Nesse post reuni uma lista dos 6 principais obstáculos que impedem você de transcender os seus níveis de consciência, processo que envolve sair dos níveis egoicos de consciência (composto de emoções menores de sobrevivência e visões/crenças de mundo negativas) e se elevar aos níveis da realidade espiritual (amor, paz, iluminação).
Esse amadurecimento interior/espiritual pode ser demonstrado pelo mapa da consciência do Dr. David R. Hawkins, que mostra toda a jornada interna evolutiva do ser humano:
Porém, esse processo de purificação e ascensão espiritual, pode ser atrasado por diversos fatores… Os 6 principais são:
1°- Arrogância/Autoenganação
A arrogância pode ser um dos principais bloqueadores para o seu despertar espiritual, pois é um estado de tremenda negação e rejeição de tudo aquilo que possa ameaçar o seu senso de identidade e sistema de crenças.
A imagem que pessoas possuem de si mesmas precisa sempre ser preservada e por isso mesmo, o orgulho é um dos maiores bloqueadores para o desenvolvimento pessoal.
Nesse estado, você está absolutamente certo de que seu modo de ser é o único certo/possível e que todos os outros pontos de vista e percepções sobre o mundo são falsas (“eu estou certo e os outros estão errados”
No livro a sutil arte de ligar o f*da-se, de Mark Manson, o autor fala sobre essa tendência que temos de querer proteger a todo o custo a visão que temos de nós mesmos, evitando tudo aquilo que poderia mudar ou influenciar nosso autoconceito. Ele apelidou tal fenômeno de a Lei de Evasão de Manson, que diz:
Quanto mais alguma coisa ameaça sua identidade, mais você a evitará. Ou seja: quanto mais alguma coisa ameaça mudar a visão que você tem de si mesmo – sua autoavaliação de sucesso ou fracasso, sua autoavaliação em relação aos próprios valores -, mais você evitará fazê-la.
Mark Manson
O Dr. David R. Hawkins explica sobre o nível de consciência do orgulho em seu livro “Deixar ir: O caminho do desapego”:
O orgulho caracteriza por ter muito mais energia do que os níveis abaixo. Entretanto, ainda possui uma direção negativa. Já ouvimos a máxima: “O orgulho precede a queda”.
Existem muitos exemplos na história indicando o orgulho como uma posição muito frágil, como a arrogância, por exemplo.
Orgulho pode ser útil, pois tem mais energia que os níveis de consciência inferiores. Expressa-se na vida diária como arrogância, desprezo e sarcasmo. O ponto fraco, na verdade, é a negação, e o problema é que o processo ocorrendo na consciência é de inflação de si mesmo.
Dizemos que uma pessoa em orgulho “se acha”, “deixou subir a cabeça”, “não aprende”, “não ouve” ou “tem uma mente fechada”. Esse nível de consciência leva para uma posição polarizada de opiniões que coloca a pessoa constantemente na defensiva por achar que “está certa” e, por isso, o mundo tem que estar errado. A energia é dissipada em infinitas defesas.
David R. Hawkins
Como você pode imaginar, as pessoas orgulhosas não estão dispostas a olharem honestamente para os seu mundo interno (não possuem autoconsciência). E eles também acreditam que ninguém de fora pode falar algo a eles e por isso mesmo não são pessoas abertas e novas ideias. O senso de “eu” fica associado a sentimentos de superioridade.
Podemos superar o orgulho praticando esses três itens:
- Posso estar certo sem fazer os outros estarem errados.
- Eu posso respeitar os outros sistemas de crenças e opiniões.
- Eu posso gostar de maçãs sem odiar laranjas.
2°- Ressentimentos/Rancores (Não Perdão)
Quanto mais ressentimentos e rancores que você guarda dentro de si, mais preso ao passado você se encontra: o passado passa a colorir a sua percepção do presente (você enxerga o presente com os olhos do passado).
Para o que o progresso espiritual ocorra, é necessário que você tenha a disposição de abandonar e soltar esses sentimentos inferiores e substituí-los por amor, aceitação e autocompaixão.
Esse é o poder do perdão, que consiste em você escolher, por amor próprio, não abrigar mais sentimentos de negatividade dentro de si, pois tais sentimentos não servem a nenhuma função, a não ser fortalecer o eu menor, que é composto majoritariamente por emoções de sofrimento e mesquinhas.
