas (possuem similaridades com o monismo). Os Deuses das religiões dualistas e politeístas servem como intermediadores da realidade última, do ser Supremo (não são a realidade última em si). A realidade última geralmente possui uma natureza monoteísta ou monista.
Visão da humanidade
Na esquerda, Deus está separado de sua Criação (monoteísmo), existe uma apreciação maior do valor da humanidade quando comparada com o resto da criação (outros animais, natureza, etc).
A direita (monismo/ateísmo) existe uma percepção de que a humanidade não é tão valiosa assim, pois ela não diferente da natureza em essência.
Problema principal da humanidade
Com relação ao problema principal da humanidade, na esquerda temos o PECADO – a ideia de que a humanidade falha em viver de acordo com o padrão de pureza/santidade de Deus.
Na direita, o pecado tem a ver com a ignorância, seja a ignorância de sua própria divindade (hinduísmo) ou a ignorância de uma solução racional para os problemas da humanidade (humanismo secular)
A vida após a morte
Com relação a vida após a morte, no lado esquerdo a pessoa continua a existir como individuo consciente, seja no céu ou no inferno.
Já no espectro direito da tabela (monismo), o objetivo é o individuo perder sua identidade/individualidade para fundir-se a unidade impessoal da realidade última. No caso do ateísmo, a pessoa (pelo fato de ser apenas matéria), ela deixa de existir completamente.
A urgência espiritual
A busca espiritual é o que nos diferencial de outros animais criados. Somente os seres humanos possuem a necessidade de buscar um propósito e significado maior em suas vidas, algo maior do que nossa existência ordinária. Podemos negar tais coisas, mas isso leva somente ao desespero e a angústia. Até mesmo os ateístas (que não acreditam na existência de Deus) possuem fé em algo, ele vivem por algo maior do que eles mesmos.
Apesar de termos esse impulso religioso, temos dois tipos de reações contra Deus dentro de nós. Ao mesmo tempo que somos atraídos a Ele, queremos também fugir Dele. Essa luta é demonstrada na parábola de Jesus do Filho Prodigo – a história de uma criança que desejava correr para longe de seu Pai, somente para depois se arrepender e querer voltar a Ele.
O filho quis fugir de seu Pai pois se sentiu preso e reprimido por Ele. Ele queria gratificação instantânea, ele não queria esperar por sua herança, ele quis tê-la agora! Ele queria ser autossuficiente e independente. Enquanto ele estava na casa de seu Pai, ele tinha que viver sob Suas regras – ele cansou disso e quis criar suas própria regras, ele quis o relativismo moral, em que não há absolutos morais, apenas preferências pessoais.
Todos nós somos como esse filho rebelde. Todos nós empurramos o Pai para longe, temos essa natureza rebelde dentro de nós. Como seres humanos, temos a tendência de querer escapar daquilo que nos restrinja e vemos Deus como esse ser que nos restringe. Se nos for dada uma Lei, temos a vontade de rejeita-la.
Nos rebelamos contra a Autoridade moral pois ela nos restringe, ela “ataca” nossa independência e orgulho. Tendemos a empurrar para longe aquilo que nos ameaça e muitos de nós vemos Deus como uma ameaça. Isso pois a sua Santidade Moral desafia a nossa independência e autossuficiencia.
As palavras de Paulo em Romanos 1 mostram que existem 3 passos para empurrarmos Deus para longe: consciência, supressão e substituição.
Consciência
Paulo fala sobre nossa consciência de Deus da seguinte forma: “Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis” – Romanos 1:20
Como somos conscientes da existência de Deus?
- A primeira é a presença de um design inteligente, que aponta para um Designer. As pessoas costumavam a acreditar que quanto menor fosse alguma coisa, menos complexa ela era. Porém agora, com equipamento avançado, podemos ver a complexidade que existe em uma única célula. Tal complexidade não vem por acaso ou por mero acidente.
