“Como o estudo ACE mostrou, o abuso infantil e a negligência são a causa mais evitável de doença mental, a causa mais comum de abuso de drogas e álcool e um contribuinte significativo para as principais causas de morte, como diabetes, doenças cardíacas, câncer , derrame e suicídio.
Bessel van der kolk
No Documentário “A Sabedoria do Trauma” de Gabor Maté, o médico e autor tece críticas a respeito dos modelos e tratamentos da saúde mental que temos disponíveis atualmente. Ele diz que a maioria dos psicólogos/psiquiatras atuais não tem um conhecimento básico sobre como o trauma afeta nossas vidas.
Gabor diz que estamos presos a uma modo de tratar os seres humanos com base em diagnósticos rasos e remédios que, embora uteis em alguns casos, atuam apenas de forma paliativa em nosso sofrimento emocional, apenas encobrindo e anestesiando temporariamente a nossa dor, mas não resolvendo-a de fato.
Por exemplo, se tais profissionais da saúde atendem alguém que está com depressão, a conclusão mais imediatista é que essa pessoa está com alguma doença ou desbalanço químico em seus níveis de serotonina, então imediatamente prescrevem um remédio para recaptar a serotonina.
Se investigarmos mais profundamente, por exemplo, a palavra “depress” significa “empurrar para baixo”. Mas o que exatamente é empurrado para baixo? Emoções, principalmente raiva e tristeza.
E porque tal supressão emocional aconteceria? Ela acontece pois a pessoa não viveu em um ambiente emocionalmente seguro em sua infância. A criança que vivia em uma família disfuncional (a maioria de nós por sinal), para conseguir pertencer e manter-se ligada (apegada) e conectada aos seus pais, precisou abandonar e se dissociar de seu próprio mundo emocional. E, e ao se desconectar de suas emoções, acaba se perdendo de si mesma.
Podemos ver, portanto, que depressão não é causada exclusivamente pela falta de serotonina do cérebro, existem muitas causas mais profundas (traumas e emoções reprimidas) que não estão sendo levadas em consideração para o tratamento.
O que muitos desse profissionais não percebem é que estão tratando, muitas das vezes, apenas de sintomas de algo mais profundo e que não adianta tentar se livrar dos sintomas sem olhar para as CAUSAS, para o TRAUMA, para as feridas mais profundas da alma que a pessoa carrega e nem percebe.
Como o Dr Gabor Maté explica, trauma é uma ferida aberta que você continua sustentando ao longo de sua vida e que continua se manifestando, de diferentes formas. Ele diz que o “trauma é a força invisível que molda nossas vidas. Molda a forma como vivemos, a forma como amamos e a forma como entendemos o mundo. É a raiz de nossas feridas mais profundas.”
“A normalidade de nossa sociedade é que as pessoas estão desconectadas de quem elas são”
Gabor Maté
No documentário “The Wisdom of Trauma” o Dr. Maté nos dá uma nova visão: uma sociedade informada sobre o trauma na qual pais, professores, médicos, formuladores de políticas e jurídicos não estão preocupados em consertar comportamentos, fazer diagnósticos, suprimir sintomas e julgar, mas, em vez disso, buscar entender as fontes de onde brotam comportamentos perturbadores e doenças na alma humana ferida.
Gabor também critica muitas das formas de terapia que vemos por ai, dizendo que elas não vão a fundo o suficiente e ficam só na superficie, nunca solucionando a raiz do problema. Ele sugere que quando for procurar por algum tipo de terapia, procure uma que seja INFORMADA SOBRE TRAUMA e que foque em dissolver essas dores emocionais passadas.
“O trauma tornou-se tão comum que a maioria das pessoas nem reconhece sua presença. Afeta a todos. Cada um de nós teve uma experiência traumática em algum momento de nossas vidas, independentemente de ter nos deixado com um caso óbvio de estresse pós-traumático.“
Peter Levine
A verdade é que muitos de nós fomos criados em famílias disfuncionais, em que o ser da criança foi constantemente oprimido, não visto, não afirmado. E os piores traumas podem não ser aqueles visíveis, mas invisíveis: o abandono afetivo, a negligência emocional, o ambiente tóxico e estressante que a criança viveu, em que não podia expressar e sentir suas emoções autenticamente.
