Desde a Revolução Industrial, principalmente a partir dos anos 1960, vivemos, de fato, numa civilização que faz do consumo o motor do progresso, em que “progresso é possuir mais“.
A maioria dos indivíduos do planeta hoje em dia cobiça esse modelo ocidental que faz da posse, da acumulação e da troca permanente de bens materiais o sentido último da existência.
Atualmente o homem está enfrentando uma grande crise filosófica e espiritual. Respostas para perguntas como “o que faz o homem feliz?”; “O que pode ser considerado um progresso real?”; “Quais são as condições de uma vida social harmoniosa?”, são cada vez mais necessárias.
As tradições religiosas tentaram fornecer respostas a essas perguntas fundamentais, mas muitas se fecharam em posturas teológicas e morais extremamente rígidas.
Além disso, as religiões nem sempre foram modelos de virtude e de respeito pelo ser humano (Inquisição medieval, Islamismo Irã). Elas, também, falham em responder a demanda de sentido dos indivíduos, oferecendo-lhes mais dogma e regra.
Basicamente, o mundo atual está dividido em 2 visões:
- Mercantilista e materialista
- Fanatismo e dogmatismo religioso.
Duas tendências aparentemente contrárias e que, não obstante, têm tudo para levar o mundo ao caos, mantendo o ser humano na lógica do “ter”, da obediência infantilizante e da dominação.
Apenas a busca do “ser” e da responsabilidade — individual e coletiva — pode nos salvar de nós mesmos. E é exatamente isso o que nos ensinam, há mais de dois milênios, cada um a seu modo, Sócrates, o filósofo ateniense, Jesus, o profeta judeu palestino, e Sidarta, chamado Buda, o sábio indiano.
A verdadeira pergunta que se apresenta a nós é a seguinte: o ser humano pode ser feliz e viver em harmonia com outrem numa civilização inteiramente construída em torno do ideal do “ter”?
Não, respondem vigorosamente Buda, Sócrates e Jesus.
O dinheiro e a aquisição de bens materiais são apenas meios, certamente preciosos, mas nunca um fim em si. O desejo de posse é, por natureza, insaciável.
E ele desperta frustração e violência. O ser humano é feito de tal forma que deseja continuamente possuir o que não tem, mesmo se tiver de tomá-lo à força de seu vizinho.
Há outro ponto em comum entre os três personagens: o profundo desapego pelos bens materiais, até mesmo certo desprezo em relação ao dinheiro.
Ora, uma vez saciadas as necessidades materiais básicas — alimentar-se, ter um teto e com o que viver decentemente —, o homem precisa entrar em uma lógica diferente da do “ter” para se sentir satisfeito e se tornar plenamente humano: a do “ser”.
Sócrates, Jesus e o Buda desejam mostrar que é preciso sair da lógica do ter. “Nem só de pão vive o homem”, afirma Jesus diante do Diabo que o tenta no deserto (Mateus, 4:4).
E ele responde aos discípulos que se surpreendem porque ele não come: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou” (João, 4:34).
Jesus lembra que o ser humano precisa de algo além de bens materiais para ser totalmente humano.
Do mesmo modo, Sócrates afirmava que um homem só é plenamente homem quando procura a verdade e faz todos os esforços para sair da ignorância.
E para o Buda, todo o sentido da vida humana consiste em vencer as ilusões do ego, num exercício interior por meio da prática da meditação.
A lógica do ser é infinitamente mais importante que a do ter, lembram-nos eles, mesmo que nenhum dos três despreze a necessidade que a maioria sente em possuir bens suficientes para viver em segurança.
Deve aprender a se conhecer e a se controlar, a apreender o mundo que o cerca e a respeitá-lo.
Deve descobrir como amar, como viver com os outros, como administrar suas frustrações, conquistar a serenidade, superar os sofrimentos inevitáveis da vida, mas também preparar-se para morrer com os olhos abertos.
Porque se a existência é um fato, viver é uma arte. Uma arte que aprendemos interrogando os sábios e aperfeiçoando-nos.
