Nós chegamos nesse mundo em um estado de coesão e unidade. Antes do ser humano encontrar TRAUMA, ele era INTEIRO e COMPLETO.
Porém, devido a forma como fomos condicionados, no processo de domesticação e socialização do ser humano, todos nós acabamos experienciando trauma em diversos momento de nossas vidas.
Trauma faz com que o nosso SER se FRAGMENTE – acabamos reprimindo/suprimindo partes nossas e jogamos todas aquelas experiências traumáticas e dolorosas, todas aquelas memórias e emoções desconfortáveis que tivemos no porão de nosso inconsciente (ou subconsciente).
Ocorre uma divisão dentro de nós – entre partes nossas que são “aceitaveis” e tudo aquilo que temos medo e não gostamos sobre nós mesmos (tudo isso forma a nossa SOMBRA).
Basicamente, a sombra é a junção de todos os pensamentos, sentimentos e conceitos reprimidos sobre nós mesmos que não queremos enfrentar.
Como David R Hawkins explica no seu livro Deixar ir:
“Um dos bloqueios para o nosso desenvolvimento emocional é o medo que está escondido em nosso inconsciente. Carl Jung chamou essa área, a qual somos relutantes em olhar e dominar de “sombra”. Ele disse que o ser não pode ser curado e completo a menos que olhemos e reconhecemos a sombra.”
Como eu estava dizendo, trauma não necessariamente precisa ser algo extremo. Toda experiência que trouxe stress emocional e medo conta como trauma.
Basicamente, trauma é toda experiência que desencadeou uma emoção que nos causou um forte estresse emocional e que não teve uma resolução adequada. Trauma foi aquilo que foi demais para suportarmos emocionalmente em determinado momento de nossas vidas.
Todas essas experiencias traumaticas que vivenciamos ao longo do nosso crescimento formam um aglomerado de energias de dor e sofrimento, chamada de sombra (shadow).
A Sombra se refere ao inconsciente (também chamado de subconsciente) – e é formado por tudo aquilo que não é visível, que está fora do alcance de nossa consciência. Já a luz se refere a consciência, que é vista e conhecida.
Jung disse que no inconsciente também havia um aspecto de nós mesmos chamado sombra. A sombra é a junção de todos os pensamentos, sentimentos e conceitos reprimidos sobre nós mesmos que não queremos enfrentar.
David R. Hawkins – Livro Deixar ir
A mente subconsciente, ou inconsciente, é a parte da mente que mais temos medo de olhar. Ela é como se fosse uma lixeira, é pra lá que jogamos e suprimimos todas as coisas que não queremos reconhecer dentro de nós mesmos (pensamentos negativos, experiências traumáticas, emoções não processadas etc).
O chamado “Shadow Work” – trabalho com a sombra – trata-se de integrar a nossa sombra (que é composta de memórias traumáticas e sofrimento emocional)
Um outro nome para a sombra é corpo de dor (como o Eckhart Tolle chama). O corpo de dor é uma entidade energética de emoções antigas, é toda a acumulação de dor emocional proveniente de experiências dolorosas que vivenciamos na vida.
Todo o trabalho de integração da sombra (também chamado de SHADOW WORK) consiste em transmutamos a energia da sombra em luz. Ao fazermos isso, estamos dissolvendo a energia do subconsciente que nos controla (muito do que reside no subconsciente é a causa de nossa dor e sofrimento).
Há dois mundos dentro de nós
“Quem olha para fora sonha, quem olha pra dentro acorda“
Carl Jung
Existem 2 mundos dentro de você – sua parte consciente e sua parte subconsciente. O seu subconsciente é tudo aquilo que você não está consciente. Lá residem memórias, experiências passadas, partes nossas que consideramos “inaceitáveis”.
O que estamos vendo nesse momento é a mente consciente. A parte da mente que não estamos olhando nesse momento é a mente subconsciente (SUBCONSCIENTE E INCONSCIENTE SÃO A MESMA COISA)
Como somos seres que somos 10% consciente, podemos dizer que cerca de 90% de quem nós somos é subconsciente.
A mente, que é composta de pensamentos limitantes, encobrem o nosso Ser (nossa verdadeira natureza). O obstáculo primário para percebermos esse ser abundante e infinito que somos é a mente subconsciente. Ela é cheia de pensamentos de limitação, e tais pensamentos nos movem e “controlam” todos os dias. Somos escravos de nossa mente subconsciente e nem percebemos isso!