“Uma coisa é processar memórias de trauma, mas é uma questão totalmente diferente confrontar o vazio interior – os buracos na alma que resultam de não ter sido desejado, não ter sido visto e não ter sido permitido falar o verdade.”
Bessel van der kolk
Basicamente, podemos ferir as pessoas de duas formas: fazendo coisas más as elas ou privando a pessoa de suas necessidades básicas, principalmente as emocionais (necessidade de atenção, de ser visto, amado e aceito por quem você é, de poder sentir suas emoções autenticamente). São essas feridas invisíveis que mais passam despercebidas por nós.
São esses “traumas invisíveis” que muitas das vezes nem estamos conscientes de termos vivenciado em tempos passados, de que fomos privados de certas necessidades emocionais cruciais para o desenvolvimento saudável do ser.
A verdade é que nenhum de nós saímos ilesos disso… Por mais que você negue, todos nós fomos traumatizados em algum ponto de nossas vidas (mais de uma vez inclusive). É isso que o especialista em trauma Peter Levine comenta em seu livro “O Despertar do tigre: curando o trauma”:
“O trauma é talvez a causa mais evitada, ignorada, menosprezada, negada, incompreendida e não tratada do sofrimento humano.“
Peter Levine
Gabor também explica que o trauma é algo multigeracional (não começou só com sua família atual). A transferência de traumas, de geração a geração, parece ser o triste legado do ser humano. De pais que infligem a seus filhos a mesma miséria que lhes foi imposta por seus pais a líderes mundiais que jogam bombas em lugares que nunca visitaram.
“Entenda que o mal não existe como uma entidade absoluta mas o mau é uma emanação do trauma inconsciente humano. É por isso que as pessoas vão lá fora, sem nenhum tipo de remorso, e realizam esses massacres.”
Gabor Maté
Para que você não continue nesse ciclo de míseria e sofrimento, frutos dos traumas não resolvidos e energias presas de sofrimento que ainda habitam em você, e essencial que você se torne informado sobre o trauma, sobre seus efeitos e sobre como curar essas feridas abertas em si mesmo, para que não as transmita para as próximas gerações.
“Se não transformarmos nossa dor, com certeza iremos transmiti-la”
Richard Rohr
Os efeitos do trauma em sua vida
Nossos traumas são os reesposáveis por sermos tão reativos emocionalmente. Tais reatividades podem acontecer quando você menos espera. Quando você pensa que todas as feridas emocionais foram curadas, algo pode acontecer e te lembrar que ainda há uma cicatriz a ser curada.
Basicamente, toda reatividade emocional exagerada que você tiver é alguma memória dolorosa enterrada (que estava escondida em seu subconsciente) vindo para a mente consciente, trazendo consigo a dor emocional não processada do passado.
Traumas distorcem nossa percepção e pensamentos, como se estivessemos enxergando o momento presente com base nas lentes de nosso passado emocional não resolvido.
Além disso, as emoções não resolvidas do nosso passado fazem com que vivemos uma vida de compulsão e compensação – em que quase todos os nossos comportamentos não são autênticos e conscientes e sim uma tentativa de escapar de nosso sofrimento interior (vivemos em reação a esse sofrimento).
Separei aqui algumas frases de autores especialistas em traumas, que nos informam sobre as implicações do trauma em nossa saúde física, mental e emocional:
“Estar traumatizado significa continuar a organizar sua vida como se o trauma ainda estivesse conectado – inalterado e imutável – já que cada novo encontro ou evento é contaminado pelo passado.”
Bessel van der kolk
“O maior dano causado por negligência, trauma ou perda emocional não é a dor imediata que infligem, mas as distorções de longo prazo que produzem na maneira como uma criança em desenvolvimento continuará a interpretar o mundo e sua situação nele.”
Gabor Maté
Quer nós percebamos isso ou não, são nossas feridas e como lidamos com elas que direcionam e governam grande parte de nossos comportamentos, hábitos sociais e formas de pensar.