Caso queira saber mais sobre como perdoar verdadeiramente, sugiro que veja um post específico que escrevi sobre esse assunto:
3°- Desejo por aprovação
O desejo por aprovação é um grande bloqueador para o seu despertar espiritual pois faz com que você fique preso a uma vida inautêntica, em que você abre mão de seus sonhos, aspirações e, ultimamente, de sua autenticidade, para ser aceito e amado pelos outros.
O livro de Bronnie Ware chamado “Antes de partir: Os 5 principais arrependimentos que as pessoas tem antes de morrer” relata a experiência pessoal que a autora teve cuidando de pessoas doentes que estavam prestes a morrer.
Conversando e vivendo com tais pessoas, ela percebeu que a maioria delas chegaram no fim de suas vidas com arrependimentos semelhantes. O principal deles foi o seguinte:
“Desejaria ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira para mim mesma, não a vida que os outros esperavam de mim.“
O remorso de não haver vivido uma vida verdadeira para si mesmo era o mais comum. Era também aquele que causava a maior frustração
Isso envolve ter a coragem de ser você mesmo, o suficiente para viver do jeito que você deseja, independentemente do que as outras pessoas digam e esperam de você. Abandone o desejo por aprovação.
Foque no que realmente é importante para você, a vida é sua! Não deixe outras pessoas te desviarem do seu caminho e da sua evolução espiritual!
4°- Preguiça
Um outro grande obstáculo que temos que superar para expandirmos nossa consciência é a preguiça (que é o nome que nós damos a força da inercia e resistência quando ela se manifesta psicologicamente).
A preguiça aqui refere-se simplesmente ao fato de que não queremos ser perturbados. Queremos permanecer os mesmos, não queremos ter que mudar.
Em geral, somos muito preguiçosos para realizar uma jornada espiritual em nossas vidas: evitamos a todo o custo a busca pela verdade. É muito fácil permanecermos presos no nosso senso de identidade antigo/familiar e crenças confortáveis e já ultrapassadas, afinal, elas nos fizeram sobreviver até agora, por que deveríamos confrontá-las? (Porém sabemos que a mera sobrevivência não é sinônimo de liberdade e contentamento interior).
Basicamente, não queremos o desconforto de ter que desafiar nossas crenças e nosso senso de identidade atual.
“Parece que a maioria das pessoas está disposta a morrer em vez de alterar o sistema de crenças que as limitam a níveis de consciência inferiores.“
David R. Hawkins
A chave para você sair desse estado letárgico é você ter um real desejo pela mudança, refletindo sobre a situação de sua vida atual e sendo bem sincero consigo mesmo, avaliando se está realmente disposto a passar o resto de sua vida operando na mediocridade (que significa não crescer, viver abaixo de seu potencial e ser o mesmo que você sempre foi) ou se está disposto a trilhar o caminho do sucesso, que nada mais é do que viver uma vida autentica e verdadeira.
“Um desejo sincero pela mudança permite que o indivíduo busque padrões de alta energia em suas várias expressões. Buscar a Iluminação é buscar o arrastamento para os padrões atratores poderosos (níveis energéticos elevados). A chave novamente é a vontade, um ato repetidamente constante de escolha. Disposição persistente é o gatilho que ativa um novo campo atrator e permite que o indivíduo comece a sair do antigo.“
David R. Hawkins
5°- Evitar o desconforto/Esconder-se da Vida
“O padrão básico é o seguinte: primeiro nós evitamos o que precisamos ver pois não queremos sentir dor. Então, essa evitação produz mais problemas para nós e que também não queremos olhar pois isso causa dor. Então essa nova evitação produz mais produz mais problemas que não examinamos e assim por diante. Camadas de evitação sobre camadas de evitação, essa é a condição da maioria dos adultos.“
Nathaniel Branden
Outra coisa que precisamos enfrentar é o impulso a evitar o desconforto. Viver conscientemente pode nos obrigar a confrontar nossos medos e entrar em contato com dores não resolvidas. Isso requer que nós sejamos reais a nós mesmos em relação aos nossos pensamentos, sentimentos e ações que atrapalham nosso equilíbrio.
