Muito das infomações desse post vieram de um escrito de Rabindranath R. Maharaj (autor do livro “Death of a guru“). O Rabi R. Maharaj veio de uma longa linhagem de sacerdotes e gurus brâmanes e foi treinado como iogue.
Ele meditava durante muitas horas todos os dias, mas gradualmente a desilusão por sua própria religião se instalou em sua vida. Ele descreve a vida e os costumes hindus, traçando de forma vívida e honesta sua difícil busca por significado e sua luta para escolher entre o hinduísmo e o cristianismo. Após a sua conversão, Maharak dedicou-se a pesquisa das influência das religiões orientais no Ocidente.
Então, ele começa a descrever esse fenômeno da Invasão Espiritual da Ásia no Ocidente e sobre como a cosmovisão hinduísta impacta a vida das pessoas.
A rejeição da herança ocidental
O “Ocidente Cristão” em que vivemos lnão é realmente “cristão”. Na verdade ele nos incita a ter sentimentos anti-cristãos. Tanto que hoje, milhões de pessoas aqui no Ocidente rejeitaram o Cristianismo e aceitaram os ensinamentos e as doutrinas de religiões orientais.
Temos uma atitude de autodepreciação em relação a nossa própria cultura, de negarmos nossa própria herança. “Vejam como nós, os Ocidentais, somos imperfeitos perto de vós”. Chegamos ao extremo de considerar que os estados normais de consciência do homem ocidental são uma enfermidade, uma doença, de que toda a nossa forma de sentir, amar, de pensar é errada.
O caminho para o pensamento oriental já tem sido preparado há muito tempo por filósofos ocidentais que romperam com a fé cristã. Isto começou com o antropocentrismo de Descartes e o panteísmo de Spinosa.
Nos EUA, a filosodia hindu tem seus predecessores mais ou menos em 1800, quando os transcendentalistas da Nova Inglaterra, entre eles Ralph Waldo Emerson, ensinaram sua própria versão de panteísmo. O panteísmo (a doutrina de que Tudo é Deus) é uma doutrina central já do hinduísmo clássico.
O hinduísmo ensina que só há uma realidade, que todo o universo é formado por uma única matéria espiritual (monismo). Este pensamento monista influencia a filosofia até os nossos dias. O Hinduísmo nos ensina que Deus, a Perfeição, se encontra no interior de cada indivíduo.
A doutrina central do hinduísmo é a de que somos todos divinos. Casualmente esta é a primeira mentira de que se fala na Bíblia (Gn 3.5). Já naquela vez, no Jardim do Éden, a serpente soprou no ouvido dos humanos que eles podiam ser iguais a Deus.
A Grande virada, contudo, deu-se apenas no ano de 1893, por ocasião do Parlamento Mundial das Religiões, em Chicago, quando o até alí desconhecido monge neo-hinduísta, Swami Vivekananda proclamou que o hinduísmo era a mãe de todas as religiões e que reconhece todas elas como verdadeiras. Ele insistiu também que, em última análise, todos os caminhos levam ao mesmo alvo.
Porém, quando se toma tempo para estudar as diferentes religiões do mundo, vê-se de forma bem nítida que, em seus fundamentos, elas se contradizem claramente. As religiões não estão dizendo a mesma coisa e todas elas possuem contradições essenciais entre suas respectivas visões de Deus, Salvação, Natureza Humana, Vida após a morte e o sofrimento humano.
A Teosofia também foi importante para a introdução das ideias espirituais do oriente aqui no Ocidente, sendo que suas fundadoras (Madame Blavatsky e Annie Besant) tinham uma visão extremamente negativa sobre o Cristianismo. Até fiz um outro post criticando a Teosofia que vale a pena ler! Basta clicar no link abaixo:
Nas palavras do próprio Rabi R. Maharaj:
“As religiões orientais ensinam, como já foi dito, que somos divinos. Mas enfatizam também que a maioria das pessoas ainda não se “conscietizou” disso, mas necessita justamente descobrir o mistério de seu ser divino. Para isto devemos nos voltar para dentro de nós e contemplar nosso eu. Esta contemplação tornou-se hoje uma corrente muito importante. Existem por aí centenas de títulos de livros como “O Eu” ou “O Self”, assim como coisas do gênero “Caminhos para a Auto-realização”. Tornamo-nos uma “geração eu”, que se volta para dentro de si mesma.