Gabor Maté
“Aprendemos que o trauma não é apenas um evento que ocorreu em algum momento do passado; é também a marca deixada por essa experiência na mente, no cérebro e no corpo. Essa impressão tem consequências contínuas sobre como o organismo humano consegue sobreviver no presente. O trauma resulta em uma reorganização fundamental da maneira como a mente e o cérebro gerenciam as percepções. Muda não apenas como pensamos e sobre o que pensamos, mas também nossa própria capacidade de pensar”
Bessel van der kolk
“Se um organismo está preso no modo de sobrevivência, suas energias estão focadas em lutar contra inimigos invisíveis, o que não deixa espaço para nutrição, cuidado e amor. Para nós, humanos, significa que enquanto a mente estiver se defendendo de ataques invisíveis, nossos laços mais íntimos estarão ameaçados, assim como nossa capacidade de imaginar, planejar, brincar, aprender e atender às necessidades de outras pessoas.”
Bessel van der kolk
“No entanto, o trauma é muito mais do que uma história sobre algo que aconteceu há muito tempo. As emoções e sensações físicas que foram impressas durante o trauma são vivenciadas não como lembranças, mas como reações físicas perturbadoras no presente.“
Bessel van der kolk
“A maioria de nós tem pensamentos e emoções doentios que se desenvolveram como resultado de traumas ou dificuldades na infância, ou da maneira como foram criados.”
Steven Seagal
“Depois de uma experiência traumática, o sistema humano de autopreservação parece entrar em alerta permanente, como se o perigo pudesse voltar a qualquer momento.”
Judith Lewis Herman
“O trauma volta como uma reatividade, não como uma memória”
Bessel van der kolk
Recuperando suas partes perdidas
A maior parte do que chamamos de personalidade não é um conjunto fixo de traços, apenas um mecanismo de sobrevivência que uma pessoa adquiriu na infância. Basicamente, sua personalidade atual não passa de um amálgama de todas as partes de seu ser que te mantiveram seguro e foram aceitas.
Quando não há segurança no ambiente em que é criada, a criança se vê forçada a criar segurança e se molda (adapta) para isso, abandonando o seu eu real. Nós abandonamos a nós mesmos para agradar os outros, pois nossa sobrevivência dependia dessa ligação com nossos cuidadores mais próximos.
O processo de cura envolve retomarmos e integrarmos esses aspectos rejeitados e negligenciados de nosso ser, liberando e dissolvendo esses mecanismos de defesa e sobrevivência (que nos fazem ficar contraídos) que desenvolvemos que obscurecem nossa autenticidade e expansividade.
É isso que o Gabor Maté explica nas seguintes frases:
“O que chamamos de personalidade geralmente é uma mistura de traços genuínos e mecanismos de sobrevivência que desenvolvemos na infância que não refletem nosso verdadeiro eu, mas a perda dele.”
Gabor Maté
“Se o ambiente não consegue dar a afirmação e o suporte a autenticidade e as emoções da criança, então ela, como forma de “pertencer” e “fazer parte”, irá inconscientemente e automaticamente suprimir suas emoções e se desconectarão de si mesmas, com objetivo de se manterem conectadas ao ambiente que vivem, sem o qual não podem sobreviver”
Gabor Maté
“As pessoas tem duas necessidades, o apego e a autenticidade. Quando a autenticidade ameaça o apego, o apego triunfa a autenticidade”
Gabor Maté
“Sob a superfície das partes protetoras dos sobreviventes do trauma, existe uma essência intacta, um Eu confiante, curioso e calmo, um Eu que foi protegido da destruição pelos vários protetores que surgiram em seus esforços para garantir a sobrevivência. Uma vez que esses mecanismos protetores acreditem que é seguro separar-se, o Eu emergirá espontaneamente e as partes poderão ser alistadas no processo de cura.