- O fato de que a energia do universo é finita e está diminuindo em acessibildade indica que o universo é contingente, necessitando da existência de um Criador que lhe deu origem – a existência do universo não é necessária, veio de outra fonte. Sem essa outra fonte ter existência em si mesma (uma existência necessária), não existiria a primeira Causa, somente uma infinita regressão de efeitos, que é impossível.
- O fato de termos uma consciência indica que um Deus santo e pessoal é a fonte de nosso padrão de certo vs errado – “De fato, quando os gentios, que não têm a lei, praticam naturalmente o que ela ordena, tornam-se lei para si mesmos, embora não possuam a lei; pois mostram que as exigências da lei estão gravadas em seus corações. Disso dão testemunho também a consciência e os pensamentos deles, ora acusando-os, ora defendendo-os. “ – Romanos 2:14-15. A santidade indica que Deus é pessoal e não uma unidade/energia impessoal, pois somente pessoas são capazes de fazer distinções morais. Nossa consciência indica que falhamos em viver de acordo com os padrões exigidos por Deus (pois não somos capazes nem mesmo de viver de acordo com nossos próprios padrões).
- A provisão que recebemos da natureza indica que Deus é bom e que ele se importa conosco – “Mas Deus sempre mostra quem ele é por meio das coisas boas que faz: é ele quem manda as chuvas do céu e as colheitas no tempo certo; é ele quem dá também alimento para vocês e enche o coração de vocês de alegria.” – Atos 14:17. Todos nós sentimos (por mais escondido que isso esteja) que devemos ter gratidão a essa fonte suprema.
Supressão
Apesar de Deus ter feito sua existência abundantemente evidente, nós suprimimos essa verdade.
“Portanto, a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis; porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e os seus corações insensatos se obscureceram.“
1 Romanos 18-21
A Humanidade suprimiu a verdade de quem Deus é de duas formas: seu conhecimento e santidade.
Em nossa rebelião contra Deus, a humanidade o empurrou para longe – fazemos Deus ser distante, abstrato, inconcebível. Tal supressão é vista quando olhamos para os conceitos de realidade última das grandes religiões. No Hinduísmo, por exemplo, a realidade última BRAHMAN é descrita como “nirguna”
Muitos hindus acreditam que o seu objetivo final na vida é alcançar a união espiritual com o espírito supremo – Brahman.
Brahman é descrito de duas maneiras principais pelos hindus – como Nirguna Brahman ou Saguna Brahman.
O termo Nirguna Brahman refere-se ao conceito de que Brahman está além do tempo e do espaço. Nirguna significa sem atributos e é a ideia de que Brahman não tem forma particular e está presente em todos os seres vivos e em todos os lugares.
Outra forma pela qual Brahman é percebido é como Saguna Brahman. Isso significa que Brahman tem forma, identidade e propósito, que podem variar ao longo do tempo.
Os hindus que acreditam em Saguna Brahman veem divindades como uma forma de as pessoas compreenderem a vasta natureza de Brahman. Essas divindades ajudam os adoradores hindus a se concentrarem em imagens ou estátuas. Este tipo de devoção é conhecido como bhakti e é uma das formas identificadas por Senhor Krsna no texto hindu Bhagavad Gita para alcançar a união com Brahman.
No Budismo, a realidade última é descrita como “Vazio/Vacuidade”. No taoísmo, as primeiras palavras do Tao Te Ching (as escrituras taoístas) são: “
“O caminho que pode ser expresso não é o Caminho constante
Tao te Ching
O nome que pode ser enunciado não é o Nome constante“
No Islã, o Corão diz sobre Allah que “Nada é como ele”. Apesar de isso possuir certa similaridade com o Cristianismo (em sua visão de Deus), os islãs levam isso ao extremo (nada pode ser conhecido de Deus, nem metaforicamente). É preciso distinguir entre incompreensivel e inconcebível. Os cristão afirmam que Deus é incompreensível mas não inconcebível.
