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Como Se Libertar do Passado e Deixar Ir Sua Dor Emocional!

Tempo de leitura: 23 min

Escrito por Davi Klein
em setembro 1, 2021

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Vivemos constantemente recriando o nosso passado. Acreditamos, de maneira errada, que quem fomos é quem somos, e isso limita o nosso potencial verdadeiro no presente, baseado nas limitações do passado.

Basicamente, enxergamos o mundo com lentes do passado e por conta disso, estamos sempre recriando as mesmas situações de sempre.

Vocês julgam o seu hoje e esperam do seu amanhã o mesmo que experimentaram no passado. Em consequência, seus males de ontem são continuamente repetidos no futuro. Vocês estão escravizados por suas memórias e crenças inabaláveis de que o que aconteceu no passado deve voltar a acontecer para oprimi-los e feri-los. Não precisam curar seus corpos ou tentar melhorar suas vidas, precisam curar suas crenças.

Do livro “Cartas de Cristo: A consciência crística manifestada”

Dizem que a pessoa média tem cerca de 50 a 60 mil pensamentos por dia. Porém cerca de 95% desses pensamentos são os mesmos que pensamos no dia anterior, e no dia anterior a esse, e no dia antes desse…

Agora pense comigo: se você tem constantemente os mesmos pensamentos de ontem, as mesmas reações emocionais e faz sempre as mesmas coisas, será que você está realmente desperto para a realidade, livre para criar a vida que desejar, ou está vivendo preso ao passado, sempre recriando aquelas mesmas condições passadas?

Buda expressou isso da seguinte forma “Como uma cobra que descarta sua antiga pele, nós devemos descartar nosso passado de novo e de novo”. Se não fizermos isso, os mesmos padrões de pensamentos, emoções, comportamentos e reações continuarão sendo encenados repetidas vezes – criando sempre a mesma realidade.

Aqueles que não aprendem nada sobre os fatos desagradáveis de suas vidas forçam a consciência cósmica que os reproduza tantas vezes quanto seja necessário. O que você nega lhe domina. O que você aceita lhe transforma!

Carl Jung

Nesse post, falarei algumas coisas que você pode começar a fazer para curar seu passado e se libertar dele, então fique comigo até o final!

Curando o passado

Comprometa-se com a cura

É imprescindível fazermos paz com o nosso passado, se realmente quisermos viver com paz e com felicidade.

Para experimentar uma vida de felicidade, alegria e realização, devemos aprender a curar aspectos de nosso passado aos quais somos resistentes. Nossa resistência a “o que é” ou “ao que era” continuará a ser a fonte de nosso sofrimento, enquanto carregarmos a dor e a mágoa dentro de nós.

Visto isso, a primeira coisa que você deve fazer para curar o seu passado é se comprometer com a cura. Diga a si mesmo: “Eu me comprometo a curar tudo o que tem em mim!” “Eu me comprometo a deixar ir qualquer sinal de pequenez que exista dentro de mim!”. “Eu me comprometo com a paz”.

Se você estiver interessado na paz da tua própria mente, você tem que estar disposto a por de lado qualquer história de separação e de conflito, pois cada história de separação é uma história de guerra.

Ao invés de você achar que é o mundo que precisa ser corrigido e que são as pessoas a sua volta que precisam mudar, você tem que começar a voltar sua atenção para sua própria mente, reconhecendo as tendências negativas e para a guerra que existem dentro dela.

Olhe honestamente para sua própria mente e veja todas as suas tendências. Você verá que existe medo, raiva, julgamento, culpa e vergonha. Há muito disso em nossa mente, mas geralmente não reconhecemos.

Quanto você começa a notar essas tendências em sua mente, isso não é ruim! Na verdade, é uma indicação de que estamos mais despertos e mais atentos. É uma indicação de que estamos evoluindo, pois estamos ficando conscientes de tudo aquilo que precisamos limpar, de coisas que antes éramos inconscientes.

Reconheça o sofrimento que essas tendências negativas estão te causando! Em seguida, faça esse comprometimento com a paz, de você escolher não alimentar a negatividade, ódio, raiva, mesquinhez, rancor dentro de si!

Lembre-se: a parte de nós que quer se agarrar a emoções negativas é a nossa pequenez. É a parte de nós que é má, mesquinha, egoísta, competitiva, barata, conspiradora, desconfiada, vingativa, julgamentalista, reduzida, fraca, culpada, envergonhada e vaidosa. É essa parte de nós que queremos energizar?