Bessel van der kolk
A dor é o caminho para sua liberdade
“O trauma é o inferno na terra. O trauma resolvido é um presente dos deuses.” -Peter A. Levine
“Nossa jornada de autorrealização é um pouco como o Inferno de Dante. Antes de sair do inferno, devemos caminhar pelas profundezas de nossa escuridão interior. Muitas religiões simbolizam bem essas experiências. Dois exemplos famosos incluem o caso de Jesus que teve que enfrentar Satanás no deserto e o encontro de Buda com Mara (o Satanás budista) antes de seu despertar espiritual”
(Mateo Sol)
Depois de você ter lido tudo isso até agora, pode estar se perguntando… Nossa! Estou ferrado então! Será que não tem nada que eu possa fazer em relação ao meu passado? Como posso me curar de meus traumas? Será que nossa dor mais profunda pode ser uma porta para a cura?
Nesse documentário é mostrado que sim. Gabor Maté diz que “a tentativa de escaparmos do sofrimento cria mais sofrimento” e que não podemos nos curar até superarmos completamente esse trauma, incluindo todos os sentimentos do evento, senão tais cargas emocionais de tal evento continuarão congeladas e estocadas em nosso corpo, continuamente permeando e influenciando todos os nossos pensamentos, sentimentos e ações.
Isso não significa que você esquecerá o evento traumático, mas sim que você não será mais emocionalmente afetado por ele – toda aquela carga negativa associada aquele memória dissipará de sua consciência e o que restará será apenas a recordação e os aprendizados e uma recontextualização mais positiva do significado daquele evento para sua vida.
“Uma memória sem carga emocional é chamada de sabedoria.”
Joe Dispenza
Carl Jung também descreveu esse processo de integração de nossa sombra (traumas não resolvidos) da seguinte forma:
“Não há despertar de consciência sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar a sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão
A cura é possível para todos
“O trauma é um fato da vida. No entanto, não precisa ser uma sentença de prisão perpétua.”
Peter Levine
“Nem toda história tem um final feliz, (…) mas as descobertas da ciência, os ensinamentos do coração e as revelações da alma nos asseguram que nenhum ser humano está além da redenção. A possibilidade de renovação existe enquanto a vida existir. Como apoiar essa possibilidade nos outros e em nós mesmos é a questão fundamental.”
Gabor Maté
“Cheguei à conclusão de que os seres humanos nascem com uma capacidade inata de triunfar sobre o trauma. Acredito não apenas que o trauma é curável, mas que o processo de cura pode ser um catalisador para um despertar profundo – um portal que se abre para uma transformação espiritual genuína e emocional.“
Peter Levine
Por trás de todo vício e doença existe uma dor emocional
No documentário “A sabedoria do trauma” também aprendemos que por trás de todo vício, existe um trauma, alguma ferida aberta do passado que não foi resolvida (que a pessoa tenta usar de substâncias, atividades para mascará-la e ocultá-la).
“Nem todos os vícios estão enraizados em abuso ou trauma, mas acredito que todos podem ser atribuídos a experiências dolorosas passadas. A dor está no centro de todos os comportamentos viciantes. Está presente no jogador, no viciado em internet, no comprador compulsivo e no workaholic. A ferida pode não ser tão profunda e a dor não tão insuportável, e pode até estar totalmente escondida – mas está lá. Como veremos, os efeitos do estresse precoce ou das experiências adversas moldam diretamente tanto a psicologia quanto a neurobiologia do vício no cérebro.“
Uma sociedade informada sobre o trauma
O que seria uma sociedade informada sobre o trauma? Para sermos informados sobre o trauma (um dos primeiros passos para toda a cura é a conscientização do problema), temos que saber as seguintes coisas:
- Reconhecemos a prevalência do trauma entre todos nós
- Aprendemos a perceber e sentir os sintomas do trauma em nós mesmos
- Reconhecemos que sempre que temos uma reação emocional, uma velha ferida está sendo tocada
- Entendemos a marca do trauma em nossos comportamentos e seu impacto em nossos relacionamentos
- Reconhecemos a dor nos outros e entendemos como essa dor pode estar afetando o seu comportamento
- Vemos a pessoa real por baixo do comportamento e do trauma
- Apoiamos a conexão e a compaixão como os pilares da segurança
- Sabemos que a experiência de se sentir seguro é o início da cura
- Entendemos que todo trauma é intergeracional
Nem todos entenderão o seu caminho
A cura é profundamente pessoal e algo que sua família pode ou não entender. A cura do trauma pode ser uma jornada muito solitária. Seus amigos, familiares e outros significativos podem nunca entendê-lo completamente.