Pelo fato de Deus ser infinito, ele é incompreensível para a mente humana. Porém, pelo fato de Deus ser pessoal, podemos conhecê-lo e fazer declarações de verdade sobre ele.
Todas essas formas de “conhecer a Deus” o fazem ser distante, abstrato, desconhecido e inconcebível.
A supressão da santidade de Deus – “Tu não és um Deus que tenha prazer na injustiça; contigo o mal não pode habitar.” – Salmos 5:4; “E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.” – Isaias 6:3; “E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas.” – 1 João 1:5
Tal conceito de santidade absoluta é ausente nas outras religiões mundiais (ou diminuído, negado). Apesar das religiões mundiais chamaram Deus de grandioso, elas esquecem de sua santidade.
- Negada- Nas religiões monistas, Deus é uma unidade impessoal que se encontra além de todas as distinções (incluindo as distinções entre bem vs mal). A moralidade santa de Deus é negada.
- Diminuída – Podemos medir a visão de santidade que cada religião tem de Deus por meio de seu caminho de salvação. No Islã, todas as obras que a pessoa realizou em sua vida serão medidas no dia do julgamento para determinação do destino da pessoa. Então, se a pessoa for 51% boa e 49% má, ela iria para o paraíso. A Bíblia no entanto, diz que a santidade de Deus requer que sejamos 100% justos para sermos aceitos por ele. – “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 5:48) / “Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: “Sejam santos, porque eu sou santo” (1 Pedro 1:15-16). Então, o Deus do Alcorão permite que pessoas impuras estejam diante de sua presença (diminuindo o nível de santidade de Deus)
A realização
Depois de sua chegada no pais distante, o filho pródigo começou a passar muita fome e a viver miseravelmente. Da mesma forma, todos nós temos essa fome espiritual – ansiamos por algo a mais na vida, mas não sabemos o que estamos procurando. A pessoa só pode aplacar essa fome espiritual mentindo para si mesma.
Nossa cultura secularista tentou negar essa sede espiritual, mas a busca pelo sagrado persiste.
Nossa fome espiritual, de querermos preencher nosso vazio interior com significado, esperança e perdão indicam a existência de uma realidade transcendente, Deus.
O retorno
Ao experimentar a fome que foi resultante de ter saído da casa de seu Pai, o filho decide voltar a casa de seu Pai. Vivemos com essa “esquizofrenia espiritual”, na qual enquanto tentamos nos afastar de Deus, ao mesmo tempo somos atraídos a ele.
“Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados’.
Lucas 15:18-19
Desde quando ser um filho é um assunto de ser bom/ruim? Se você é um filho, você é um filho, mesmo que tenha quebrado as regras de seu Pai e quebrado seu coração.
É necessário humildade e despojamento do orgulho para aceitarmos o presente de perdão de Deus.
Substituição
Somos todos como o filho, nós empurramos Deus para longe por conta das restrições que sentimos que ele nos coloca. Nós o vemos como uma ameaça para nosso mundo seguro. Tentamos preencher esse vazio com uma variedade de coisas como: viver uma boa a vida para obter favores de Deus; preencher nossas vidas com bens materiais, sucesso material e experiencias extravagantes, técnicas para manipular nossa energia espiritual, rituais para evocar Deus, entrar em contato com outros Deuses menos intimidadores do que o Deus Soberano e Santo.
“Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis.”
1 romanos 22-23
No Hinduísmo, devemos mirar para muitas vidas futuras para conseguirmos nos libertar de nosso ego individual e escapar do ciclo de nascimento, morte e renascimento. No Budismo, devemos extinguir com o desejo. No movimento da nova era devemos, por meio de muitas outras vidas, aprender as lições de amor. No Islã, devemos viver uma boa vida para que nossas boas ações se sobreponham as más (e possamos ir para o céu)
Como o filho pródigo, nós também substituímos mérito por graça. Alguns podem dizer: é injusto que apenas os cristãos sejam perdoados enquanto as pessoas de outras religiões, que podem ter vivido vidas muito boas, não sejam. O problema nessa afirmação é confundir mérito com graça (acreditando que o perdão de Deus pode ser conquistado por minhas próprias obras). Um presente, no entanto, só pode ser recebido e não conquistado.