Todos temos programas em nossas mentes, que são pensamentos, ideias, decisões e conclusões sobre o mundo, outras pessoas e nós mesmos. O lugar onde esses pensamentos e ideias são armazenados é justamente na mente subconsciente (que opera abaixo de nossa percepção consciente, a parte da mente que não estamos conscientes).
É na nossa mente subconsciente que residem todos os nossas programações. Programações negativas colorem negativamente o seu mundo e sua percepção – Por exemplo, um programa do tipo “Pessoas não são confiáveis” pode fazer com que você olhe para o mundo com as lentes da desconfiança.
Tais programas subconscientes estão continuamente influenciando nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos.
É importantíssimo entendermos que todas essas coisas que residem nessa lixeira da mente chamada subconsciente ainda estão ativas. Não é porque não estamos conscientes delas que elas não estão operantes e nos influenciando
A solução para todos os nossos problemas é deixarmos ir toda a carga negativa/traumática que reside em nosso subconsciente. É integrarmos a nossa sombra.
Temos que ter essa disposição de cavar e vasculhar a negatividade dentro de nós mesmos, OLHAR sem julgamentos para ela, trazer a luz da consciência e deixá-la ir.
Se o nosso desejo pela liberdade é forte o bastante, nós teremos a coragem de escavar esses hábitos inconscientes, olhar para eles, e deixá-los ir embora. Sim, para você ser liberado você terá que integrar sua SOMBRA.
Um dos bloqueios para o nosso desenvolvimento emocional é o medo que está escondido em nosso inconsciente. Carl Jung chamou essa área, a qual somos relutantes em olhar e dominar de “sombra”. Ele disse que o ser não pode ser curado e completo a menos que olhemos e reconhecemos a sombra.
Se você não consegue se sentir interiormente em paz no meio do mundo e suas atividades diárias, é uma indicação de que você ainda tem sentimentos negativos subconscientes e você nunca estará completamente satisfeito até que eles desapareçam.
“Para sair do inferno você terá que vê-lo“
A forma para nos libertamos de todas essas programações negativas subconsciente é DEIXANDO IR a negatividade e sofrimento que jogamos lá!
Conforme rendemos os sentimentos negativos suprimidos de todas as programações que internalizamos, elas são automaticamente substituidas pelos maiores.
Quando deixamos ir a negatividade/sofrimento, estamos nos libertando automaticamente de todas os pensamentos limitantes que estão associados a tais negatividades. Portanto, essa é a maneira mais eficiente de limparmos o nosso subconsciente de toda merda que existe lá!
Como David R. Hawkins explica no seu livro deixar ir:
É a pressão acumulada de sentimentos que causa os pensamentos. Um sentimento, por exemplo, pode criar milhares de pensamentos em um período. Quando deixamos ir um sentimento, estamos nos libertando de todos os pensamento associados a ele.
David R. Hawkins
Como Integrar a Sombra e Limpar o Subconsciente?
Aprenda a sentir novamente e use períodos de desconforto emocional como oportunidades para se curar!
“Você não pode curar suas feridas emocionais com a lógica/intelecto, somente pelo sentir”
A cura acontece ao permitirmos as emoções desconfortáveis dentro de nós de se moverem, sem restrições, através de nós. A cura acontece quando nos permitimos sentir o desconforto emocional sem adicionar mais medo e resistência a ele.
Suas emoções presentes são conectadas a seu passado subconsciente. Todo momento do dia, os remanescentes emocionais do trauma passado estão tentando ser ventilados e liberados do seu corpo. A energia não quer ficar presa lá!
Todo o momento de estresse emocional que você experiencia te apresenta uma oportunidade de cura. Então, você tem sempre 2 opções : INTEGRAÇÃO ou REPRESSÃO!
Você pode lidar com os desconforto emocionais, permitindo que eles fluam através de você sem restrição ou você pode continuar nesse ciclo de escapismo e negação de suas emoções desconfortáveis, adicionando ainda mais emoções não resolvidas e processadas no seu subconsciente.
Então, a próxima vez que uma emoção desconfortável vier a tona, qual é o problema? Nenhum! Só existe uma oportunidade para a integração emocional
Shadow work e cura emocional não são uma atividade intelectual! Se trata de sentir, não tem nada a ver com analisar, teorizar, pensar. Pensamentos e teorias não irão curar suas feridas internas.
Fique atento a reatividade emocional exageradas e desproporcionais (triggers)
Qualquer experiência que vivenciamos no nosso dia a dia que faz com que extremas emoções/sensações/reações emocionais (por exemplo de ansiedade, medo, raiva, culpa) surjam em nós são mensageiras do nosso subconsciente, que está nos revelando sobre alguma ferida interna que ainda não foi integrada dentro de nós.
