Texto de OSHO:
“Essa é a raiz de todos os seus problemas. Você não é a mente, você está além da mente. Você se tornou identificado com ela, isso é verdade, mas você não é a mente. E este é o objetivo da meditação: dar-lhe pequenos vislumbres de que você não é a mente.
Se por alguns momentos a mente para, você ainda está lá! Pelo contrário, você é mais, transbordando com o ser. Se mesmo por um único momento você se torna consciente de que a mente não está lá, mas eu sou, você atingiu o núcleo profundo da verdade. Daí então vai ser fácil sumir com a mente. Você não é a mente, caso contrário, como você poderia sumir com si mesmo? A identificação deve ser descartada em primeiro lugar, então a mente pode ser descartada.
Mas, para mim, a mente é a parte que tem sido dada a você. Ela não é sua. Mente significa que algo foi emprestado, mente significa algo cultivado, a mente significa o que a sociedade tenha penetrado e imposto a você, não é você.
Consciência é a sua natureza, a mente é apenas o invólucro criado pela sociedade ao seu redor, pela cultura, pela sua educação.
Mente significa condicionamento. Assim você pode ter uma mente hindu, você não pode ter uma consciência hindu. Você pode ter uma mente cristã, você não pode ter uma consciência cristã. Consciência é uma só, não é divisível. As mentes são muitas. As sociedades são muitas, as culturas, as religiões são muitas e cada cultura, cada sociedade, cria uma mente diferente.
A mente é um subproduto social. E a menos que essa mente se dissolva, você não pode voltar-se para dentro de si, você não pode saber qual é realmente a sua natureza, o que é sua existência com autenticidade, o que é sua consciência.
O esforço pela meditação é a luta contra a mente. A mente nunca é meditativa e a mente nunca é silenciosa, não se pode falar de uma mente silenciosa não tem sentido, é absurdo. É como dizer uma doença saudável. Isso não faz sentido. Como pode haver uma doença que é saudável? A doença é a doença e saúde é a ausência da doença. Não há nada como uma mente silenciosa. Quando há silêncio, não há mente.
Quando existe mente, não existe silêncio. Mente como tal é perturbação, o mal-estar. A meditação é o estado de não-mente e não de uma mente silenciosa, não uma mente saudável, não uma mente concentrada, não. A meditação é o estado de não-mente: com nenhuma influência da sociedade sobre você, sem condicionamentos dentro de você, apenas você, com a sua consciência pura.
Quando os pensamentos cessam, quem é você? Um vazio absoluto, o nada, coisa alguma. É por isso que Buda usou uma palavra estranha. Ninguém jamais aplicou conceito assim antes, ou depois. Os místicos sempre usaram a palavra “eu” para o núcleo mais interior do seu ser. Buda usa a palavra “não-eu”. E eu concordo plenamente com ele. Ele é muito mais preciso, mais perto da verdade.
Buda não usou as palavras atma, atta – “eu”. Ele usava apenas as palavras opostas: “não-eu” – anatma, anatta. Ele dizia que quando a mente cessa, não há eu que permaneça. Você se tornou universal, você transbordou os limites do ego. Você é o espaço puro, não contaminado por qualquer coisa. Você é apenas um espelho que reflete nada.”
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