A fonte do medo é interna
“As outras pessoas só criam situações em que as coisas que estão escondidas dentro de você se expressam. Eles não são a causa; eles não estão causando algo em você. Seja o que for que esteja acontecendo, está acontecendo a você. Sempre existiu em você. Das fontes ocultas, aquilo se tornou aparente, manifesto“
OSHO
Quando você tem medo de algo, na verdade você não está realmente com medo da coisa externa específica que sua mente diz ser a fonte de seu medo. Na verdade o que está acontecendo é que sua mente projeta o medo suprimido que já existia dentro de você nas situações externas.
Vamos pegar por exemplo uma pessoa que tem medo de eventos e reuniões sociais. Numa análise superfícial, pode até parecer que são as outras pessoas que são a causa e as culpadas pelo medo que essa pessoa sente. Porém, a verdade é que tal medo já existia dentro da pessoa, ele estava suprimido (no subconsciente) e simplesmente foi “revelado” e trazido a superfície por tal situação.
A maioria das pessoas quando falam sobre medo, falam do contexto do tipo “Eu estou com medo dessa coisa que acontece fora de mim, entao eu espero que tal coisa não ocorra senão eu vou ficar com medo”. Mas, como vimos, o medo não foi causado por tais coisas, o medo já existente dentro de você foi trazido a superfície por tais eventos.
“A verdadeira origem do estresse é na verdade interna e não externa, como as pessoas gostam de acreditar. A prontidão para reagir com medo, depende de quanto medo já esta presente esperando para ser acionado por um estimulo. Quanto mais medo temos dentro de nós, mais a nossa percepção do mundo muda para uma expectativa assombrosa e perigosa.“
David R. Hawkins
Visto que você é a FONTE de todos os seus medos (visto que é seu medo acumulado que distorce sua percepção das coisas, pessoas e situações que você diz serem a fonte de seu medo), o processo para você alcançar o destemor é você processar e dissolver esses sentimentos de medo que você tem deixado guardado.
“Nosso medo suprimido transborda e colore todas as nossas experiências. Se não o examinarmos, pensaremos que isso é o medo que vem do mundo e culparemos o mundo por isso. Pensaremos que é uma experiência amedrontadora acontecendo lá fora. Mal sabemos que é nosso próprio medo que está sendo projetado no mundo. Então, nos apropriamos dessa fonte de medo, que é nosso próprio acumulo de medo criados. Começamos a recebê-lo e aguardamos a oportunidade para permitir que esse medo se esgote. O desapegar básico do medo é por rendição em grande profundidade.
Cada um de nós tem uma certa quantidade de limitações, diretamente relacionadas quantidade de sentimentos negativos que armazenamos. Quando a pressão por trás desses sentimentos foram liberados, essa emoção não ocorre mais. Por exemplo, se o medo é constantemente liberado por um período de tempo, eventualmente se esgota. Isso então torna-se difícil ou quase impossível sentir mais medo. Leva progressivamente mais e mais estímulos para provocá-lo. Finalmente, uma pessoa que libera muito tem procurar diligentemente pelo medo.
Conforme fazemos isso, vamos descobrir, para a nossa surpresa, que existe uma quantidade limitada dessa sensação. É como se a quantidade de medo que temos fosse limitada em quantidade. Como pode ser assim? É como se esse medo fosse um tanque de pressão que contém todo o medo suprimido que tivemos ao longo de nossa vida, começando pela infância. Há todos os medos de que não poderiamos nos permitir experienciar, expressar ou que não eramos permitidos ser expressos. Não tinhamos permissão de ter aquela emoção.”
David R. Hawkins
Não lide com os pensamentos, lide com as sensações do medo
Você não consegue dissolver o medo por meio de pensamentos, pois pensamentos apenas se autorreforçam e são infinitos. Você só precisa lidar com as sensações do medo que estão ocorrendo em seu corpo, desapegando de resistir a elas!
