Os seres humanos vivem em uma dualidade, como duas entidades separadas – “como parecemos” (aquela fachada e personagem que demonstramos ao mundo) e “quem realmente somos” (nosso eu interior).
Como parecemos é a imagem ou fachada que projetamos para o mundo. Esse eu é tudo o que fazemos a fim de parecer de uma certa forma e apresentar as demais pessoas uma realidade exterior consistente.
Como realmente somos é como nos sentimos, especialmente quando não somos distraídos pelo ambiente externo. São nossas emoções familiares, é o que escondemos sobre nós.
“Se você quer descobrir qual é a sua vibração básica simplesmente comece a ganhar consciencia de como você se sente na maior parte do tempo. Se você ficar em silêncio e não fizer nada para distrair a si mesmo, a sua vibração básica emergira com maior clareza. A sua vibração básica é revelada quando todas as distrações são retiradas“
Frederick Dodson
Como Joe Dispenza explica no seu livro “Quebrando o hábito de ser você mesmo”, essa incongruência entre como parecemos (como eu me apresento ao mundo) e quem nós realmente somos (mundo interno/emocional) é a causa da maior parte de nosso sofrimento atual. É o motivo de nos sentirmos falsos, inseguros, indignos, impostores, etc.
A mão de cima representa como você parece por fora, a fachada que você apresenta para o mundo, como você quer que as outras pessoas te vejam. Esse eu tenta esconder seus sentimentos negativos por meio de posses, sexo, estimulação, dinheiro, etc. “Tenho esses carros, conheço essas pessoas, sou bem sucedido”.
A mão de baixo é o que você verdadeiramente é por dentro. Se sentarmos por tempo suficiente sem fazer nada, começamos a sentir algo. Esse algo é quem realmente somos. Isso é quem realmente somos! O verdadeiro eu oculto por trás da imagem que projetamos.
O tamanho da lacuna varia de pessoa para pessoa. “Quem realmente somos” e “como parecemos” são separados pelos sentimentos que memorizamos ao longo de diferentes pontos de nossa vida (com base em experiências passadas).
Como a lacuna é formada?
Ao longo de nosso vida, fomos acumulando e internalizando vários sentimentos negativos. Passamos por várias experiências emocionalmente desafiadoras e, pelo fato de não sabermos como lidar eficazmente com nossas emoções negativas, a única solução que parecemos saber é jogar todas essas emoções para debaixo do tapete (nas profundezas de nossa mente – o subconsciente). Nos tornamos mestres em suprimir, reprimir e escapar de nossos sentimentos negativos.
Então, sabe o que fazemos na tentativa de lidar com esses sentimentos negativos acumulados? Tentamos compensá-los e anestesiá-los por meio do externo – passamos a utilizar de tudo o que conhecemos no mundo exterior para definir nossa identidade e para nos distrair de como realmente nos sentimos por dentro.
Porém, isso não adianta em nada – todo aquele sofrimento emocional não enfrentado e ignorado continua preso dentro de você.
Pense nisso: quando você morrer, você não poderá levar nada externo com você. Você pode ter sido a pessoa mais bem sucedida, popular ou bonita mas, quando sua vida termina e sua realidade externa vai embora, todas as coisas exteriores já não o definem mais. Tudo se vai.
O que restará é quem você realmente é (a mão de baixo), não como você parece ser. Quando sua vida terminar e você não puder contar com seu ambiente externo para definí-lo, você ficará com aquele sentimento que jamais abordou. Você não terá evoluído como alma nesse existência.
Como recuperar o seu eu verdadeiro?
Remover as camadas das emoções pessoais que decidimos memorizar como nossa identidade, extirpar as limitações egoístas a que demos tanto poder, abandonar as falsas crenças e percepções sobre a natureza da realidade e do eu, superar nossos hábitos neurais de traços destrutivos que repetidamente solapam nossa evolução e abandonar as atitudes que nos impedem de saber quem realmente somos… tudo isso faz parte de encontrar o verdadeiro eu.
Joe Dispenza
É isso que você tem que começar a fazer mais: Reconhecer o verdadeiro eu em vez do eu que você mostra para os outros.
E como fazer isso? É muito simples na verdade: comece a dar mais atenção ao seu mundo interior, a como você realmente está se sentindo. Pare de se distrair e fingir que está tudo bem colocando aquele “falso sorriso”. Pare de se autoenganar.
O primeiro passo é você reconhecer a verdade da situação emocional que você se encontra e começar a dar mais atenção a isso. Reconheça esses sentimentos negativos que você vem evitando entrar em contato há décadas.
