Transformações PROFUNDAS levam tempo e requerem esforço e comprometimento
A verdadeira confiança não se desenvolve com “7 truques e dicas rápidas para aumentar sua confiança”, “7 dicas para impressionar o seu crush” ou com abordagens do tipo “fingir até conseguir”.
A sociedade quer te dar a pílula mágica para todas as coisas, já percebeu? Ela sempre apresenta soluções baratas, imediatistas e superficiais.
Basicamente ela diz: ” Relaxa! Você não precisa se esforçar, nem buscar novos conhecimentos, mudar sua percepção de mundo e curar suas feridas internas que estão bloqueando sua autoestima de se manifestar, pois eu te apresento uma solução muito mais fácil e rápida, sem nenhum esforço! Toma aqui essa pílula mágica! Ela vai te salvar! Aprenda esses truques, essas artimanhas e soluções sem esforço! Pode continuar sendo a mesma pessoa que você sempre foi que essa pílula mágica vai te transformar internamente sem você precisar fazer nada!”
Infelizmente, esse tipo de solução é apenas um alívio nos seus sintomas e nunca trata a real causa dos seus problemas.
As reais transformações, que são permanentes, são todas relacionadas a mudanças na sua identidade – na forma como você percebe o mundo, nas suas atitudes, na sua forma de pensar etc. Quando mudamos de dentro para fora, as mudanças são permanentes!
Somente essas são as transformações verdadeiras ! Aquelas que provem do autoconhecimento! E isso, nenhum pílula mágica poderá te dar!
As pessoas querem o atalho, a pílula mágica, não querem um processo lento e gradual. Eles querem táticas, não princípios. Elas preferem apenas colocar um curativo em seus problemas em vez de resolvê-lo.
A fonte da verdadeira autoconfiança é INTERNA
“A estabilidade que não podemos encontrar no mundo a qual está mudando a todo momento, precisamos criar dentro de nós mesmos.“
Quando eu digo interna, isso quer dizer que ela é originada por certos fatores que residem dentro do indivíduo e que são gerados por ele, como ideias, crenças, práticas ou comportamentos.
Para desenvolvermos a confiança interna e verdadeira, temos que adotar o paradigma de DENTRO para FORA.
O paradigma “De dentro para fora” significa começar a mudança e transformação consigo mesmo, ou melhor ainda, começar pelo mais íntimo – seus paradigmas, seu caráter, seus motivos, seus comportamentos – UMA TRANFORMAÇÃO NA SUA PRÓPRIA MENTE – de você transformar as tendências negativas operantes dentro de você (sistemas de crenças incapacitantes e emoções limitantes) que atuam como bloqueios internos que obscurecem a luz, alegria e vitalidade do seu ser.
Isso é o contrário do paradigma de FORA para DENTRO (que é o que a maioria das pessoas focam), em que tentamos desesperadamente encontrar o nosso senso de valor interno/confiança por meio de coisas que estão fora de nós mesmos, como status social, popularidade, bens materiais, causar uma boa impressão, validação e aceitação, acreditando que uma vez que conseguirmos tais coisas, magicamente seremos transformados interiormente.
Essa é a diferença entre a confiança FALSA e a CONFIANÇA verdadeira:
Nathaniel Branden, o famoso psicólogo da autoestima, diz o seguinte no seu livro “The six pillars of self steem“:
“A tragédia da vida de muitas pessoas é que elas procuram a autoestima em todas as direções exceto dentro delas. Nesse livro nós veremos que a autoestima positiva é melhor entendida como uma conquista espiritual, que é uma vitória na evolução da consciência.
Quando começamos a entender a autoestima dessa maneira, começamos ver a tolice de acreditar que se fizermos uma impressão positiva nos outros, então teremos amor próprio. Nós pararemos de dizer a nós mesmos: se eu conseguir mais uma promoção, se eu comprar um carro maior, se eu escrever mais um livro, ganhar mais um prêmio, só assim sentirei em paz comigo mesmo.
Se a autoestima é o julgamento de que eu sou apropriado a vida, a experiência de competência e valor, se a autoestima é uma mente que confia nela mesma, ninguém pode gerar e sustentar isso exceto eu mesmo.
A fonte de autoestima é e, só pode, ser interna, no que fazemos e não no que os outros fazem. Quando nós a procuramos no externo, na ação e resposta dos outros, nós convidamos a tragédia em nossas vidas.
Tendo trabalhado por muitos anos com pessoas que são muito preocupadas com a opinião dos outros, eu me convenci que o jeito mais efetivo de liberação é aumentando o seu nível de consciência: quanto mais a pessoa aumenta o volume de seus sinais internos, mais os sinais externos tendem a diminuir em balanço.
