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Praticando o Não Julgamento: Viva Uma Vida de Clareza, Presença e Beleza

Tempo de leitura: 7 min

Escrito por Davi Klein
em abril 15, 2021

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Quando começamos a operar de um ponto de não julgamento, nos abrimos para opções, alternativas e possibilidades inimagináveis. A simples prática de não julgar tem o poder de transformar a maneira como você vê o mundo! Nesse artigo explicarei sobre a importância de você praticar o não julgamento e sobre o incrível potencial que isso tem de melhorar a sua experiência de vida!

Por que julgamos?

O julgamento é um mecanismo de proteção e sobrevivência. Basicamente, para facilitar nossa sobrevivência, nossa mente resume a realidade em posições dualísticas como (certo x errado, bonito x feito, alto x baixo).

Basicamente, no decorrer do processo evolutivo da nossa espécie, tivemos que aprender a discernir sobre o que era seguro ou não para a nossa sobrevivência, para podermos lidar com experiências semelhantes no futuro.

Porém, esse mecanismo de julgamento está totalmente fora de controle na maioria das pessoas – há uma explosão de pensamentos de julgamento que acontecem tão rapidamente que nem percebemos que normalmente tomamos nossas decisões com base nesses julgamentos protetores.

Acabamos distorcendo a realidade por meio de nossos julgamentos. Acabamos ficando presos e escravos de nossas próprias mentes.

O que acontece quando você começa a enxergar a realidade a partir de seus julgamentos? Você começa a olhar o mundo de uma forma resumida, a partir de suas próprias conclusões mentais de experiências passadas que você teve. Seus pensamentos não são a realidade.

O julgamento é a atividade do nosso ego separado, que procura evitar experimentar coisas de que não gosta ou adquirir experiências de coisas de que gosta. O eu separado faz isso como uma forma de resistir a estar com o que está acontecendo agora no momento presente. Em vez de estar feliz, amoroso e em paz agora, a mente do ego faz um julgamento sobre a experiência presente.

Como Eckhart Tolle diz no seu livro “Um novo mundo”:

“As palavras, não importa se são verbalizadas ou transformadas em sons ou se permanecem como pensamentos podem lançar um encanto quase hipnótico em nós. É muito fácil nos perdermos por causa delas, sermos hipnotizados pela crença implícita de que quando vinculamos um termo a alguma coisa, sabemos o que ela é. Mas, na verdade não sabemos. Apenas encobrimos o mistério com um rótulo.

Tudo, um pássaro, uma árvore, uma simples pedra e certamente um ser humano é em última análise incognoscível. Isso ocorre pois todas as coisas tem uma profundidade insondável. Tudo o que podemos perceber, sentir e pensar a respeito é a camada superficial da realidade.

Sempre que não encobrimos o mundo com palavras e rótulos, retorna a nossa vida a sensação do milagre, que foi perdida muito tempo atrás, quando a humanidade, em vez de usar o pensamento, deixou-se possuir por ele. 

Quanto mais rápido somos em ligar rótulos verbais ou mentais a coisas, pessoas ou situações, mais superficial e sem vida nossa realidade se torna.”

Um Novo Mundo Eckhart Tolle

Já percebeu o reducionismo grotesco que fazemos quando rotulamos uma pessoa de “Bonita” ou “Feia”? Quando julgamos alguém de “Legal” ou “Chato”? Já percebeu a paranoia e o sofrimento que esses julgamentos incessantes, que muitas vezes nem percebemos que fazemos (pois estão em piloto automático), nos causam?

Não é a toa que as pessoas estão tendo crises de ansiedades atualmente – seus pensamentos estão totalmente fora de controle! Milhares de julgamentos surgem na cabeça de pessoas que são ansiosas, do tipo “Será que as pessoas estão me julgando?”, “Nossa, eu devo ter feito alguma coisa errada”, “Esse ambiente está desconfortável e as pessoas não gostaram de mim” É claro que tendo pensamentos desse tipo a pessoa vai ficar ansiosa!

Citando novamente Eckhart Tolle no seu livro “O Poder do Agora”

“Nossa mente é um instrumento, uma ferramenta. Está ali para ser usada em uma tarefa específica e depois ser deixada de lado. Sendo assim, eu poderia afirmar que 80% a 90% dos pensamentos não só são repetitivos e inúteis, mas são frequentemente nocivos.

Observe como a mente continuamente julga o comportamento e atribui nome as coisas, entenda como esse processo cria sofrimento e infelicidade. A maior parte do sofrimento humano é desnecessário, ele se forma sozinho, enquanto a mente superficial governa a vida. O sofrimento que sentimos é sempre alguma forma de não aceitação, resistência ao que é. No nível do pensamento é através do pensamento, no emocional é negatividade”

Como você julga é como você será julgado

Guarde bem essa frase: “O que você pensa em relação aos outros é o que você vai assumir que os outros pensam de você”.