Isso, porém, contribui para um crescente egoísmo em nosso mundo. Eu mesmo pude ver, em minha pátria, o que esta filosofia causou nos países orientais, como a situação se encontra especialmente na Índia, depois de esta crença reinar alé por milhares de anos. Há milênios, as pessoas na minha terra natal tem praticado a meditação e a ioga. Tratam-se de práticas que ertencem as doutrinas do Hinduísmo. A Índia, terra na qual há milênios reina a fé na reencarnação, é hoje infelizmente um dos países mais pobres do mundo e um dos que mais sofrem. Quando se viaja pela Índia, tem-se a impressão de que não há mais esperança para aquela terra.
Um famoso escritor indiano, Neidhal, disse que a verdadeira crise da Índia não é de natureza política nem econômica. Antes, ela reside em uma civilização decadente para a qual a única esperança é que caia de uma vez, e rápido. É uma afirmação fulminante, especialmente por vir de um hindu brâmane.
Durante milhares de anos os hindus não se preocuparam com questões sociais e com a solidariedade, pois no hinduísmo o que realmente conta é que a pessoa encontre o seu verdadeiro eu, o atmã e isto significa Deus, nas profundezas do próprio ser. Quando eu ainda era hindu, a minha mantra (senha de meditação) era a fórmula Tat Wam Asi. Significa, em síntese, “eu sou Deus”. Eu tinha de repetí-la sempre. Milhares de vezes, milhões de vezes. E tantas vezes o fiz que no fim passei realmente a acreditar nisto.
Hoje também no Ocidente cada vez mais pessoas estão acreditando neste caminho do auto-endeusamento. Mas fica o registro de que os Cristãos ocidentais, que foram para a Índia, constituiram-se nos primeiros a construir ali hospitais e escolas. No início era difícil até conseguir indianos para trabalhar nestes projetos, pois eles não queriam saber de tocar em doentes ou leprosos. Era preciso que antes viessem cristãos do Ocidente para prestar esse serviço. Nossas doutrinas religiosas tinham repercussão sobre o nosso comportamento na prática. Por isso hoje estou tão preocupado em ver o Ocidente se abrindo tanto para o Oriente, isto vai certamente influenciar de forma negativa o relacionamento das pessoas com os seus semelhantes. Os únicos grupos orientais que têm algum tipi de ação social são aqueçes que o fazem basicamente a partir de modelos ocidentais. E com isso querem atrair gente para sua doutrina.
A doutrina da reencarnação é até hoje um dos maiores obstáculos ao processo de desenvolvimento da ìndia. O que no Ocidente apareceu como um pensamento atraente, tendo até se tornado moda, significa para muitos indianos um terrível castigo. Eles se apavoram com a perspectiva de terem de retornar a esta terra em alguma forma diferente, por exemplo como aleijado ou animal.
O movimento oriental aprofunda milhões de pessoas dentro do satanismo. Isto está ligado ao fato de o hinduísmo ensinar que Deus e o mal são fundamentalmente a mesma coisa. Ele explica: “Eu sou luz e também as trevas”. Como Cristãos, então temos a responsabilidade de lembrar ao mundo que há dois poderes transcendentes que se contrapõem um ao outro, ou seja, Deus e Satanás. E os dois não são, de forma alguma, a mesma coisa.”
A situação precária da Índia
- Esse é o fator para qual a Índia, o local de nascimento do Hinduísmo, é cheia de pobreza, doenças e sofrimento. O hinduismo ensina que somos todos um com tudo o que existe, de que somos divinos, de que a realidade do que vemos e sentimos é uma ilusão, etc. Os hindus acreditam que atingir a iluminação é a coisa mais prioritária e importante (ao invés de estar preocupado com o bem estar dos outros ou com sua própria situação de vida por exemplo). O escape/fuga interna é preferivel do que a mudança externa. Atingir uma nova consciência torna-se a coisa mais importante.
- Essa abordagem de “eu”, “eu”, “eu” da vida é inteiramente responsável por criar uma situação de miséria na Índia, um pais onde mais de um bilhão de almas, milhões supostamente iluminadas com sua unidade com tudo o que existe. O pais tem um dos maiores déficit fiscal do mundo, o maior numero de crianças na rua, mais de 35% da população analfabeta do mundo. A miséria humana na Índia é tão grande que é quase incomparável em relação aos outros lugares do mundo.