Além de termos substituído a graça pelo mérito, também substituímos o Verdadeiro Deus por falsos Deuses. A idolatria não é produto de esquecermos de Deus, é o meio pelo qual nos esquecemos Dele. O esquecimento começa pela supressão, depois pela idolatria que nos cega e nos faz esquecer que esquecemos de Deus”. A humanidade está tão cega espiritualmente que esquecemos que substituímos Deus por algo menor que Ele.
A ideia de Deus querer/ansiar por estar em um relacionamento com nós que nos rebelamos contra ele é o que distingue o Evangelho Cristão das outras formas de salvação oferecidas pelas religiões mundiais. O Brahman do Hinduísmo, que não possui atributos, poderia ser capaz de amar? O Vazio do Budismo teria alguma ânsia de ter um relacionamento conosco? O Deus do Alcorão, que está além de todas as metáforas, possui um grande amor?
A restauração do relacionamento
Precisamos entender sobre a seriedade do pecado. O salário do pecado é a morte e nos separa de Deus. O Cristianismo é único pois ele retrata a humanidade como sendo “espiritualmente depravada/morta”. Mas as BOAS NOVAS é que podemos ser resgatados e ter uma vida nova.
O que aprendemos com a parábola do filho pródigo? Que sofremos de uma depravação espiritual e rebeldia contra Deus. Somos atraidos a Deus mas, ao mesmo tempo, querer fugir dele (pois nos sentimos restringidos e ameaçados por Ele). Ficamos desconfortaveis com o vazio espiritual e tentamos preenchê-lo com várias formas de idolatria (substitutos para Deus) e baseando nosso relacionamento com Deus com base no mérito.
Deus quer ter um relacionamento conosco, mesmo diante de um cenário de intensa rebelião – ele é amoroso e se preocupa conosco.
Existe verdade nas religiões não cristãs
Todas as religiões contém alguma verdade e os Cristãos devem ser encorajados a reconhecer tais verdades.
O Islã é forte em sua apreciação pela grandeza de Deus.
O Zoroatrismo enfatiza a pureza de Deus, que demanda nós também sermos puros.
O Animismo nos ajuda a apreciar a verdade de que nossa batalha não é contra a carne e o sangue.
“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste mundo, contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais.”
Efésios 6:12
O Taoísmo nos incentiva a sermos sensíveis aos caminhos subjacentes da natureza e a lidar com as pessoas de forma gentil e com entendimento.
As palavras de Paulo que dizem: “Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós” podem nos ajudar a apreciar a ênfase hindu na imanência de Deus.
E até mesmo a tentativa ateísta de buscar por soluções por meio do pensamento racional podem ajudar os Cristãos a pensar melhor e a sermos consistentes em nosso modo de vida.
Apesar de podermos apreciar as verdades que existem nas religiões, isso não significa que todas essas religiões contenham a verdade que leva a salvação.
O que faz o Cristianismo ser Único?
O que faz o Cristianismo ser único é a pessoa de Jesus Cristo. Mas o tem de mais em Jesus Cristo que faz o Cristianismo ser único? Isso é demonstrada na seguinte passagem bíblica:
“Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados“
1 João 4:9-10
Os 6 pontos a seguir distinguem o Cristianismo das outras religiões mundiais:
Jesus viveu na história
Os eventos da vida, morte e ressurreição de Cristo são históricos (não são míticos). As outras religiões são fundamentadas mais em práticas e ensinamentos, enquanto que o Cristianismo é voltado para o trabalho de salvação de uma pessoa – Jesus Cristo. Se Jesus Cristo não viveu, não morreu na Cruz e não ressucitou dos mortos na história, então o Cristianismo não tem fundação.