Sócrates, Jesus e Buda nos ensinam a viver. O testemunho de suas vidas e o ensino que eles propõem são universais e de uma surpreendente modernidade. A mensagem deles centra-se no ser individual e em seu crescimento.
O ensinamento que transmitem é uma sabedoria de vida.
Como eles ensinam?
Cada um tinha sua maneira própria de discorrer e de ensinar: Sócrates, por meio do questionamento e da ironia; Buda, pela autoridade de seus sermões e seu olhar agudo sobre o mundo; Jesus, pela força e doçura de seus ensinamentos e atitudes.
“Sócrates assumia sempre o papel de interrogador, nunca o de quem responde, pois ele confessava nada saber”, escreve Aristóteles em Refutações Sofísticas. “Ele passa o tempo bancando criança com as pessoas”, queixa-se Alcebíades (O Banquete).
Ele escuta as respostas de seus interlocutores e acaba descobrindo nelas uma falha, apontando-a inocentemente, incitando o interlocutor até que este, confuso, desanimado, perdendo pé e confiança, reconheça a própria ignorância e admita que não sabe nada.
O sistema de valores do interlocutor desmorona bruscamente, e este começa, assim, segundo Sócrates, a alcançar a sabedoria.
Os preconceitos são derrubados, as falsas ideias também. A partir de uma interrogação banal, a conversa se abriu na mente. Não é por acaso: segundo Sócrates, cada um traz em si a natureza humana inteira, que se revela desde que saibamos observá-la, que queiramos analisar quem somos e o que fazemos. É o “Conhece-te a ti mesmo”.
Essa é a arte socrática da maiêutica, do grego maieutikè, literalmente, “arte do parto. “Minha arte de parteiro compreende todas as funções que as parteiras realizam, mas difere da delas porque liberta homens e não mulheres, e espreita suas almas em ação, e não seus corpos” diz Sócrates (Teeteto).
Sócrates dispõe de um instrumento infalível para exercer sua arte: a ironia.
É o “Certamente tens razão” com que Sócrates pontua seriamente seus diálogos, frase cuja virtude primeira é derrubar as defesas do interlocutor, encorajá-lo a avançar em sua própria reflexão, e mergulhá-lo, num segundo momento, numa imensa perplexidade quando ele percebe que, de fato, não tem absolutamente razão.
Enquanto Sócrates multiplica as perguntas para levantar o véu da verdade, o Buda oferece a Verdade porque a conhece. Ele não precisa usar de ironia para levar o interlocutor a descobrir sua verdadeira natureza: somente o caminho solitário da meditação, a partir dos ensinamentos oferecidos, pode conduzir ao verdadeiro conhecimento e à libertação, ele insiste.
Embora não use da malícia socrática, o Buda recorre às vezes a um método que Jesus, como veremos adiante, utiliza repetidamente: as pequenas histórias, os contos, as parábolas que ilustram o enunciado de uma verdade.
Sócrates foi o mestre do diálogo e da ironia; o Buda privilegiava os sermões magistrais; Jesus tem a particularidade de ter recorrido a todas as formas de discurso e a todos os tipos de registro, usando ao mesmo tempo o diálogo, a ironia, os sermões, e também confidências, orações, parábolas, palavras de autoridade.
Um traço marcante no modo de Jesus ensinar, e isso qualquer que seja o auditório, é o uso de parábolas que a vida cotidiana lhe inspira.
Essas histórias, diz ele recorrendo mais uma vez a uma parábola, são como sementes lançadas na terra, que germinam e crescem, noite e dia, sem que o semeador saiba como, até o dia em que a terra produz a erva, depois a espiga e, por fim, o trigo na espiga (Marcos, 4:26-29).
Então, para falar do Reino aos que não podem entender a linguagem da teologia, ele utilizava dessas histórias.
