Quem nunca procrastinou algo que teria para fazer, ou teve preguiça? E, tudo bem! Mas, desde que não seja uma atitude frequente denotando um perfil de procrastinação crônica.
A procrastinação acarreta consequencias e prejuízos, tanto externo quanto interno, repercutindo negativamente em vários setores da vida, como por exemplo: vida escolar, acadêmica, trabalho, relações
interpessoais, cuidados pessoais e com a saúde, etc.
Quando falamos em prejuízos internos nos referimos aos estados emocionais desadaptadores: sentimento de culpa, ansiedade, frustração, irritação e autocondenação que podem se manisfestar quando deixamos para depois algo que poderia/deveria ser feito naquele momento.
Quando falamos em prejuízos externos, seriam as consequências do não atendimento a prazos com compromissos diversos a serem respeitados, quer seja desenvolvendo ações, iniciando conversas ou acordos importantes; compromissos que vamos protelando, deixando para depois e acabam acarretando consequências desagradáveis.
Sabemos que ocorrem momentos os quais não conseguimos realizar certas ações por falta de recursos ou estrutura e, precisamos esperar. Contudo, procrastinar diz respeito a ter recursos disponíveis para realizar alguma tarefa e, mesmo assim, a escolha é não fazer e deixar para depois.
Procrastinar é diferente de ter preguiça. Na situação de preguiça, geralmente a pessoa não quer fazer nada, quer evitar a fadiga, prefere entregar-se a inércia, ao mínimo esforço; enquanto que na procrastinação, normalmente, a pessoa faz outras coisas ao invés daquela que seria a mais necessária e prioritária.
Importante salientar que não estamos aqui atribuindo juízo de valor a tais comportamentos, mas tão somente trazendo reflexões referentes a este dois mecanismos de funcionamento.
O procrastinar pode ter conexões com conflitos inconscientes; pode ter associações com experiências relacionadas aos afetos negativos: frustrações, ressentimentos, medo de rejeição, sentimento de culpa, medo de não ser bom o bastante (baixa autoestima), medo de fracasso e também medo do sucesso (ex.: não saber como lidar com as repercussões deste sucesso e/ou ter receio de não dar conta das novas responsabilidades e exigências); medo de se submeter à avaliação/julgamento do Outro ou mesmo temer as conseqüências e implicações das próprias conquistas.
Quem procrastina pode pensar que precisa de muito mais preparo do que o necessário para fazer algo ou uma tarefa; pode ter uma autocrítica muito grande e evita fazer algo a passar por vivências que causam desconforto. A exigência de preparação, a tendência ao perfeccionismo, a insegurança podem ser “motivos” para continuar procrastinando.
Ao perceber a atitude de procrastinar é importante a pessoa mobilizar recursos internos para sair desse modus operandi e se propor pequenas metas onde possa vivenciar resultados satisfatórios e assim se motivar a prosseguir, vencendo aos poucos as barreiras internas que foram construídas ao longo da história de vida.
Quando nos propomos GRANDES metas – metas difíceis de alcançar – a probabilidade de ocorrer desanimo por parecer algo inatingível, é muito grande. Mas, pequenos passos, pequenas metas, podem trazer satisfações que estimularão e fortalecerão a pessoa no enfrentamento de suas dificuldades, aumentando assim, o ânimo para caminhar rumos aos seus objetivos.
Importante acrescentar que: “deixar para depois” tem relação com o que conhecemos como autossabotagem: mecanismo que leva a pessoa a patinar no mesmo lugar, habitar um mesmo território, sem novidades, dificultando o próprio desenvolvimento e a permanência em situações insatisfatórias.
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