A fé em Cristo não é uma fé numa série de ensinamentos dados por um instrutor e sim numa pessoa real e viva, o Deus vivo. Se você tirar a figura do Buda do Budismo, ainda sobrariam seus ensinamentos. Se você tirar o Maomé do Islã, você ainda teria o corpo de seus ensinamentos intactos. Mas se você tirar Jesus Cristo do Cristianismo, tudo cairia por terra abaixo.
Quer o Buda ou o Maomé foram pessoas que realmente existiram ou não, suas declarações de verdade continuam valendo, pois poderia ser feitas por qualquer outra pessoa.
“E se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.”
1 Coríntios 15:17
Deus se fez carne
João escreve que Deus enviou seu Filho Único. Ele não esta dizendo que Jesus é o filho de Deus em um sentido místico, em que sendo parte da unidade divina, somos todos filhos de Deus. A palavra “filho” implica alguém que tem uma natureza igual. Jesus é Deus que se fez homem.
“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”
1 João 1:14
A humanidade está espiritualmente morta
O Cristianismo considera que a humanidade, em sua condição pecadora, está espiritualmente morta (pois senão não seria necessário “voltarmos a vida”. A condição espiritual da humanidade no Cristianismo é muito pior do que em todas as outras religiões. Apesar de outras religiões reconhecerem que existem problemas no ser humano, ela ensina que todos nós temos a habilidade de consertá-los.
Somente o Cristianismo diz que a humanidade está espiritualmente morta e que não tenhamos nenhuma esperança, exceto pelo poder restaurador e graça de Deus.
“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor.” – Romanos 6:23
“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados”
Efésios 2:1
Deus é santo
A implicação de Deus requerer a mais severa de todas as penalidades – a morte, como pagamento do pecado é devido a santidade de Deus. Deus tem zero tolerâncias ao pecado. Nossa tendência como humanos é nos rebelar ao padrão absoluto exigido por Deus.
“Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar”
Habacuque 1:13
“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;”
Hebreus 12:14
Jesus Cristo venceu a morte
A história de Jesus não termina em derrota (a morte não ganha de Jesus Cristo). Na verdade, ela termina em vitória, com Jesus ressuscitando fisicamente dos mortos. A vitória de Jesus da morte também é nossa vitória, pois a ressurreição de Jesus é o que fez João escrever “ para que pudéssemos viver por meio dele.“
A salvação é um presente grátis
João escreve: “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados“. Note que a direção do amor é de Deus para nós, e não de nós para Deus. A salvação não é baseada no mérito individual e sim na graça livre de Deus.
“Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: “O justo viverá pela fé”.
Romanos 1:17
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.”
Efésios 2:8-9
Quanto mais s salvação depender de nossos próprios esforços, menos certeza temos de que a obteremos. Quando dependemos unicamente de Deus, por meio de Jesus Cristo, para nos salvar, ganhamos certeza, pois depende Dele, que é confiável e verdadeiro (e não nós).
Outras informações
O Zoroastrismo, fundado na antiga Pérsia, ensina que o Espírito Bom e o Espírito Maligno são iguais, lutando entre si. O Cristianismo diz que o Espírito Maligno é Satanás com sua horda de demônios, e eles não são iguais a Deus.
O Cristianismo é uma religião monoteísta, mas é uma versão muito especial: o monoteísmo trinitário. Deus existe em três pessoas que compartilham a mesma essência ou substância em perfeita unidade – como Um Deus.
Como Evangelizar?
Nossa abordagem deve ser gradual (ao expor o evangelho a alguém que desconhece da fé cristã);
O assunto principal é: “Quem é Deus?” Deus é pessoal e por ser pessoal ele pode se dar a conhecer (e ele fez isso por meio de Jesus Cristo).
As muitas variações das religiões mundiais podem ser classificadas em três cosmovisões: Naturalismo (ateísmo), Monismo e Teísmo.