Toda vez que você tiver uma reação emocional exagerada a algo, uma resposta totalmente desproporcional e exagerada a realidade, podemos dizer que você foi “trigger”
Um trigger é um lembrete para um trauma antigo. Um trigger é um flashback emocional – ele quer chamar a sua atenção a algo não resolvido.
Um trigger é uma porta de entrada para o seu subconsciente. Um trigger nos lembra de algo desconfortável do passado que ainda não foi integrado. Eles são mensageiros do seu subconsciente. Podemos dizer que quando temos um trigger, é o nosso subconsciente implorando para ser INTEGRADO.
Comece a ficar atento em sua vida, quaisquer sinais de reatividade exagerada que você apresenta frente a certas pessoas ou situações! Isso é um sinal de que existe algo não integrado em seu subconsciente!
Essas reatividades exageradas emocionais nos direcionam na direção do que precisa ser curado dentro de nós, pois se você não precisasse mais ser curado, você não seria trigger em primeiro lugar!
Use “Triggers” Como Oportunidade de Cura
Use triggers para mergulhar dentro de si mesmo, pois a reação que tal pessoa ou circunstância disparou em você foi um sintoma superficial de um trauma profundo não resolvido e não integrado.
Portanto, a primeira coisa é: Não atire no mensageiro (na pessoa ou situação que provocou tal reatividade emocional em você). Agradeça e procure pela mensagem que tal pessoa/circunstância está te revelando – Eles são como espelhos que estão te revelando algo, uma ferida dentro de você que não foi devidamente curada.
Seres humanos são como espelhos uns para os outros – tudo o que não está curado dentro de você será eventualmente refletido de volta para você por alguma outra pessoa. Como Carl Jung disse:
“Tudo o que nos irrita em outra pessoa pode nos levar a um entendimento mais profundo sobre nós mesmos”
Portanto, quando somos “trigger”, temos 2 escolhas:
- REAGIR compulsivamente/inconscientemente. Algumas formas de reação comuns são a projeção, ou você se automedicar (para diminuir a experiência do desconforto).
- RESPONDER / agir conscientemente e ter a intenção de usar esse trigger como uma oportunidade de integrar o seu passado emocional não resolvido que habita em você.
Basicamente, o que você tem que fazer é trazer consciência aos seus triggers – Observe sua reação emocional ao invés de reagir com base nela. Escolha não atacar o mensageiro e procure pela mensagem, o que tal pessoa/circunstância está te revelando
Se você ignorar o alerta do trigger, ele permanecerá lá, ainda carregado energeticamente, e a circunstância original prévia que causou o trauma continuará se refletindo em nossa experiência até que estejamos dispostos a processar e enfrentar isso!
Mergulhando na RAIZ DA FERIDA EMOCIONAL
“Não há despertar de consciência sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar a sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão.”
Carl Jung
Quando você se pegar tendo um trigger, siga o seguinte processo:
- Assuma 100% de reponsabilidade pelo que está acontecendo dentro de você.
- Sente-se com aquela emoção. Você pode se perguntar: “O que eu estou sentindo agora?” Não escape nem tente mudar o que você está sentindo. Volte sua atenção para o seu mundo interno, pare de focar na pessoa e na circunstância que te causou tal reatividade emocional. ASSUMA 100% de responsabilidade pelo seu mundo interior! Sente-se com a dor e fique completamente presente com a emoção, com as sensações que estão ocorrendo no seu corpo. Vá respirando conscientemente enquanto sente. E você pode até dizer algum mantra para si mesmo para validar a presença da emoção desconfortável – “Eu deixo estar”, “Eu estou aqui com você”.
- Logo em seguida, se pergunte: “Qual foi a primeira vez que eu senti essas mesmas sensações?” Deixe o subconsciente oferecer a resposta para você. Não tente “procurar e caçar” a resposta mentalmente. Permaneça num estado de abertura e recepção e deixe as sensações virem a tona. Você está convidando o passado emocional emergir das profundezas do seu ser para que ele possa ser processado no momento presente.
Seja paciente com esse processo. Não existe jeito certo ou errado de fazê-lo. O que vier para você é o que você precisa experienciar/saber naquele momento!
RESUMINDO O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO DE TRAUMAS:
- Quando deparado com um momento de reatividade emocional, assuma 100% de responsabilidade pelo que está acontecendo dentro de você.
- Pergunte-se: “O que eu estou sentindo agora, em termos de sensações no meu corpo?” Se precisar, faça uma rápida visualização do acontecimento que te gerou o desconforto emocional e logo em seguida coloque sua atenção nas sensações associadas.