Como eu escrevi no livro “Honoring The Self” isso significa aprender a escutar o corpo, escutar as emoções e aprender a pensar por si mesmo“
O que eu quero dizer aqui é que: A verdadeira autoconfiança só pode ser conquistada por meio do autoconhecimento: de você realmente mergulhar dentro de si mesmo, ver a escuridão que existe dentro de você, processar suas feridas internas, libertar-se da carga emocional do passado, de você purificar sua consciência, de você alinhar-se com seus valores e propósito etc.
Ego vs Autoestima
Ao tentar encontrar sua confiança no externo, basicamente o que você está fazendo é “Provar que você é bom o “suficiente” – você assume que quando você conquistar tais coisas, como popularidade, relacionamentos, um cargo com prestígio, somente assim você será bom o bastante, somente assim você terá autoconfiança e se sentirá bem consigo mesmo.
Porém, esse abordagem não é nada eficiente, pois a batalha foi perdida no momento em que eu considerei “eu preciso provar o meu valor” – Você está partindo da premissa de que você, naturalmente, não é bom o suficiente. Que o seu ser, por si só, é insuficiente e que agora você precisa preencher todos esses pré-requisitos para se sentir bem consigo mesmo.
Então é sempre necessário “mais uma” vitória, mais uma promoção, uma conquista sexual, mais uma joia, uma casa maior, um carro mais caro, outro prêmio e, apesar disso, o vazio interno e a infelicidade permanecem.
Você pode estar pensando: Ah, nada ver isso ai… se eu não tenho nada a meu favor, se eu não tenho todas essas coisas luxuosas, se eu não tenho todo esse dinheiro, esses relacionamentos, então por que diabos eu deveria me sentir confiante e bem comigo mesmo?” – Parece lógico. Encontramos razões pelas quais devemos nos sentir confiantes, mesmo que esse seja o nosso estado padrão natural.
O que você não está percebendo é que a confiança/autoestima/felicidade, se sentir bem consigo mesmo é o estado padrão! Sim, a felicidade, autoestima, confiança são a NATUREZA do seu SER.
Aqui é importante fazermos uma distinção entre EGO e AUTOESTIMA:
A diferença entre ego e autoestima
►Autoestima: você nasce com ela, é indescritível, autossustentável. Você costumava ter autoestima, mas em algum momento da sua vida você foi ferido (crenças limitantes, condicionamentos sociais, experiências traumáticas, coisas que seus pais, amigos e familiares te disseram e que te machucaram etc). Tais experiências fizeram você começar a acreditar que o seu ser, por si só, não é bom o bastante, que você precisa compensar por tal inadequação e provar que você é bom o suficiente. Você sente que não é possível ser confiante naturalmente. Mas a boa notícia é que você pode reencontrar essa autoestima.
►Ego: Uma construção racional que inventamos como um substituto para a autoestima. Ele se forma devido a certas experiências traumáticas/feridas que experienciamos quando éramos jovens. E isso se torna o restante de nossas vidas: partimos numa jornada insana e obsessiva, tentando curar tais feridas internas por meio do externo: acumulando, conquistando, impressionando. Você passa sua vida inteira tentando provar que é bom o suficiente (para si mesmo e para os outros).
Como reencontrar a verdadeira autoconfiança?
Seja o seu melhor amigo
“Seu único amigo verdadeiro é você. Seu único inimigo real é você. Você é um inimigo de si mesmo na medida em que se limita. Você é um amigo de si mesmo na medida em que se liberta”
Seja o seu melhor amigo. Faça de tudo ao seu alcance para cuidar de si mesmo de forma adequada e tratar a si mesmo de forma respeitosa e com carinho. Aprender a falar e se relacionar consigo mesmo como se fosse um bom amigo.
A qualidade do seu relacionamento consigo mesmo reflete a qualidade do relacionamento que você terá com os outros. Como você espera realmente conseguir atrair pessoas, se conectar com elas, desenvolver relacionamentos saudáveis, se você tem esse profundo repúdio e ódio em relação a si mesmo? É impossível!
Quando você se olha no espelho, você sente orgulho de a pessoa que você é ou você começa a se criticar, a falar coisas ruins de você mesmo? Você é o seu melhor amigo ou o seu pior inimigo? Qual é o seu relacionamento consigo mesmo? Essa é a relação primordial, que vem antes de todas as outras!
Se comprometa a parar de se julgar e se criticar negativamente, pare de ser tão duro consigo mesmo! Esse é um grande primeiro passo, começar a observar o seu diálogo interno, as formas que você fala e dirige a si mesmo. Aprenda a se perdoar, a não se levar tão a sério!
Seja o mestre de sua mente
“O Homem dividido é instável em todos os seus caminhos”
(Tiago 1, versículo 8)
”Você tem poder sobre a sua mente, mesmo quando não tem sobre os fatos externos. Compreenda essa lição, e você encontrará toda força de que precisa.”