Tomemos como exemplo uma das parábolas mais conhecidas dos Evangelhos, a do filho pródigo (Lucas, 15:11-32):
O filho mais novo pede um dia ao pai a parte que lhe cabe da herança. Este a concede, e o filho deixa a casa familiar e vai dilapidar seus bens, levando uma vida de prazeres.
Acaba na miséria, trabalhando algum tempo como ajudante numa fazenda, alimentando os porcos, mas sempre muito pobre e passando uma fome cruel. Decide, então, voltar para a casa do pai e pedir-lhe que este o aceite não mais como filho, já que ele pecou, mas como um de seus empregados.
O pai o vê de longe e, tomado de compaixão pelo filho, lança-se sobre ele e o abraça. Ordena aos servos que lhe tragam belas roupas, um anel que lhe põe no dedo, calçados, e manda matar um novilho gordo e preparar a festa.
Ao voltar do campo, ouvindo a música e as danças, o filho mais velho enche-se de raiva: toda aquela festa para o irmão que dilapidou a herança familiar com prostitutas, enquanto ele, o filho que permaneceu no lar, jamais foi festejado?
O pai lhe explica: “Tu, meu filho, estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois este teu irmão estava morto e tornou a viver; ele estava perdido e foi reencontrado!”
Com essa história Jesus pretende mostrar a liberdade de escolha oferecida por Deus, que deixa seus filhos partirem, se quiserem, e também sua misericórdia quando os acolhe em seguida com alegria, sem julgar ou condenar, desde que eles compreendam seus erros, se arrependam e voltem para ele.
E os três atravessaram os séculos em razão do efeito de autenticidade e da exigência de verdade que emanava de suas vidas e de suas palavras.
Foram precursores e, como todos os precursores, incomodavam. Ameaçavam a ordem estabelecida: a ordem social, a ordem política, a ordem religiosa. Tanto que foram eliminados.
Por exemplo, Platão em sua Apologia relata uma denuncia que 3 cidadãos atenienses fizeram a Sócrates: “Sócrates é culpado de corromper os jovens e de não reconhecer os deuses da cidade, mas, em vez deles, divindades novas.”
Sócrates e Jesus foram condenados à morte e executados. Foi diferente com Buda, que morreu aos 80 anos em consequência de uma intoxicação alimentar, embora a hipótese de um envenenamento criminoso nunca tenha sido totalmente afastada pela tradição primitiva.
Sócrates
Sócrates prefere circular pelas ruas de Atenas, cultivar o saber, interrogar os detentores da sabedoria e do conhecimento, sem contudo negligenciar o culto e os sacrifícios aos deuses. O chamado da sabedoria será nele sempre mais forte que o da política.
Sócrates herda o ofício de sua mãe, que era uma parteira, a seu modo – um parteiro das mentes (Maiêutica).
Sócrates adota a mesma atitude intransigente em relação ao dinheiro e aos bens materiais, cuja futilidade sempre denuncia. Segundo Diógenes Laércio, o filósofo de Atenas citava constantemente este verso: “Ornamentos de prata e de púrpura servem ao teatro, não à vida.”
Ele os interroga sobre a única coisa que dá valor à vida: o aperfeiçoamento da alma.
Sócrates é considerado o pai da filosofia porque soube orientar a vida humana para a busca da verdade e da sabedoria.
Para ele, a realização dessa busca só é possível pelos esforços da razão e pela introspecção. Ele se tornou o protótipo do “sábio”, aquele que sabe se controlar e manter coerência entre palavras e atos.
Contudo, inversamente ao que aconteceu com Jesus e com o Buda, que se
distinguem como grandes fundadores de religiões, a tradição filosófica moderna tendeu a minimizar, e mesmo a ocultar, o aspecto religioso do personagem, para não ver nele senão um filósofo racionalista.
Que Sócrates tenha decidido se apoiar na razão humana, e apenas nela, para filosofar e conduzir seus interlocutores até a verdade, é evidente. Que ele tenha incitado seus contemporâneos a superar os mitos religiosos para procurar neles mesmos as chaves do conhecimento, é certo.
