“Nesses campos de energia da depressão, nossa visão do mundo é um mundo triste e sem esperança, um lugar de sofrimento e dor. A visão de Deus, o Deus de um mundo assim, é um que nos ignora, que não tem sentimentos por nós e não se preocupa, e de quem estamos separados. Da culpa, da falta de valor e do pecado, Deus pode ser imaginado tendo atributos humanos negativos (antropomórficos).“
David R. Hawkins
1° Passo – Assuma a responsabilidade por sua própria felicidade
A fraqueza comum da consciência humana é fazer a felicidade depender de condições externas, como dizer “Quando conseguir aquele diploma, terei sucesso e serei feliz” ou “Quando aprender aquele idioma, me mudar de casa ou comprar aquela roupa luxuosa ou aquele carro novo” ou “Quando tiver o mestrado ou doutorado” ou “Quando conseguir aquela pessoa” ou “Se eu apenas conseguir mudar tal pessoa”, etc. Está sempre “lá fora”.
Colocar a fonte da felicidade fora de nós mesmos está nos colocando em posição vulnerável a depressão, ansiedade, medo e uma potencial perda. É apenas nos apropriando de nós mesmos como fonte de nossa felicidade, como a experiência de nossa existência, independente e além daquilo que acontece no mundo, que nos tornamos imunes a episódios de depressão.
Exemplos de condições que colocamos para a nossa felicidade:
- “Quando eu encontrar um parceiro, vou me sentir melhor.”
- “Quando eu ganhar mais dinheiro, me sentirei melhor.”
- “Quando o fim de semana chegar, vou me sentir melhor.”
- “Vou me sentir melhor depois de tomar café.”
- “Depois de ler este livro, vou me sentir melhor.”
- “Quando eu encontrar Deus, me sentirei melhor
“O atalho para a FELICIDADE é gradualmente deixar ir as razões e condições que acreditamos serem necessárias para sermos felizes. Quanto mais condições e pré-requisitos você coloca a sua felicidade, mais infeliz e miserável você é!“
Frederick Dodson
“Minha felicidade não depende de nada que está fora de mim. Eu mesmo sou a fonte de minha felicidade pelas minhas próprias decisões internas, integridade e intenções (…) Seu crescimento emocional, psicológico e espiritual que é a causa da felicidade em sua vida.”
David R. Hawkins
2° Passo – Lide com a raiva internalizada
Se investigarmos mais profundamente, por exemplo, a palavra “depress” significa “empurrar para baixo”. Mas o que exatamente é empurrado para baixo? Emoções, principalmente raiva e tristeza.
Gabor Maté
Podemos dizer que a depressão é um acumulo de diversos sentimentos negativos suprimidos (principalmente tristeza, medo e raiva). É isso que o David R. Hawkins explica na seguinte frase:
“Raramente uma dessas emoções negativas acontece sozinha. Geralmente, uma emoção negativa tende a puxar outras até certo grau. Na depressão, existem também sentimentos de autocrítica, ódio de si mesmo e ausência de valor próprio. Diz, por exemplo, que a depressão é a raiva voltada para dentro.“
Uma das maneiras de começarmos a nos mover para fora da depressão é lidar com os sentimentos de raiva suprimidos, visto que a depressão é a raiva direcionada para dentro.
A psicoterapia tradicional recomenda tentar energizar e trazer a raiva que acompanha a depressão e então, determinar a fonte da raiva. Vamos descobrir que tanto a raiva quanto a depressão são o resultado do mesmo erro – ter se equivocado na mente e na própria consciência.
Qual é o erro que vamos encontrar quando observamos a raiva, o medo, a tristeza, a apatia ou a culpa? Descobriremos que a pessoa colocou sua sobrevivência (felicidade) fora de si mesma.
Todos os campos de energia negativos são baseados em colocar a fonte da nossa felicidade em algo externo. Isso resulta em estar vulnerável e também ser a potencial vítima desesperada. Ser vítima significa ver as causas como fora de si mesmo.
Assim sendo, a vulnerabilidade para a depressão está presente enquanto pensarmos que a fonte da felicidade é algo que está fora de nós.
A única coisa que é certa no aspecto fenomênico desse mundo e de suas expressões é de que todas as coisas mudam. Todas as coisas mudam dentro da experiência humana porque a experiência humana é de mudanças. Se todas as coisas mudam e nada permanece igual, colocar a felicidade fora de nos mesmos, naquilo que muda, significa que é apenas uma questão de tempo até que a depressão aconteça. Se colocarmos a segurança naquilo que é transitório, que desaparece, que vem e vai, que muda, nossa vulnerabilidade estará sempre presente.