“Apenas permitimos que a experiência esteja presente sem resistência. Por estarmos focados nisso, o medo começa a diminuir, pois não estamos mais dando atenção aos pensamentos. Os próprios pensamentos é que estão gerando mais medos.“
David R. Hawkins
Quando você tem medo de algo, geralmente existe uma historinha mental que tentam explicar os motivos de você estar com medo. O verdadeiro problema não são os pensamentos e sim as sensações no corpo. Por isso, não foque nos pensamentos, não foque nas historinhas mentais que a mente produz acerca do medo.
Se você ficar preso nas histórinhas medrosas que a mente cria, tais pensamentos só alimentarão ainda mais o sentimento de medo que, por sua vez, produzirão mais pensamentos, que alimentarão mais sentimentos (é um ciclo). Para você começar a dissolver a energia do medo, você deve eliminar o prestar atenção nos pensamentos e trazer o foco de sua atenção nas sensações do medo que estão ocorrendo em seu corpo.
Se você estiver com medo, ignore seus pensamentos (que são infinitos e apenas se autorreforçam). Foque sua atenção nas sensações do medo e deixe de resistir a elas. É sua resistência em experienciar e sentir essas sensações que continuam mantendo esse medo acumulado, pois você nunca permite que tal energia aflore em sua consciência, seja vivenciada e se mova para fora.
Não resista ao medo, permita ele. São apenas sensações físicas, você já é adulto e consegue tolerar a acolher elas. Receba o medo. Diga “Olá medo! Seja bem vindo! Fique o tempo que quiser e, no seu tempo, você pode ir embora! Sua tendência até então foi suprimi-lo, evitá-lo, julgá-lo, resistí-lo. Porém, se você realmente quiser se libertar do medo, o inverso é o necessário.
Quando o medo vem, ele chega como uma reação emocional. Você sente o medo no estomago, no peito, etc. A pergunta é: o que eu faço com esse medo? Não faça nada! Apenas deixe as sensações do medo ficarem em você. Relaxe em cima dele!
Então, se você estiver ansioso, se permita sentir essa ansiedade. Alinhe-se com ela. Não faça nada para mudá-la, apenas observe-a objetivamente.
Ao invés de se tensionar, contrair e resistir, foque em relaxar em cima desse desconforto. Escolha não de fechar. Escolha manter-se aberto diante do medo. Relaxe os ombros, a barriga, aprenda a ficar confortável no desconforto. Relaxe mesmo na presença do sentimento desconfortavel.
Entenda que nenhum sentimento é infinito, todo o sentimento tem um limite de carga e duração. Ele virá para cima, ficará por um tempo e, se não for resistido, se dissipara por conta própria, visto que é apenas uma emoção (energia em movimento).
Então, como parte prática, toda vez que surgir um medo em você, você pode aplicar esse processo para começar a dissolver esse estoque de medo acumulado que tem dentro de si. Reconheça o sentimento de medo e comece a relaxar em cima dele, pratique o relaxamento e a abertura (ao invés de se contrair e tencionar – formas de resistir).
Apenas observe as sensações do medo ocorrendo em você, sem tentar fazer algo para mudá-las, modificá-las ou controla-las.
O que você notará com o tempo é que depois de você ter soltado certa quantia desse sentimento, situações que antes disparavam muito medo em você deixarão de ser tão assustadoras.
- A vida naturalmente te colocara em situações que revelarão o medo escondido em você. Aproveite tais situações para aplicar a técnica.
- Coloque-se em situações que você tem medo. Pare de se proteger da vida e pise fora de sua zona de conforto.
- Medite e faça os exercícios para explorar o medo que existe em você.