Mas nem por isso façamos dele, como tem acontecido há séculos no Ocidente, um puro racionalista, inimigo da religião, tendo horror ao mito da espiritualidade, em resumo, um cientista materialista antes da hora.
Buda
Buda diz para seus discípulos evitarem a procura da falsa felicidade que os prazeres dos sentidos oferecem. Isso inclui a sexualidade, pois ela é o desejo por excelência, e o desejo é o principal obstáculo no caminho do Despertar
Ele proíbe a prática aos que optarem pela via monástica, quer dizer, aos que aspiram a alcançar o nirvana nesta vida. A interdição constitui, juntamente com a de roubar, matar e mentir, os quatro parajika, as quatro proibições mais importantes das 227 regras de conduta impostas aos monges e monjas.
Quanto aos leigos que se engajam nesse caminho, o Buda proclama uma lista reduzida de votos e, embora não lhes proíba as práticas sexuais, lhes pede para “evitar a má conduta”.
As “quatro nobres verdades” resumem sua doutrina, e que se sustentam em quatro frases primorosas construídas em torno da palavra dhukka, que designa o sofrimento com todas as nuances, psicológicas e filosóficas.
A vida, diz ele, é dhukka. A origem da dhukka é a sede, o desejo. Existe um meio de estancar a sede e, logo, a dhukka; esse meio é o nobre caminho óctuplo, ou caminho dos oito elementos justos. Somente o “caminho do Meio”, o que ele prega, conduz à paz.
O Buda insiste no caráter transitório de todas as coisas, o que certamente explica seu desapego por todas as coisas. Ele insistirá em dizer aos que seguem seus ensinamentos: não sintam nem ódio, nem amor por ninguém.
Ao longo de seu percurso, o Buda não deixará de chamar a atenção para o caráter efêmero e enganoso dos prazeres dos sentidos.
Uma história resume esse ensinamento é a seguinte:
Um dia, na floresta de Uruvela, o Despertado cruza com os príncipes Bhaddavaggi em perseguição a uma mulher que lhes roubou as joias. “Venerável, o senhor a viu?”, perguntam eles ao sábio.
Este se cala por um longo tempo, depois os interroga: “O importante é procurar uma mulher, ou procurar a si mesmo?” Desconcertados, os príncipes desmontam para ouvi-lo.
“Os prazeres dos sentidos são como veneno, são motivo de apego, logo, de dor e sofrimento”, explica-lhes o Buda.
Ele ilustra essa afirmação com a impressionante imagem de uma refeição feita em sonho: o sonhador inutilmente prova dos pratos mais delicados, mas na verdade não se sente mais saciado do que quando adormeceu.
Quanto aos leigos que decidem seguir seus ensinamentos, mas sem se engajar na via monástica, o Buda não pede que abandonem suas riquezas, mas que as usem com moderação, tendo sempre consciência do caráter transitório de todas as realidades terrestre.
No Grande Discurso sobre a destruição da sede do desejo (Majjhima Nikaya, 38), ele insiste no fato de que a purificação por meio da meditação é a única capaz de dar nascimento em cada um a um novo ser
Quando estava se aproximando a hora de sua morte, Buda diz o seguinte: “Vou pronunciar minha última palavra”, diz o Buda aos monges reunidos à sua volta, exatamente antes de perder a consciência e alcançar o paranirvana. E logo continua: “Ficai atentos, eu vos exorto: todos os fenômenos condicionados têm a natureza da destruição; eles estão sujeitos a desaparecer. Esforçai-vos com sinceridade” (Mahaparinirvana, 6, 8).
Em sua brevidade, esse último ensinamento de algum modo resume 45 anos de sermões, 45 anos iniciados pelo Buda no parque das Gazelas, diante dos cinco primeiros discípulos. Ora, eis que nesse último sopro ele exala a quintessência da via que traçou: tudo está sujeito à destruição, não se apeguem a nada e, assim, o sofrimento será eliminado.