É com essa parte que queremos nos identificar? É dessa forma que queremos nos ver? Porque se essa é forma como nos vemos, é assim como os outros nos verão.

A paz não pode ser adiada

Não podemos esperar que alguém mude para que possamos mudar. Não podemos esperar que alguém nos perdoe para que os possamos perdoar. Não podemos esperar que alguém peça desculpas para ficarmos em paz. A paz não pode ser adiada!

Tome responsabilidade pela sua própria felicidade. Veja o que a raiva, os ressentimentos estão lhe causando. Pare de culpar os outros, não espere por soluções, não espere que os outros mudem. Toda mudança começa com você! Para que tudo se modifique, precisamos mudar por dentro.

Seja a mudança que você quer ver no mundo

Gandhi

Entenda que se somos todos 100% responsáveis por tudo o que existe em nossas vidas, não temos a quem culpar.

Isso é fundamental de entender! Não culpe ninguém! A culpa é um dos modos mais garantidos de se permanecer dentro de um problema. Quando culpamos alguém, estamos abrindo mão de nosso poder. Sempre que culpamos alguém, não estamos assumindo a responsabilidade por nós mesmos.

Visto isso, um passo fundamental para nos libertamos do nosso passado é: aceitar o paradigma “Meu passado não é igual ao meu futuro.”

Eu não sou o que aconteceu comigo, eu sou o que escolhi me tornar

Carl Jung

“Você não é produto das circunstâncias. Você é produto das suas decisões”

Viktor Frankl

O ponto do poder está sempre no momento presente. Aqui é onde acontecem as mudanças, bem aqui e bem agora, em nossas próprias mentes. O que você está escolhendo pensar, acreditar e dizer criará o momento seguinte.

Lembre-se sempre de que onde você está é resultado de quem você era, mas para onde você vai depende inteiramente de quem você escolhe ser, nesse momento.

Entenda seus padrões e modifique o seu pensar e o seu fazer

Plante um pensamento, colha uma ação; plante uma ação, colha um hábito; plante um hábito, colha um caráter; plante um caráter, colha um destino.

Steven Covey

Em primeiro lugar, você tem de descobrir e perceber de que modo se autolimitou. Eis um primeiro exercício para você começar a explorar suas crenças e convicções mais profundas e tomar nota dos padrões que percebe em sua vida:

Comece a olhar para as áreas problemáticas da sua vida. Faça esse exercício de exploração. Geralmente elas podem estar associadas a fatos emocionalmente carregados que ocorreram em algum ponto de sua vida. Se você se descobre dizendo “Ninguém gosta de mim, nunca me ajudam, todos querem me usar etc“, então esse é o seu padrão.

Entenda também que podemos modificar nosso Pensar e Fazer para criarmos um novo estado de Ser. O nosso estado de Ser determina a nossa Realidade. Nosso mundo exterior é apenas um reflexo do nosso mundo interior – um reflexo de nossos pensamentos, crenças e sentimentos recorrentes.

Faça esse comprometimento de escolher não alimentar pensamentos negativos. Apenas observe quando eles surgirem e deixe-os passar, sem se envolver com eles. Escolha, também, fazer coisas positivas, aquelas que te fortalecem e nutrem o seu espírito, evitando todas coisas que suguem e drenem a sua energia.

São vocês, com suas continuas queixas e palavras a respeito do que falta a vocês, sua agressão contra os demais, a sua insistência em querer retaliar, suas críticas e calúnias, que produzem em consequência a sua carência – e suas enfermidades – de forma consistente, dia após dia.

Assim, se querem mudar suas vidas, mudem seus pensamentos, mudem suas palavras decorrentes desses pensamentos, mudem suas ações decorrentes desses pensamentos. Aquilo que está em suas mentes criará todas as suas experiências, suas doenças, pobreza, infelicidade e desespero.

Cartas de Cristo

Nossas mentes criam nosso futuro!

É fundamental você começar a entender a ligação entre as experiências externas e os pensamentos internos. Muitos dos problemas que vemos em nossas vidas não passam de efeitos exteriores de padrões de pensamentos internos – que por baixo de nossos problemas, há um padrão mais profundo, mais fundamental de pensamentos (sistema de crenças) que é a origem e base de todos os efeitos externos.

Os mais abençoados de todos são os puros de coração, porque estes se livraram de toda a raiva ódio, vingança, maldade, inveja e dureza de coração.

Aquilo que você carrega na mente e no coração acabará por exteriorizar em seu corpo, em sua vida e no meio que o rodeia.