O problema é que muitas pessoas utilizam da espiritualidade como uma forma de evitar a vida, evitar ver as coisas que realmente precisamos ver, evitar ser confrontados com suas ilusões, medos e equívocos.
A vida em si, a vida diária, pode ser nosso professor mais valioso. Muitas das vezes, o maior solvente do ego pode ser encontrado em nossa própria vida – nas adversidades e desafios que vivenciamos no dia a dia.
“Pensar que a iluminação só ocorre por meio de experiência maravilhosas é iludir a si mesmo. Sim, existem casos em que alguém tem um despertar espontâneo, e essa pessoa não possui muitas tendência cármicas para as quais olhar. Mas isso é raro. Para a maioria de nós, o caminho rumo a iluminação não é cor de rosa.“
Adyashanti
A vida em si tem uma capacidade tremenda de nos mostrar a verdade e nos despertar. O divino é a vida em movimento. O divino usa as situações de nossa vida para realizar seu próprio despertar, e muitas das vezes usa situações difíceis para nos despertar.
A ironia é que a maioria dos seres humanos passa a vida evitando situações dolorosas. Não somos bem sucedidos, mas estamos sempre tentando evitar a dor. Temos uma crença inconsciente de que nosso maior crescimento em termos de consciência provém de momentos belos. Podemos certamente dar grandes saltos de consciência por meio de momentos belos, mas eu diria que a maioria das pessoas o faz em períodos difíceis.
A verdade é que a maioria das pessoas que afirma querer o despertar realmente não o quer. Elas aspiram a sua versão do despertar. O que desejam de fato é ser verdadeiramente felizes em seu estado de sonho. E tudo bem com isso, se é até onde evoluírem. Mas o impulso sincero a iluminação é algo que vai muito além do desejo de tornar melhor o nosso estado de sonho.
É um impulso disposto a submeter-se ao que for necessário para despertar. O impulso autêntico a iluminação é aquela prece interna pedindo qualquer coisa que nos leve a um despertar pleno, independente de ser maravilhosa ou terrível. É um impulso que não estabelece condições quanto ao que temos de passar.
Adyashanti
Isso é algo que muitos de nós não queremos reconhecer – que nossas maiores dificuldades, sofrimento e dores são uma forma de graça impiedosa – são componentes poderosos e importantes do nosso despertar, se estivermos prontos para eles. Se estivermos prontos para encará-los, podermos ver e receber as dadivas que tanto tem a oferecer.
6 – Refugiar-se no banal e superficial
“As coisas mais importantes não devem ficar a mercê das coisas menos importantes”
Goethe
Uma outra face dessa tendência de evitarmos o desconforto é você viver uma vida refugiando-se naquilo que é banal e superficial, investindo muito do seu tempo e energia em coisas que não acrescentam em sua evolução espiritual e amadurecimento emocional, que não agregam em nada no seu processo de autoconhecimento.
Isso ocorre quando adotamos um estilo de vida baseado na busca por gratificações instantâneas, validação, na busca por uma felicidade superficial, baseada no prazer (hedonismo).
Vivemos em uma época de fugas e distrações. A indústria do entretenimento e de consumo nos oferece promessas vazias de felicidade. A mídia nos mostra que devemos almejar ser como as celebridades do momento. Gostamos de fofocar sobre a vida dessas pessoas e, muitas das vezes, ficamos mais interessado na vida delas do que na nossa própria vida.
Estamos constantemente olhando outras pessoas terem a glória. Estamos vendo filmes, 6h por dia na TV, ficando horas e horas vendo a vida dos outros nas mídias sociais. É muito mais fácil ficar assistindo a vida de outras pessoas do que que tomar as ações necessárias para criarmos a vida que desejamos.
O problema, é que a real felicidade não se encontra em nenhuma dessas coisas que a sociedade lhe oferece como a salvação para sua alma. A real felicidade só pode ser encontrada através do autoconhecimento.
O entretenimento fútil, inútil, serve apenas para nos manter distraídos e não explorarmos questão mais importantes da vida, como por exemplo a natureza da realidade, sobre quem nós realmente somos e sobre o que realmente querer fazer de significativo em nossas vidas.
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