Como dizer qual dessas três cosmovisões é verdadeira? Testando-as por três critérios para a verdade:
- Consistência lógica – uma cosmovisão verdadeira não ira se contradizer
- Factualidade – uma cosmovisão verdadeira vai se ajustar aos fatos
- Viabilidade – você conseguir viver com essa cosmovisão verdadeira em sua vida consistentemente.
Naturalismo (Ateísmo)
- A realidade última é a matéria física
- O universo físico é eterno (de alguma forma ou outra), fechado (sem influência sobrenatural), e opera de acordo com leis materiais.
- A Humanidade é um ser físico resultante de forças evolutivas.
Consistência lógica – O naturalista diz que apenas a materia existe. Se isso é verdade, então nossos pensamentos são determinados por estímulos biológicos e não por evidências ou por princípios da razão. Além disso, não haveria um “eu” que estaria usando a razão e pensando.
Factualidade – Se a matéria (e energia) é tudo o que existe (sendo que essa é a suposição do naturalismo), então a implicação para tal fato é a de que o universo sempre existiu. Porém, encontramos evidências que indicam que o universo teve um começo, em algum ponto do tempo.
Viabilidade – Muitas pessoas atrelam valor a vida humana. Mas tal senso de valor não existe no naturalismo, pois no naturalismo não há fundação para considerar a vida humana unicamente valiosa em comparação aos outros animais (o naturalismo diz que os seres humanos são apenas uma forma avançada de animal)
Além disso, as pessoas tendem a julgar as ações imorais de outras pessoas e culturas, elas vivem como se a moralidade fosse baseada em algum padrão fora de si mesmas, externo. Porém, o naturalismo não pode prover esse padrão moral objetivo.
Monismo
- A realidade última é espiritual, imaterial e usualmente caracterizada como sendo impessoal e indiferenciada.
- O universo é uma emanação do espírito e visto como uma ilusão (aparência).
- A humanidade tem uma natureza igual a da realidade espiritual
Consistência lógica – A crença de que a realidade última está além de toda a diferenciação – leva uma pessoa a dizer que não há verdade absoluta. Por quê? Porque verdade implica uma distinção entre a verdade e não-verdade. O monismo no entanto, por ser indiferenciado, não permite tais distinções – ele inclui e absorve todos os conceitos de verdade. Mas a declaração de que não existem verdades absolutas é, em si, uma declaração de verdade absoluta.
Factualidade – O monismo diz que a realidade última é sem diferenciação e sem separação. Ela não é uma forma de inteligência, pois a inteligência faz distinção entre as coisas. Tal fonte indiferenciada não é apropriada para ser a Causa-Primeira para uma realidade que manifesta distinções e para uma humanidade que exibe inteligência.
Viabilidade- A maiorias das cosmovisões monistas diz que o homem deve agir de forma pacífica em relação a toda a vida. Mas você não pode fazer isso e ao mesmo tempo se alimentar/comer comida, pois até mesmo os vegetarianos matam plantas, que é uma forma de vida.
Teísmo
- A realidade última é um Deus pessoal, eterno e infinito.
- O universo foi criado por Deus a partir do nada e é material e imaterial.
- A humanidade foi criada por Deus (em sua imagem) e é material e imaterial.
Consistência lógica – Os seres humanos vivem com um sentimento de que possuem valor como pessoa, de que a vida tem um propósito e que a moralidade possui significado. Tais coisas são encontradas no Deus-Criador que é Pessoal (por isso temos valor), que nos criou para nos relacionarmos com Ele (por isso a vida tem significado) e que é santo (por isso a moralidade tem uma fundação).
Factualidade – A teoria de que o universo foi criado por uma causa inteligente é consistente com o princípio de causalidade, que diz que para cada efeito existe uma causa.
Viabilidade – Já que somos feitos a imagem de um Deus pessoal, é natural vivermos com o entendimento de que pessoas possuem valor e que a moralidade possui significado.
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