Marco Aurélio
A sua responsabilidade acima de tudo é a de manter a sua atenção aonde realmente importa, NO AQUI E AGORA.
A maioria das pessoas se perde em suas mentes com filmes imaginários sobre eventos passados e futuros e não conseguem ficar presentes ao que está realmente acontecendo, diante deles.
Você não pode deixar a sua atenção ir em lugares inúteis, alimetando pensamentos prejudiciais e nocivos. Isso é você ficar no seu próprio caminho. Não deixe sua mente fazer projeções inúteis e te levar em um abismo escuro.
O que significa estar presente? É quando o seu foco está no que está acontecendo agora. Você está imerso no momento (ao invés de resisti-lo ou tentar controlá-lo) e você confia nas suas habilidades para lidar com situações conforme elas surgem.
Sinta e escute suas emoções
Isso significa aprender a ficar consigo mesmo. Uma das principais formas como nos abandonamos (autorrejeição) é quando você NEGA, SUPRIME e REJEITA suas emoções.
Entenda que o sofrimento é a forma como seu corpo usa para chamar sua ATENÇÃO, de que há algo que precisa de atenção dentro de você e que essa não é a hora de ficar se distraindo e ignorando tal alerta. Sentir e dar atenção as suas emoções é um dos maiores atos de AMOR PRÓPRIO que você pode fazer.
Como Thich Nhat Hanh diz no seu livro “Sem lama não há lótus”:
Se pudermos entrar em contato com o nosso corpo, então poderemos também entrar em contato com nossos sentimentos. Há muitos sentimentos nos chamando. Cada sentimento é como um filho nosso. O sofrimento é uma criança ferida berrando por nós. Mas nós ignoramos a voz da criança interna.
Quando paramos a agitação mental e retornamos para nós mesmos, a enormidade e crueza do nosso sofrimento pode parecer muito intensa, pois estamos muito acostumados a ignorá-lo e a nos distrair. Quanto sentimos o sofrimento, temos o ímpeto de fugir dele, e nos encher com comida de má qualidade, entretenimento de má qualidade, qualquer coisa que mantenha nossa mente desligada da dor que está dentro de nós. Isso não funciona. Nós podemos ter sucesso em atenuar nossa dor por pouco tempo, mas o sofrimento interior quer nossa atenção e está implorando por ela!
Fugimos de nós mesmos porque não queremos estar conosco. Nossa dor é um tipo de energia desagradável. Tememos que se largarmos nossas diversões e nos voltarmos para nós mesmos, vamos ser esmagados pelo sofrimento, desespero, raiva, e solidão interna. Por isso continuamos a fugir. Mas se não tivermos o tempo e a vontade de cuidar de nós mesmos, como poderemos oferecer algum cuidado genuíno as pessoas que amamos?
Thich Nhat Hanh
Pare de culpar e assuma a responsabilidade
“Eu não sou um produto de minhas circunstâncias. Eu sou um produto de minhas decisões“
Steven Covey
Nosso destino é determinado por nossas decisões e nossa vida moldada por nossas escolhas.
Somos condicionados a ficar culpando as pessoas por nossa situação atual, pela situação insatisfatória que nos encontramos, e nos vemos como vítimas inocentes.
O problema é que a culpa é uma prisão. Faz com que você fique preso, sem possibilidade de mudança, faz com que você fique sempre como uma vítima, sem capacidade de responder e mudar a sua vida na direção que você quer.
Não permita o jogo da culpa em sua vida. Sempre existe algo para fazer para impactar suas circunstâncias, mesmo que você tenha convivido com ela durante anos e não consiga ver uma saída.
Mas primeiro, você precisa estar disposto, você tem que aceitar que embora existam coisas que aconteceram em sua vida sobre as quais você não exerceu influência, você é 100% responsável pelo que vai fazer com sua vida na esteira desses eventos. Sempre! Portanto:
- Pare de culpar os outros
- Pare de culpar os políticos, a economia
- Pare de culpar a sorte
- Pare de culpar seus pais
- Pare de culpar sua situação financeira
- Pare de culpar sua infância
O que você deve começar a focar é: “Qual é a resposta que eu darei diante da situação que eu me encontro?“, “Quais ações eu posso tomar para chegar onde quero chegar?” “Qual são as escolhas que devo realizar para melhor minha qualidade de vida?” Como eu responderei ao que me ocorreu no passado? Eu vou ficar ressentido e amargo ou vou escolher o perdão, o aprendizado e o crescimento/amadurecimento?
Espero que esse post tenha agregado valor a você! Não deixe de comentar aqui seu principal aprendizado ou qualquer complemento e sugestão que você queira dar a esse assunto! Abraços e tudo de bom pra você!
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