Cartas de Cristo

Tome consciência dos seus padrões mentais. Como é o seu diálogo interno? Que tipo de pensamento você escolhe se envolver e alimentar? Apenas preste atenção e comece a observar/tomar consciência de tais padrões.

A percepção é o primeiro passo na cura ou mudança. Quando temos algum padrão profundamente inserido em nós, primeiro precisamos percebê-lo para então curarmos a condição.

Escolha ficar longe de pensamentos que criam problemas e sofrimento! Além disso, comece a encher sua mente com as ideias certas! Consuma conteúdos que elevem seu espírito e que agregam valor!

O passado está na sua memória

Quando você olhar com grande clareza, verá que não existe uma coisa real chamada passado. Tudo o que acontece acontece no presente – não pode ser de outra maneira.

O único instante que podemos vivenciar é o momento presente. Mesmo quando reclamamos sobre o passado, estamos somente vivenciando a lembrança que temos dele neste momento e com isso perdendo a real experiência do que está acontecendo neste exato momento.

Uma memória é um pensamento, e um pensamento não tem poder ou significado algum, a menos que você lhe dê poder ou significado.

Você tem muitos pensamentos sobre coisas que aconteceram há muito tempo e esses pensamentos não causam problemas. Mas alguns pensamentos são pegajosos. Você tem uma reação emocional a eles e pensa neles continuamente – você está identificado com eles.

Você pode até ter crenças relacionadas a eles, por exemplo, “Estou justificado em pensar de tal forma” ou “Preciso de um pedido de desculpas para poder seguir em frente.”

Porém, são justamente todas essas racionalizações, essa necessidade de estar certo e a identificação com o pensamento que lhe dá poder e faz com que ele continue pegajoso (afetando a sua experiência).

Se você quer se livrar do passado, perca o interesse por esses pensamentos pegajosos. Saiba que não adianta repeti-los e que pensar que eles são justificados apenas retarda a sua liberdade.

Temos como aprender a não manter vivos acontecimentos e situações e, em vez disso, sempre dirigir a atenção para o momento presente, em vez de nos deixarmos atrair por histórias mentais produzidas pela mente.

Como Eckhart Tolle diz no seu livro “Um novo mundo: O despertar de uma nova consciência”:

O passado vive em nós na forma de lembranças, no entanto elas em si mesmas não são um problema. Na verdade, é por meio delas que aprendemos com nossas experiências e com os erros que cometemos. Somente quando as recordações, isto é, os pensamentos sobre o passado, nos dominam completamente é que elas se transformam num fardo, começam a ser problematicas e a fazer parte do que entendemos como o eu. Nossa personalidade, que é condicionada pelo passado, se torna nossa prisão. Essas memórias são investidas de uma percepção do eu, e nossa história passa a ser a percepção que temos de nós mesmos. Esse “pequeno eu” é uma ilusão que obscurece nossa verdadeira identidade como a presença eterna e sem forma.

Eckhart Tolle

No livro “Você pode curar sua vida” de Louise Hay, têm um exercício legal para a investigação de certas crenças negativas que vale a pena fazer! Ele funciona assim:

Pegue uma folha grande de papel e escreva uma lista de todas as coisas que seus pais disseram que estavam erradas com você. Quais foram as mensagens negativas que você ouviu? Lembre o máximo que puder. O que eles diziam sobre dinheiro? O que diziam sobre o seu corpo? O que diziam sobre amor e relacionamentos? O que diziam sobre seus talentos criativos? Quais foram as coisas limitativas e negativas que lhe disseram?

Agora vamos mais a fundo. Pegue uma folha de papel e escreva outras mensagens negativas que você ouviu quando era criança, de amigos, professores, família, autoridades, igreja etc. Anote todas elas. Tome consciência das sensações que estão ocorrendo no seu corpo.

Entenda que muitas das crenças negativas que adquirimos ao longo de nossa vida adquirimos na nossa infância, observando a aprendendo com os adultos ao nosso redor, por isso é imprescindível fazermos essa investigação de crenças e nos livrarmos de qualquer crença baseada no medo e na escassez que possam estar nos limitando.

O que você escreveu no papel são os pensamento que precisam ser removidos de sua consciência que o fazem sentir “Eu não sou bom o bastante” Agora, com essa lista, temos uma lista de mensagens que ouvimos quando crianças.