“Todos esses níveis de consciência abaixo da coragem possuem um campa de energia vindo do mesmo pensamento – que a felicidade vem de fora de si mesmo. Colocar sua sobrevivência em algo fora de si resulta em um estado de impotência, vitimização em razão de ter projetado a fonte do poder próprio fora de si. No fundo do mapa da consciência está a vitimização máxima em que a fonte total de nossa felicidade foi colocada fora de nós. A transformação tem a ver com a autorresponsabilidade de que a pessoa é a fonte de sua própria felicidade e que o poder está dentro dela.“
David R. Hawkins
A depressão tem a ver com a raiva direcionada para dentro. E quanto a raiva? Qual é a base da raiva? A fonte da raiva é exatamente a mesma fantasia da fonte da felicidade, que está em algo fora de si mesmo e que foi colocada em um objeto externo – uma pessoa, um lugar e uma coisa.
A raiva é exatamente sobre esse ponto – “Perdi meu poder. A fonte da minha felicidade nunca vai voltar para mim, pois está fora de mim. Projetei-a lá fora”. A cura disso nasce da disposição em olhar para a verdade do assunto, para dizer para si mesmo “Da minha inocência, como os outros humanos nesse planeta, na verdade, como a maioria de nós, acreditei em certa maneira de olhar a vida em que a fonte da felicidade está, primeiro, fora de mim e, segundo, está sempre no futuro.
David R. Hawkins
Colocar a felicidade em algo externo cria um campo de energia negativo, pois basicamente isso é uma mentira. A fonte da felicidade definitivamente não está fora de nós. Apenas quando reconhecemos que somos a fonte da nossa felicidade é que o campo de energia se move em uma direção positiva.
Podemos usar essa raiva transformando-a em raiva da vulnerabilidade. A pessoa pode dizer “Agora é hora de ficar com raiva da causa real, fui criado em um mundo que me fez pensar desse jeito. Me ensinaram que esse era o jeito certo de pensar”.
É disso que precisamos ter raiva – que fomos ensinados a pensar de certa maneira que nos coloca como vítimas potenciais – pensando que algo ou alguém fora de nós mesmos é a fonte da felicidade. Precisamos ficar com raiva daquilo que nos fez não acreditar em nós mesmos.
“É devido a nossa própria inocência interior que compramos toda a negatividade do mundo e permitimos que ele matasse a nossa vontade de viver, destruísse a consciência de quem realmente somos e nos vendesse a patética pequenez que estabelecemos. Não é a nossa própria inocência de recém nascido que não pode se defender sozinho e, sem capacidade de discernimento, podemos apenas permitir que sejamos programados como um computador? Quando vimos a verdade sobre como a programação acontece, veremos que somos puros, computadores em branco. Somos o espaço inocente onde a programação ocorre.“
David R. Hawkins
“Existe uma coisa que o mundo não quer que a gente encontre, e ela é sobre a verdade sobre nós mesmos. Por que? Porque ela vai nos libertar. Nós não poderemos mais ser controlados, manipulados, drenados, escravizados, caluniados ou desempoderados. Qual é a verdade sobre essa viagem? A verdade é que conforme vamos para dentro e descartamos uma ilusão atrás da outra, uma mentira após a outra, fica cada vez mais claro. A consciência da presença do amor se torna mais forte. Vamos nos sentir cada vez mais leves. A vida fica cada vez mais fácil.“
David R. Hawkins
Um exercício recomendado para soltar a raiva internalizada é explicado pelo Frederick Dodson em seu livro “Levels of energy”. Ele diz o seguinte:
“Por um minuto ou dois, permita-se imaginar o que você gostaria de fazer para alguém que você odeia. Faça esse exercício de visualização. . Visualizar a violência não fará você mais propenso a ela, mas permitirá que você desabafe e libere a energia da raiva. Perfure-os. Atire neles. Esfaqueia-os. Você tem vergonha de visualizar essas coisas? Você quer manter sua raiva engarrafada dentro para que ela eventualmente se irrompa na realidade? Concentrar-se nisso por alguns minutos cria alívio, não tensão. Você está deixando ir o que quer ser jogado fora, sem ter que recorrer aos atos físicos.”