Ou seja, se você é uma pessoa que se sente julgada, analisada por outras pessoas é porque você está fazendo a mesma coisa com elas.

Se você sai sai na rua, por exemplo, e começa a analisar e fazer julgamentos sobre qualquer pessoa (exemplo: “Nossa, olha o cabelo desse cara que zoado”, “Esse cara é muito feio”, “Essa pessoa é estranha”) sabe o que vai acontecer? Isso cria uma realidade na sua cabeça de que todas as outras pessoas estão fazendo a mesma coisa com você também.

“Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês.”

Mateus 7:1.2

Como Praticar o Não Julgamento

O processo de se tornar consciente o suficiente para percebemos onde e como estamos julgamos é o primeiro passo para que ocorra essa incrível transformação.

O que as pessoas chamam de “presença”, Mindfulness ou atenção plena é justamente isso – A prática treina uma capacidade humana básica de estar totalmente focado no momento presente – onde estamos, o que estamos fazendo, o que estamos sentindo –, consciente do próprio corpo, observando o que está se desenrolando sem julgamentos.

O não julgamento é uma prática rigorosa para desistir de suas opiniões e julgamentos, mas as pessoas ficam surpresas como, em um período de tempo tão curto, podem ter muito mais paz. Eles podem literalmente, apenas abandonando seus próprios julgamentos, transformar todos os relacionamentos que eles têm.

Quando prestamos atenção aos nossos pensamentos, aprendemos que a voz do julgamento é forte, habitual e autoritária Começamos a ver que nossa resposta automática é, na verdade, um pensamento padronizado que declara opiniões sobre quase tudo. Expressa absolutos opostos como bom ou mau, preto ou branco, gostar ou não gostar e ok ou não-ok.

Como diz Jon Kabat-Zin:

“Se temos que encontrar uma maneira mais eficaz de lidar com o estresse em nossas vidas, a primeira coisa que temos que fazer é nos tornarmos cientes dos julgamentos automáticos para que possamos ver através de nossos próprios preconceitos e medos, e assim nos liberarmos desta tirania.”

O julgamento é um dos principais sinais do Ego ansioso. Ao trazer a consciência para o julgamento, começamos a expor os padrões negativos inconscientes que nos restringem e que nos impedem de expressar e “incorporar” nossas almas livres.

Gertrud Keazor

No momento em que você reconhece que está julgando ou que julgou, é o momento em que você traz consciência para isso: agora está em sua mente consciente, passou do subconsciente para o consciente. Sua perspectiva mudou, você pode perceber que está afastado daquele que julga, mais no seu centro.

Você está “testemunhando” seu julgamento e as reações subsequentes. E agora você tem uma escolha consciente sobre suas próximas ações: você persiste com julgamento (às vezes isso é necessário) ou reage com calma, com compaixão e abertura ao ponto de vista do outro ou à sua própria situação .

Quando finalmente abandonamos o julgamento, a alegria parece florescer. Há uma sensação crescente de liberdade e leveza quando paramos de nos criticar e criticar os outros. Humor, diversão e risos substituem o peso do julgamento.

Depois que você aprende a identificar em si mesmo, é realmente muito fácil abandonar o julgamento; quando ele surgir, simplesmente respire fundo e escolha a alegria em vez do julgamento. Então, observe o seu mundo mudar!

É da natureza da mente pensa e julgar. Porém, podemos praticar o não julgamento.

Uma dica bem legal que o Deepak Chopra fala no seu livro “As 7 leis espirituais do sucesso” é fazer uma oração que diz: “Hoje não julgarei nada que aconteça”. O não julgamento cria o silêncio em sua mente. É uma boa ideia começar o dia com essa frase e, durante o dia, lembrar dela toda vez que se perceber julgando algo.

Seja gentil consigo mesmo, pois você pode começar a notar fortes padrões de julgamento em seu pensamento.

Lembre-se de que esses são hábitos antigos e que, com a prática regular, o padrão desaparecerá. Simplesmente comece a tomar consciência de como sua mente costuma rotular, julgar coisas e faça a escolha consciente de não alimentar tais pensamentos.

E ai? Pronto para fazer disso uma prática? Não somente por alguns dias, mas para sua vida inteira! Isso é um estilo de vida, um modo de ser no mundo. Faça o teste e me conte o que sentiu de diferença! Valeu, muita paz a você!

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1 Comentário

  • Roberto Alencar disse:

    Parabéns pela matéria. Vem de encontro ao que penso. Aliás, recebemos esse ensinamento de não julga há 2 mil anos. Eu consegui sentir essa paz por uma fração de segundos. É um estado de liberdade. Quero praticar o não julgamento permanentemente.

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