Você também pode olhar para os problemas de sua vida e se perguntar: Que tipo de pensamentos estou tendo para criar isto? Deixe sua inteligência interior lhe mostrar a resposta.

Porque não há coisa encoberta que não haja de manifestar-se, nem coisa secreta que não haja de saber-se e vir à luz.

Lucas 8:17

Meditação

Muitas pessoas não sabem a verdadeira importância da meditação. A meditação é como levantar pesos, mas para a sua consciência. Quando você está meditando consistentemente e, como resultado, tornando-se mais autoconsciente, você começará a notar seus padrões de pensamento, emocionais e comportamentais com muito mais facilidade.

Com a prática consistente de meditação, começamos a reconhecer certas tendência mentais e padrões de pensamentos que temos. Tal reconhecimento (quando você se torna consciente de algo) é o início da cura/libertação. Essa observação é onde o processo de cura começa, porque você não pode curar o que não pode ver.

Se você está se perguntando por onde começar sua jornada de cura, comece com a meditação. Isso abrirá muitas das portas necessárias para você se conectar com o seu eu superior.

Perdão

Desejo oferecer uma perspectiva alternativa sobre o que significa perdoar e curar o passado. Perdoar e curar o passado tem a ver com nossa jornada em direção à liberdade e felicidade.

Trata-se de liberar o fardo de se agarrar a um acontecimento ou situação ocorrida há muitos anos para vivermos uma vida mais rica e autêntica.

Para nos libertarmos do passado, devemos estar dispostos a perdoar. Devemos nos libertar do passado e perdoar a todos, inclusive a nós mesmos.

O livro “Um curso em milagres” repete com insistência que o perdão é a resposta para quase tudo.

Muitos desses estados emocionais negativos que temos, de pesar, tristeza, mágoa, culpa, raiva, ressentimento e desejo de vingança vem de um espaço onde não houve perdão, de uma recusa em desprender as emoções e soltar aquela carga emocional.

Você consegue aceitar tudo o que te ocorreu no passado e se perdoar por isso? Ou existe ainda alguma resistência a isso? O que está te prendendo? O que ainda te incomoda? São essas coisas que você precisa investigar e soltar.

O importante é você ser proativo e iniciar o processo de perdão, sem ficar esperando, passivamente, que a outra pessoa mude e venha te pedir desculpas. Faça isso por você! Perdoar não significa aprovar o que uma pessoa fez a você.

Também não significa que agora você deva virar o melhor amigo e se dar bem com aquela pessoa. O perdão não tem nada a ver com a outra pessoa e sim com você! Você não merece ficar preso a tais emoções negativas.

Talvez nem saibamos como perdoar e talvez nem queiramos perdoar. Porém, o simples fato de dizermos que estamos dispostos a perdoar dá início ao processo de cura.

Entenda também que a pessoa que você acha mais difícil de perdoar é justamente a que você mais precisa se libertar. Perdoar significa soltar, desapegar. Não precisamos saber como perdoar, tudo o que necessitamos fazer é estarmos dispostos a perdoar.

Perdoe seus pais! Se seus pais não soubessem se amar, seria impossível ensinarem a você como se amar. Eles fizeram o melhor que podiam com o que lhes foi ensinado quando eram crianças. Se você deseja compreender melhor seus pais, peça-lhes para falar sobre sua própria infância. Se você ouvir com compaixão, aprenderá de onde vieram seus padrões mentais rígidos.

Você pode dizer “Eu o perdoô por não ser como eu queria que você fosse. Eu o perdôo e liberto

Investigar sentimentos residuais e rende-los:

Sente-se com o seu passado e se permita sentir o que lhe ocorreu, sem julgamentos. Vá até a ferida e sinta a dor!

Quando você fica vulnerável e se permite experienciar suas emoções, sem tentar afastá-las ou fugir delas, permanecendo fiel ao que está sentindo, você começa a transformar a energia dessas emoções.

São essas emoções negativas que vamos reprimindo e suprimindo durante nossas vidas que nos prendem a baixos níveis de consciência, que nos deixam presos a pequenez e a infelicidade e impedem o nosso crescimento espiritual. Precisamos sentir tudo aquilo que não nos permitimos sentir e liberar essa carga emocional!

Portanto, sinta as emoções, reconheça elas, sente com elas, não fuja delas! Sinta o que você tiver que sentir. Permita que as sensações estejam em seu corpo, enquanto respira suavemente com elas.

Sofremos por não deixarmos nossos sentimentos virem para cima, acreditando que temos como evita-los. Porém essa prática é apenas uma ilusão, pois o sentimento já esta lá, te corroendo por dentro, enquanto fingimos que não estamos vendo.