Se quiser fazer esse exercício de liberar a raiva internalizada da maneira guiada, eu fiz uma meditação no meu canal do Youtube que pode lhe auxiliar nesse processo:
3° Passo – Enfrente o medo para sair da depressão
“A maneira de sair da depressão é olhar o medo que existe sob a depressão e notar como normalmente toma a forma de “Eu perdi a fonte da minha felicidade”. A depressão subjacente é o medo de ter perdido algo, pois a tristeza tem a ver com perda. Fazer a pessoa enfrentar e lidar com esse medo rapidamente faz com que transcenda a depressão.“
David R. Hawkins
Nossa experiência clínica indica que os três estados inferiores de desesperança e desamparo, que coletivamente chamamos de desânimo e depressão, surgem como consequência do fracasso em lidar com o campo de energia acima dele, chamado MEDO.
A pessoa não está enfrentando o medo subjacente, pois a depressão surge da perda do significado. Não é a coisa lá fora dela que a pessoa acredita ser a fonte da felicidade que é a dificuldade, mas o significado associado a essa coisa. Não é a graduação na faculdade, mas o significado dessa graduação. Não é o relacionamento, mas o significado desse relacionamento. Trata-se sempre ao valor e importância que atribuimos as coisas.
Quem ou o quê criou esse sentido que deu poder e relevância para essa coisa fora de você? Somos os criadores do significado e aquele que escolhe qual significado dar para cada coisa.
O que projetamos sobre algo ou como mantemos esse algo em nossa mente depende do significado que damos para esse algo. Por si próprio esse algo não possui qualquer significado, apenas é o que é.
Significado é uma construção mental que projetamos lá fora, assim atribuindo valor para algo. O valor surge dos nossos próprios valores mentais/emocionais que estão sendo projetados em algo fora de nós. Isso resulta em nos ver separados da fonte de felicidade. Existe o “eu”, então existe aquilo que está “fora do eu” do qual nos sentimos separados.
Existe a fantasia de que se pudermos nos reunir com esse algo fora, tê-lo, controlá-lo, então isso curaria o sentimento interno de ausência e separação.
A maneira de sair de uma depressão é observar o medo que está subjacente: Qual é o medo?
Abordamos a pessoa com um diálogo para que examine onde tinha colocado significado e sentido e como tinha preenchido o vazio interior de sua vida com coisas de fora para dar valor a ela.
Encarar o medo que se encontra abaixo da depressão a alivia. O medo é de que se tenha perdido o sentido da vida. A pessoa sente que perdeu aquilo que realmente tem valor e que isso nunca mais vai ser substituído. A desesperança significa que a expectativa do futuro é zero.
Quando tratamos uma pessoa com depressão, buscamos observar qual é a perda, como por exemplo, um emprego, a vitalidade, a perda da juventude ou de oportunidade. As pessoas ficam deprimidas na meia idade e veem a vida como já tendo passado por ela e sentem que perderam a oportunidade.
Descobrimos o medo subjacente e conseguimos que a pessoa encare esse medo. Em vez da depressão, a pessoa precisa lidar com o medo, pois o medo tem a ver com o futuro. “Como vou viver sem aquilo que dava sentido para minha vida?”
Podemos dizer que qualquer pessoas que fica deprimida se tornou viciada em colocar a sua sobrevivência em algo fora de si mesmo.
Como lidar com o medo
Fazemos com que a pessoa encare o medo e utilize as técnicas clínicas que descobrimos que lidam com o medo. Em seguida, criamos a disposição em ficar com esse medo, parar de dar rótulos e parar os pensamentos. Ao invés disso, eles focam na exata experiência do que está surgindo enquanto observam aquilo que é temido na mente. A pessoa olha para isso e vai para a verdade radical do que está literalmente sendo experienciado dentro de si mesma. Precisa estar disposta a se render a isso e desapegar de resistir ao medo. Conforme isso é feito, as sensações passam pelo corpo.
Pergunto para as pessoas “O que você está experienciando no seu corpo?” Elas reportam “Minha boca está tão seca que mal consigo falar. Meu coração parece que está palpitante. Meu estômago está revirando. Sinto cólica na barriga. Meus joelhos estão tão fracos que não consigo me levantar.”
Então, começamos a observar os sentimentos um a um. Você consegue desapegar de resistir a isso? Você poderia se permitir experienciar essa sensação e apenas ficar com ela? Pare de resisti-la. Não chame de medo. Apenas sinta o que está sentindo. Consegue apenas experienciar o que está experienciando e parar de resistir a experiência?