- Os mal que foi cometido em nome de Jesus é contrário aos ensinamentos da Bíblia, que é a fundação do Cristianismo. O que ocorre na Índia é compatível com os ensinamentos do hinduísmo – nós não somos verdadeiramente indivíduos, tudo o que experienciamos é uma ilusão, não existe certo/errado, bom/mal absolutos. Todas essas noções causaram um impacto negativo gigante na Índia, pois levaram os hindus a uma estado econômico de complacência sobre seus próprios sofrimentos, mas também aos sofrimentos dos outros.
- Além disso, não há um código externo de moralidade e ética pelo qual os hindus precisam viver. Aqueles que vivem sem um código externo de moralidade, como a Bíblia, não são limitados por nenhuma medida de certo/errado, seguem apenas seus próprios desejos e necessidades. Isso levou a uma onda de crime e corrupção na Índia.
- Nascido em uma sociedade que é organizada no sistema de castas e de valores socais que são centrados em conceitos de Karma e Maya (ilusão), o hindu é mais obcecado com seus próprios problemas evolucionários e predestinação do que com as realidades duras do considerado mundo ilusório. Até mesmo o hindu tradicional considera as desigualdades justificadas e as tolera.
- O Hinduismo considera as desigualdades sociais e econômicas justificáveis devido as diferenças de karmas individuais. Se uma pessoa nasce rica ou em uma casta elevada e se alguém está sofrendo ou nasceu em uma casta pobre, a pessoa tem que culpar a si mesma por suas ações passadas. Cada individuo que vive na India é uma continuação do seu passado e totalmente responsável por tudo em sua realidade, dessa forma, como alguém poderia culpar outros pelo seu sofrimento? Os Hindus aceitam o conceito de ilusão/maya, que diz que o mundo é irreal e ilusório, e que se preocupar com ele (tentando modificá-lo, realizando mudanças sociais e individuais) é uma opção menos atraente do que escapar desse mesmo mundo (através da iluminação e da quebra do círculo cármico de reencarnações). Para os Hindús, os problemas do mundo são essencialmente problemas de ilusão e ignorância.
- Na Índia, os que mais são devotos e auxiliam na aliviação do sofrimento são os Cristãos. Somente 2,3% da população são cristãos e são responsáveis por 20% da educação básica na india, 25% do cuidado com órfãos, 30% do cuidado com aqueles que tem Aids, lepra ou possuem algum tipo de deficiencia. Para os Cristãos, o propósito último não é a iluminação pessoal, mas amar a Deus, que nos comanda a amar nosso vizinho, o próximo, auxiliando aqueles que estão desamparados e excluídos da sociedade, o que nos leva a criar um mundo melhor.
- A reencarnação é o ponto fundamental no pensamento hinduísta. Essa doutrina diabólica afasta definitivamente da cruz de Cristo aqueles que nela creêm, pois passam a crer que podem se salvar por intermédio do autoconhecimento, através de várias encarnações. A doutrina da reencarnação ensina que através de várias encarnações, podemos evoluir para níveis mais elevados de consciência, e tal evolução pode chegar ao ponto de não necessitar mais reencarnar, atingindo um estado evolutivo onde se torna um espírito cósmico. Porém, a Bíblia nega com veemência, do principio ao fim, a doutrina da reencarnação, através do plano da salvação na cruz de Cristo:
“E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez e, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação” – Hebreus 9.27-28
- Ou seja, o homem passa por apenas uma encarnação e no decorrer dela não pode salvar a si mesmo; precisa do sacrifício perfeito de Jesus Cristo na cruz do Calvário. A Cruz de Cristo é a maior prova de que a reencarnação não existe. Enquanto não existem provas palpáveis de que ocorre a reencarnação, a cruz de Cristo tem lugar no tempo e no espaço – é fato, aconteceu em determinado tempo e lugar. É prova real, história real e inegável. O homem acha mais fácil crer na fábula diabólica da reencarnação, pois crer na cruz de Cristo significa abandonar a antiga utopia de ser igual a Deus. Significa abandonar o “trono” e curvar-se diante de Jesus Cristo numa atitude como a de Tomé, confessando-o como Senhor e Deus.
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