Você é responsável por sua cura
Você não pode curar uma vida inteira de dor da noite para o dia, seja paciente consigo mesmo, leva o tempo que for necessário para se reconstruir. Leva tempo para desaprender anos de condicionamento. Seja paciente consigo mesmo.
“Eu não sou o que aconteceu comigo, eu sou o que escolhi me tornar.” – Carl Jung
“Sua ferida não é sua culpa, mas sua cura é sua responsabilidade”
Denice Frohman
Como curar os seus traumas
Mindfulness
“A atenção plena aumenta a ativação do córtex pré-frontal medial e diminui a ativação de estruturas como a amígdala que desencadeiam nossas respostas emocionais. Isso aumenta nosso controle sobre o cérebro emocional.”
Bessel A. Van Der Kolk
Saia do esconderijo completamente.
Não esconda sua dor só para si mesmo. Compartilhe-a.
“As crianças não ficam traumatizadas pelo fato de terem sido feridas, elas ficam traumatizadas pois ficam sozinhas com a ferida”
Gabor Maté
“Enquanto você guardar segredos e suprimir informações, estará fundamentalmente em guerra consigo mesmo.”
Bessel A. Van Der Kolk
“Apoio social não é o mesmo que apenas estar na presença de outras pessoas. A questão crítica é a reciprocidade: ser realmente ouvido e visto pelas pessoas ao nosso redor, sentir que estamos na mente e no coração de outra pessoa. Para que nossa fisiologia se acalme, cure e cresça, precisamos de uma sensação visceral de segurança. Nenhum médico pode prescrever amizade e amor: essas são capacidades complexas e conquistadas com muito esforço.”
Bessel A. Van Der Kolk
Sentir é curar
Não é tão importante saber o que aconteceu mas sim SENTIR o que você está carregando AGORA.
“Para mudar, as pessoas precisam tomar consciência de suas sensações e da maneira como seus corpos interagem com o mundo ao seu redor. A autoconsciência física é o primeiro passo para liberar a tirania do passado”
Bessel A. Van Der Kolk
“O desafio não é tanto aprender a aceitar as coisas terríveis que aconteceram, mas aprender a dominar as próprias sensações e emoções internas.”
Bessel A. Van Der Kolk
“A pesquisa em neurociência mostra que a única maneira de mudar a maneira como nos sentimos é tornando-nos conscientes de nossa experiência interior e aprendendo a fazer amizade com o que está acontecendo dentro de nós.”
Bessel A. Van Der Kolk
Escolha uma modalidade terapêutica informada sobre trauma
“Os psicólogos geralmente tentam ajudar as pessoas a usar a percepção e a compreensão para administrar seus comportamentos. No entanto, a pesquisa em neurociência mostra que muito poucos problemas psicológicos são resultado de defeitos de compreensão; a maioria se origina em pressões de regiões mais profundas do cérebro que dirigem nossa percepção e atenção. Quando o alarme do cérebro emocional continua sinalizando que você está em perigo, nenhuma compreensão e insight irá silenciá-lo.”
Bessel A. Van Der Kolk
A terapia da experiência somática
De acordo com Peter Levine, todo trauma, todo evento complexo gera um impacto no sistema nervoso autônomo do indivíduo. Tais emoções, longe de se dissolverem, tornam-se somatizadas em nosso organismo. O principal papel do terapeuta portanto, seria retirar esse peso emocional proveniente do passado emocional da pessoa.
Trauma são energias não expelidas que continuam contidas em nosso sistema nervoso. Se não descarregarmos esses bolsões de energia congeladas de fuga/luta (energia de sobrevivência), isso continuará em nós e continuará afetando nossas vidas.
Para ele, é o corpo (o soma em oposição a psique) que estoca a informação energética do trauma, então para se livrar dos efeitos do trauma, o acesso é pelo corpo, não pela mente. Esse tipo de terapia trabalha na conscientização das sensações corporais.
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