É somente quando você começa a reconhecer, sem julgamentos, todos esses sentimentos que existem em você, que agora você pode fazer algo a respeito deles (soltá-los).
Enquanto você ficar perdido nesse estado de distrações e fingimento, essa mesma dor emocional continuará presa em você (pois você está evitando-a e negando-a).
“Reconheça que você tem sentimentos negativos como consequência da nossa condição humana e esteja disposto a olhar para eles sem julgamentos. É necessário coragem e negatividade para ver a pequenez em nós Porém, é somente com essa disposição de reconhece-la que podemos deixá-la ir“
David R. Hawkins
“Uma memória sem carga emocional é denominada sabedoria. Desmemorize suas emoções autolimitantes“
Joe Dispenza
“Antes de buscarmos em nós mesmos sentimentos negativos, é melhor lembrar que esses sentimentos não são nosso Eu interior verdadeiro. São programações aprendidas que herdamos por sermos humanos. O único propósito para reconhecer e admitir um sentimento é para que possamos rendê-lo. Render significa que estamos dispostos a render um sentimento por permitir a nós mesmos apenas vivência-lo e não o mudar. Resistência é o que o mantém em nós em primeiro lugar. “
David R. Hawkins
Se você simplesmente se permitir sentir o que você está sentindo quando estiver sentindo tal coisa e não tentar sentir outra coisa além da que você está sentindo naquele momento, a vida se torna simples.
Ou seja, se você está cansado, então você se deita. Se você está triste, você chora. Se você está com medo, tenha medo. É bem simples.
Ao permitir que uma sensação flua através de seu corpo sem resistência interna – sem querer se livrar dela, resolve la, manipulá-la, entendê-la, analisá-la, ou segurá-la – você está permitindo que a energia se mova, e gradualmente a energia contida naquele sentimento vai se dissipando, até que o sentimento seja neutralizado.
Se for para tirar apenas uma única lição de tudo isso que você leu até agora, entenda o seguinte: Resistir a alguma coisa não a resolve, apenas dá mais energia a essa mesma coisa.
Fechar e até mesmo eliminar a lacuna entre quem somos e como nos apresentamos para o mundo é provavelmente o maior desafio que todos nós enfrentamos na vida. Quer denominemos viver de forma autêntica, conquistar a nós mesmos ou “dar jeito” de fazer as pessoas nos aceitarem como somos. Para mudar e fechar a lacuna, devemos começar de dentro.
Então, três perguntas que eu recomendo que você se faça:
- Que tipo de pessoa apresento para o mundo? (a fachada que eu apresento)
- Que tipo de pessoa sou realmente por dentro? (a verdade de como eu me sinto)
- O que eu estou escondendo dos outros? O que eu não quero que os outros vejam em mim? (que sentimentos eu escondo dos outros?)
Comece a dar mais atenção ao que você verdadeiramente sente. Tenha esses momentos ao longo do seu dia em que você para com todas as distrações e traz sua atenção ao seu mundo interno. Fique presente com os seus sentimentos. Esteja presente com você mesmo. Pare de se abandonar. Você sabia que uma das maiores formas de autoabandono é quando ignoramos e evitamos nossas emoções? É isso que você tem feito a sua vida inteira!
Para nos libertar, isso significa que temos de confrontar o verdadeiro eu e trazer a luz o lado sombrio de nossa personalidade. A jornada é essa: voltar a ser um amigo de si mesmo. Autoaceitação. Autocompaixão. Comece a aplicar tudo isso e veja como a sua vida se transformará lindamente.
Nada externo vai realmente mudar o seu estado interior
Qualquer que seja o vício, as pessoas ainda estão pensando que algo externo fará o sentimento interno desaparecer.
Com o o tempo, ficamos viciados em algo para aliviar a dor, ansiedade ou depressão em que vivemos diariamente. Isso está errado? Não realmente. A maioria das pessoas faz essas coisas porque simplesmente não sabem como mudar a partir do interior.
Seguem o impulso inato de obter alívio de seus sentimentos e, inconscientemente, pensam que a salvação vem do mundo exterior. Jamais lhes foi explicado que utilizar o mundo exterior para mudar o mundo interior só aumenta a lacuna.
O processo de meditação de Joe Dispenza
Para saber mais sobre o exato processo que o Dr. Joe Dispenza ensina para você quebrar o hábito de ser você mesmo, mudando sua mente e reconstruindo um novo eu, sugiro a leitura de um outro post que fiz aqui no meu blog:
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