“Quando o medo chegar, o acolhemos dizendo “Ótimo! Mais uma grande oportunidade de desapegar disso”, porque agora já estaremos sentindo o benefício da diminuição dos medos que tivemos ao longo de toda a vida.“
David R. Hawkins
Medo, Preocupação e Ansiedade
- Alguns ensinamentos dizem que existem apenas duas emoções, amor e medo, e todos os sentimentos negativos abaixo do amor nada mais são que variações do medo. Existem apenas duas expressões emocionais – amor, que se inicia em 500 e se torna infinito em sua expressão, e o medo, que começa em 100 e se degenera em sua expressão. Por isso, o gerenciar de todos os sentimentos negativos surgem da disposição em aceitar que temos o pode dentro de nós para lidar com esse medo interno, de reconhecer que somos a fonte dele e parar de projetá-lo no mundo ou em Deus. Ninguém criou um mundo amedrontador, não existe esse tipo de coisa. O mundo do medo está dentro de nós, carregamos conosco e por isso podermos deixá-lo ir também. Podemos desapegar do medo do medo, e também do próprio medo, e nos aproximar da presença do Amor.
- O medo é um nível de consciência para ser abordado onde está, não em sua extensão e expressão no mundo – medo disso, medo daquilo. Não é para ser lidado com ele no nível de particiularidades, mas sim no nível da consciência. Isso é feito ficando consciente daquilo que somos, que é maior que o medo, e aprendendo a se desidentificar da emoção para que não sejamos ela. Nós somos um campo geral em que o medo está sendo experienciado. Ele se torna uma coisa pequena acontecendo dentro do contexto maior que nós somos.
- Um dos maiores obstáculos para lidar e desapegar do medo é o medo do próprio medo.
- As pessoas se tornam vítimas e convencidas de de que a fonte do medo está fora de si mesmas. Se as pessoas pensassem que a origem e a fonte do medo estão fora delas, haveria pouquissimo o que poderiam fazer com relação a isso. Não verdade, não há nada que elas possam fazer. Enquanto a crença de que a fonte está fora delas continuar, sempre serão as vítimas do medo até que comecem a compreender que essa é uma condição presente dentro de si mesmas e que são a fonte do medo que projetam sobre o mundo. É claro que verão o medo “lá fora”, pois o projetaram lá.
- A maioria das pessoas experiencia o medo de uma maneira um tanto física. Então, a primeira coisa a se fazer sobre uma experiência de medo é eliminar o prestar atenção aos pensamentos. Um sentimento de medo gerará milhões de pensamentos. Não há fim para os pensamentos de medo, pois estão surgindo de um campo de energia do próprio medo, que gera uma série infinita dos pensamentos. Falando clinicamente, lidar com pensamentos específicos tem pouca importancia, e o medo simplesmente gera mais pensamentos subsequentes, então queremos lidar com o medo propriamente.
- Quando olha para o que está sendo experienciado verá quando olhar por detrás dos pensamentos que o medo está sendo experienciado primeiramente no corpo. Poderá notar tensões nos músculos do estômago, ter sensações de enjôo, tremedeira nos braços e pernas ou secura na boca.
- Temos que aprender a não observar os pensamentos, mas o sentimento. Temos que observar o campo de energia abaixo do sentimento de onde o sentimento se origina e, depois disso, aprender a lidar com esse campo de energia. Não importa o que seja, é possível olhar para dentro de si para observar o que está sendo verdadeiramente experienciado. Verdade radical significa o que está sendo experienciado, não sobre o que está se pensando ou os conceitos que está projetando na experiência, não é o rótulo que se dá, mas o que se está literalmente experienciando dentro de si.
- A técnica é de desapegar de resistir o experienciar do que está literalmente sendo experienciado. Desapegar da secura na boca. Deixe-a estar lá e receba. Desapegar de resistir ao sentimento do estômago revirando e da tremedeira nos braços e pernas. Quando fazemos isso, estamos desfocados do pensamento sobre o que está sendo experienciado. Nós desapegamos totalmente e nos rendemos a ter essas sensações.
- Podemos começar a ver que estamos no controle do medo, pois somos a sua fonte. Começamos admitindo a verdade: “Sou a fonte do meu medo”.
- “Não há maneira de a pessoa transcender o seu medo do mundo, pois não existe maneira de controlar o mundo para finalizar todos os medos que a pessoa tem e, nem os medos podem ser transcendido mudando a sociedade, a lei ou as regras. A fonte do medo está dentro de nós.”
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