- Valide o que você está sentindo – fique incondicionalmente com essas sensações de desconforto. Dê boas vindas a elas, sem querer afastá-las, julgá-las, evitá-las. Permita-se experienciá-las totalmente
- Agora, vamos convidar mais coisas que possam estar escondidas em nosso subconsciente para cima. Pergunte-se “Qual foi a primeira vez que eu senti essas mesmas sensações? (o objetivo não é procurar ativamente por um pensamento ou imagem mental, e sim permanecer nesse estado de abertura, deixando que o seu subconsciente ofereça uma resposta a você)
- Sinta incondicionalmente – sem querer mudar, se livrar – abrace a dor e o desconforto. De boas vindas a elas. Abrace o que quer que surja como uma parte necessária de sua jornada integrativa. Mesmo que as sensações se intensifiquem durante o processo e pareça piorar, não bote aquilo para baixo! Continue sentindo! Sò assim você poderá deixá-las ir.
Quando você for trigger:
- Ignore o mensageiro
- Receba a mensagem
- Sinta incondicionalmente
Ao invés de correr de seus sentimentos, vá em direção a eles. Eles ira se transformar por conta própria, simplesmente quando você se permitir senti-lo e observá-lo. O que você resiste, persiste! É assim que conseguimos curar nossas feridas mais profundas.
Lembre-se que uma das maiores formas de autoabandono é você abandonar as suas emoções, pois elas são muito ligadas a partes de nós que rejeitamos em nós mesmos.
Veja que o mundo é um espelho que constantemente reflete para você assuntos que você não resolveu internamente
Entenda que eventos externos apenas ativam o que temos deixado guardado dentro de nós!
“Aqueles que não aprendem nada sobre os fatos desagradáveis de suas vidas forçam a consciência cósmica que os reproduza tantas vezes quanto seja necessário. O que você nega lhe domina. O que você aceita lhe transforma!“
Carl Jung
Todas as pessoas em nossa vida estão agindo como um espelho. Elas realmente estão refletindo de volta para nós o que não conseguimos reconhecer dentro de nós mesmos. Elas estão nos forçando a olhar para o que precisa ser tratado.
Seres humanos são espelhos uns para os outros; Tudo o que não está curado em você será refletido de volta por outra pessoa. Atraimos pessoas e situações em nossas vidas que relfletem de volta assuntos que não foram resolvidos em nossa infãncia.
A forma como sabemos quando estamos olhando para um espelho é quando somos trigger (quando alguém desencadeia uma reação emocional exagerada em nós).
“Por que você repara no cisco que está no olho de seu irmão e não sente a viga que está em seu próprio olho”
Jesus Cristo
A quantidade e intensidade da reatividade dentro de você é determinada pela quantia de sombra não integrada que você carrega. Os espelhos e reatividades que você atrai são diretamente proporcionais ao nível de trauma interior não processado que você carrega.
A coisa mais importante para nos lembrarmos é que todo sentimento desconfortavel quando confrontado pela situação e pessoa, seja instabilidade, agressão, é que aquilo é um trigger e que a solução não é culpar a pessoa e sim escolher olhar internamente e curar a sombra. Muitos de nós escolhemos projetar nosso trauma não resolvido e dor nos outros ao invés de nos curar.
“A mente racional prefere manter as causas verdadeiras das emoções longe da consciência e utiliza mecanismos de projeção para fazer isso. Ela culpa eventos e outras pessoas por “causar” um sentimento e vê a si mesma como uma vítima inocente desamparada das causas externas. “Eles me deixam bravos” “Ele me chateou” “Isso me assustou” “os eventos do mundo são a causa de minha ansiedade”. Na verdade é o contrário. Os sentimentos suprimidos e reprimidos buscam uma saída e utilizam os eventos como gatilhos e desculpas para respirar. Nós somos como panelas de pressão prontas para explodir quando a oportunidade aparecer. Nossos gatilhos estão programados e prontos para o disparo“
David R Hawkins – Livro Deixar Ir: O Caminho do desapego
Portanto, assuma total responsabilidade pelo seu mundo interno – As pessoas apenas mostram o que você tem guardado de emoções e conflitos não resolvidos dentro de você. Para de justificar suas emoções e criar longas racionalizações que defendem o sentimento que você está sentindo. Essa é a melhor forma de mantê-lo preso em você.
Comece a viver a sua vida com a perspectiva de que você é 100% responsável pelo que está acontecendo dentro de você. Veja que o mundo e as pessoas são apenas um espelho, que te ajudam a enxergas assuntos não resolvidos dentro de você mesmo.
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