Fazemos a pessoa compreender. “Sim, eu consigo lidar com isso. Consigo lidar com a experiência dessa sensação, mas não consigo lidar com os pensamentos de medo”. Então, concordamos que ninguém consegue lidar com os pensamentos de medo.
Não existe essa coisa de “ter” pensamentos de medo. Os pensamentos de medo criam a si mesmo aos milhares e quando lidamos com a primeira onda de pensamentos de medo, uma nova onda inteira é criada. A mente simplesmente criará uma série infinita de medo.
O que podemos lidar é com as sensações de boca seca e do formigamento nas pernas e, então, com a disposição de encarar o medo que está por trás dessas sensações.
Identifique suas vulnerabilidades
Onde estão nossas vulnerabilidades? São algum aspecto daquilo que achávamos que não conseguiriamos viver sem e que tinhamos baseado a nossa felicidade e sobrevivência.
A técnica é primeiramente encontrar onde estão as áreas de vulnerabilidade. Podemos nos sentar a visualizar a perda desse algo em nossas vidas.
Então, passamos pela desapegar de resistir a todos os sentimentos e sensações que surgem e entramos em contato com a nossa consciência interior, o inconsciente, Deus dentro de nós, nossa super consciência e intuição – para começar uma busca de questionamentos internos. Todos precisamos fazer isso. Qual é o significado de nossa vida? Qual sua relevância? Pelo que vale a pena morrer? Pelo que vale a pena viver? Para o que damos valor que é maior do que aquilo que é limitado e temporário?
Removendo essas coisas uma a uma, descobrimos que quem somos está crescendo em estatura. Não somos mais tão vulneráveis a eventos externos.
Depressão é um alerta
Essa depressão surgiu para trazer atenção para algum assunto. É como se isso estivesse dizendo “Alguma coisa está errada; na minha mente, na minha consciência e no meu posicionamento espiritual”, porque é isso que significa dor. Dor significa “Por favor, olhe para mim! Alguma coisa está errada!”
Na verdade, um episódio de depressão, mesmo curto, tem o potencial de alegria, pois é algo surgindo na vida dizendo “Olhe para mim!” Olhe para mim!” Aqui está um erro que tem causado dor e sofrimento por infinita quantidade de tempo e que continuará causando dor e sofrimento para sempre.
A pessoa pode dizer que a depressão é a maneira da natureza, a maneira de Deus e a maneira de nossa própria psicologia dizer que a maneira que estamos olhando para a vida não está certa. A depressão é o caminho psicológico, biológico e espiritual, é o corpo, mente e espirito dizendo “Olhe para o que está desalinhado, olhe para o que precisa ser corrigido”
Pratica para deixar ir
A primeira prática: deixar para lá
O primeiro método para se criar alegria e felicidade é largar aquilo que não nos serve mais, esquecer. Existe um tipo de alegria que vem de deixar para lá. Muitos de nós estamos atados a muitas coisas.
Acreditamos que essas coisas são necessárias á nossa sobrevivência, a nossa segurança, e a nossa felicidade. Mas muitas delas – ou precisamente, nossas crenças de elas serem absolutamente necessárias – são realmente obstáculos a nossa alegria ou felicidade.
As vezes você pensa que ter uma determinada carreira, diploma, salário, casa ou parceiro é crucial para sua felicidade. Você acha que não pode continuar sem isso. Mesmo quando já alcançou tal situação, ou está com aquela pessoa, você continua a sofrer. Ao mesmo tempo, você ainda teme que se abrir mão do prêmio que conquistou, será ainda pior; você ficará ainda mais infeliz sem o objeto no qual está se agarrando. Você não consegue viver com ele, e não consegue viver sem ele.
Se você examinar profundamente o seu apego medroso, você compreenderá que, na verdade, ele é o próprio obstáculo a sua alegria e felicidade. Você tem a capacidade de largá-lo. Deixar para lá requer muita coragem as vezes. Mas quando você abre mão, a felicidade vem muito rapidamente. Você não tem que sair por aí procurando por ela.
Pegue um pedaço de papel e anote o nome de seus apegos, as coisas que você acha que sejam cruciais para o seu bem estar. Talvez essa semana, você pode começar soltando um deles. Talvez dois. Talvez você demore 1 ano para soltar, talvez mais. Quanto mais você conseguir soltar, mais feliz você será.
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