“A própria luz da consciência é o agente transformador mais profundo, e a alquimia mais profunda ocorre na disposição de permanecer consciente de nossa própria inconsciência.”
(Adyashanti)
Jesus nos alerta sobre as consequências de não OLHARMOS para a nossa escuridão no Evangelho de Tomé: “Se você trouxer à tona o que está dentro de você, o que você trouxer o salvará. Se você não trouxer à tona o que está dentro de você, o que você não trouxer irá destruir você.”
O que Jesus está dizendo é que a espiritualidade é algo sério e com consequência sérias. Porém, o que exatamente que devemos trazer a tona?
Um dos pontos chaves no processo do despertar espiritual é termos a disposição de olhar para aquilo que não queremos olhar.
Nós despertamos por deixar tudo dentro de nós mesmos se revelar, ser sentido, ser experienciado e conhecido. Não despertarmos por esconder, evitar, negar e ser desonestos com nós mesmos!
Temos que permitir que o material reprimido em nossa psique emerja, que a escuridão (inconsciência) seja observada e purificada pela luz da sua consciência.
Quando trazemos consciência a nossa sombra, isso não produz mais sombra, pelo contrário, a sombra que é exposta a luz torna-se luz; a sombra que é exposta a luz da consciência deixa de ser sombra. São Paulo expressa esse princípio universal de uma forma linda ao dizer: “Tudo é revelado ao ser exposto à luz e o que for exposto à própria luz, se torna luz”.
A sombra é a junção de todos os pensamentos, sentimentos e conceitos reprimidos sobre nós mesmos que não queremos enfrentar.
O chamado “trabalho com a sombra” (shadow work) é justamente termos a coragem e a disposição de confrontar emoções, pensamentos e experiências suprimidas (que até agora você tentou ignorar e fingir que não existiam), com o objetivo de trazer esses sentimentos e experiências à luz de nossa consciência, para que possamos finalmente aceitá-los e processá-los.
“Um dos bloqueios para o nosso desenvolvimento emocional é o medo que está escondido em nosso inconsciente. Carl Jung chamou essa área, a qual somos relutantes em olhar e dominar de “sombra”. Ele disse que o ser não pode ser curado e completo a menos que olhemos e reconhecemos a sombra. Isso signifca que enterrado dentro de todos nós, no que Jung chamou de “inconsciente coletivo” está tudo o que desgostamos sobre nós mesmos”
David R. Hawkins
São justamente as coisas mais negativas que o indivíduo não quer reconhecer em si mesmo que ele mais precisa olhar e processar! Enquanto não fizer isso, ele será continuamente escravizado por tal escuridão, por tal inconsciência, por tal negatividade. A consciência é a chave para nos libertarmos desses padrões negativos.
Diante disso, observamos a importância em ter essa disposição de cavar e vasculhar a negatividade que existe dentro de nós mesmos, trazê-la à luz da consciência e deixá-la ir.
No livro “True Meditation” de Adyashanti, ele comenta que muitas vezes, quando estamos meditando, muito do material suprimido que existe em nossa psique começa a vir a tona para ser processado. E isso é muito bom que aconteça!
Adyashanti diz o seguinte:
“O que nós precisamos fazer com o material inconsciente que vier a superfície? Nada. Nós simplesmente deixamos ele se revelar. Ele não precisa ser analisado. O que vier a tona, na maioria das vezes, é o conflito não resolvido dentro de nós – emoções que nós nunca nos permitimos experienciar totalmente, experiencia que nunca nos permitimos experienciar plenamente.
Esse material não resolvido dentro de nós está implorando para ser experienciado totalmente, sem ser jogado no subconsciente novamente. Então, quando o material reprimido vier a tona, nos precisamos dar a permissão dele subir sem suprimi-lo.
Sem analisar, nós simplesmente permitimos esses sentimentos serem experimentados no corpo, em nosso ser, até que eles se dissolvam por conta próprio, em seu devido tempo. O que você irá descobrir, se você fizer isso, é que qualquer material reprimido (seja ele emocional, psiquico, físico, espiritual) vira a tona, emergira para ser experienciado e, logo em seguida, se dissolverá.
Se ele não passar e ir embora, você saberá que existe alguma parte sua resistindo ou negando esse material – o que é uma coisa muito boa quando você conhece reconhecer em si mesmo, pois agora você também pode deixar ir essa tendência. Nós despertamos por deixar tudo dentro de nós mesmos se revelar, ser sentido, ser experienciado e conhecido.
Adyashanti
Como é dito no livro do David R. Hawkins “Deixar ir: O caminho do desapego”: É necessário coragem e negatividade para ver a pequenez em nós Porém, é somente com essa disposição de reconhece-la que podemos deixá-la ir.
Então, que possamos ter a coragem necessária para INVESTIGAR e OLHAR nossa negatividade, para que possamos processá-la!
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