Jesus
Jesus dedica-se a relativizar as regras em uso na ortodoxia judaica.
É um modo de erguer a fé acima da lei, sem, contudo, tocar no que está no núcleo da Lei judaica: o amor a Deus e ao próximo.
Vemos um exemplo disso aqui:
“Ouvistes que foi dito aos antigos que…”, declara à multidão que foi ouvi-lo, quando pronuncia o sermão da Montanha (Mateus, 5:21-48), “e eu vos digo…”, acrescenta logo, afirmando assim a supremacia da palavra viva do presente sobre a tradição passada.
Como se quisesse virar a página de uma concepção coletiva do religioso em nome de uma mensagem nova, centrada na salvação individual, que passa pela fé, pela confiança e pelo amor a Deus.
Ele é o mestre que tem como missão não suprimir as leis, mas reformá-las, e mostrar-lhes o verdadeiro sentido. “Eu não vim revogá-las, mas dar-lhes pleno cumprimento” (Mateus, 5:17).
Ele define o “modo de usar” da tradição que ele afirma querer reformar, e sugere uma lei nova baseada no amor, na justiça e no perdão.
Para a maioria, ele se contenta em denunciar a acumulação: de que servirão as abundantes reservas de trigo daquele que se preocupou em acumular riquezas, já que sua hora chega naquela mesma noite? (Lucas, 12:16-21).
Ele não acusa o dinheiro, e sim o amor ao dinheiro: “Ninguém pode servir a dois senhores.” Porque, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo.
“Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro” (Mateus, 6:24). Aqueles que possuem, insiste ele, devem partilhar: “Dá ao que te pede” (Mateus, 5:42)
Jesus se apresenta como o mediador que conduz a Deus e à salvação: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim” (João, 14:6).
“Quem me despreza, despreza aquele que me enviou”, diz ele (Lucas, 10:16; Marcos, 9:37).
Ele é categórico: “Assim, todo aquele que ouve essas minhas palavras e as põe em prática será comparado a um homem sensato que construiu a sua casa sobre a rocha” (Mateus, 7:24)
As sete palavras pronunciadas por Jesus crucificado, que iniciou sua longa agonia, são profundamente emocionantes e constituem a quintessência de seu ensinamento.
A primeira dessas palavras vem imediatamente após ele ser colocado na cruz. Caçoam de Jesus, ele é ultrajado pela multidão, está esgotado, seu fim é inevitável.
Ele se dirige a Deus, que chama de pai. Dessa vez, não suplica; o pedido que lhe dirige não diz respeito a si mesmo, mas aos outros, àqueles que o levaram à morte: “Pai, perdoa-lhes: eles não sabem o que fazem” (Lucas, 23:34).
Jesus reafirma com força, quando ele mesmo é vítima de um ódio cego, que o perdão está acima de tudo. Ele também lembra, como Sócrates, que a ignorância é a verdadeira causa de todos os males.
Em seguida, Jesus se volta para os dois condenados que foram crucificados, um à sua direita, outro à sua esquerda. Um deles o insulta: “Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo, e a nós.” O segundo lhe responde: “Quanto a nós, é justiça; estamos pagando por nossos atos; mas ele não fez nenhum mal.”
E, virando-se para Jesus, implora: “Lembra-te de mim quando vieres com teu Reino.” Jesus lhe responde: “Em verdade, eu te digo: hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas, 23:39-43), fazendo dele o primeiro “santo” de toda a história do cristianismo e o único canonizado pelo próprio Jesus, se assim se pode dizer!
Ora, não se trata de um fiel piedoso, ou de um homem que levou uma longa vida virtuosa, muito menos de um asceta que consagrou a vida a Deus, mas de um bandido crucificado por seus crimes.
Um bandido que se arrepende, reconhece a justiça e a fé no Cristo e na misericórdia. Como Jesus explicou ao longo de seus ensinamentos, não é a fiel observância da lei religiosa, nem mesmo a virtude que salvam, mas a fé e o amor.
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