Para deixar ir é necessário deixar vir. Reconhecer os medos, culpas, invejas, e raivas crônicas que mantemos dentro de nós por anos. Deixar cada uma delas virem para cima, uma a uma.

Deixar ir sentimentos negativos é a desconstrução do Ego, que será resistente a cada passo.

David R. Hawkins – Deixar ir: O caminho do desapego

Nós temos a oportunidade de escolher se queremos manter ou deixar ir perturbações emocionais. Podemos olhar para o custo de mantê-las. Queremos pagar o preço? Estamos dispostos a aceitar os sentimentos? A escolha que realizarmos determinará o nosso futuro.

Que tipo de futuro desejamos? Vamos escolher ser curados ou vamos nos juntar ao caminho dos feridos? Por quanto tempo queremos continuar sofrendo? Quanto estaremos dispostos a abrir mão? Quando de sofrimento será o suficiente?

Se você quiser saber melhor como fazer esse processo de liberação emocional, fiz um vídeo sobre o mecanismo de deixar ir no meu canal do Youtube, recomendo muito que você veja:

Entenda que o ego não é apenas a mente não observada, a voz na cabeça que finge ser nós, mas também as emoções não observadas que constituem as reações do corpo ao que essa voz diz.

Como Eckhart Tolle diz no seu livro “Um novo mundo”:

Por causa da tendência humana de perpetuar emoções antigas, quase todo mundo carrega no seu campo energético um acúmulo de antigas dores emocionais, chamada de “Corpo de dor”.

Toda emoção negativa que não é plenamente enfrentada nem considerada pelo que ela é no momento em que se manifesta não se dissipa por inteiro. Deixa atrás de si um traço remanescente de dor. A emoção sobrevive sem que a pessoa perceba e manifesta-se de maneira indireta, como ansiedade, raiva, explosões violentas, mau humor ou doenças.

As sobras de dor deixadas para trás e cada forte emoção negativa que não é enfrentada, aceita e depois abandonada de forma plena juntam-se formando um campo energético que vive em cada uma das células do corpo.

Esse campo energético de emoções muito antigas, mas ainda vivas, que subsiste em quase todos os seres humanos é o corpo de dor. Com isso, a pessoa passa a observar o presente através do passado emocional que existe dentro dela.

Sempre que o corpo de dor estiver em atividade, temos que estar cientes de que o que estamos sentindo é o corpo de dor em nós. Esse conhecimento é tudo de que precisamos para interromper a identificação com ele. E quando essa identificação cessa, a transmutação tem início.

Portanto, quando sentir o corpo de dor, não cometa o equívoco de pensar que existe algo de errado com você. O ego adora quando você faz de si mesmo um problema. O conhecimento precisa ser seguido pela aceitação. Aceitação significa que você se permite sentir qualquer coisa naquele momento.

Essas dores que você sente são mensageiras. Escute-as.

“A ferida é o lugar por onde a luz entra em você.

“Não se afaste. Mantenha o seu olhar no lugar machucado. É por onde a luz entra em você. ”

Rumi

Ache o prêmio escondido

O passado é passado. Não podemos mudá-lo no presente. Todavia, podemos modificar nossos pensamentos sobre o passado. Podemos mudar nossa atitude em relação ao passado. Podemos colocar o evento em um contexto diferente, vê-lo de uma outra perspectiva e mantê-lo em um paradigma diferente com um significado e importância diferente.

Uma das ferramentas mais efetivas para lidar com o passado é a criação de um contexto diferente. Isso significa que damos a ele um significado diferente. Tomamos uma atitude diferente sobre o trauma ou dificuldade do passado e reconhecemos o prêmio escondido dentro dele.

O valor dessa técnica foi reconhecido primeiro na psiquiatria por Viktor Frankl. Ele explicou a abordagem – a qual ele chamou de logoterapia, em seu famoso livro, “Em Busca de Sentido”.

Suas experiencia pessoais e clínicas demonstraram que ocorrências de eventos emocionais e traumáticos vão mudar consideravelmente e serão curados se um novo sentido for dado a eles.

“Tudo pode ser tirado do homem exceto uma coisa: a última das liberdades do ser humano – escolher a própria atitude em uma dada circunstância, escolher o seu próprio caminho”

Viktor Frankl

Toda experiência de vida, não importa quão “trágica” seja, possui uma lição oculta. Quando descobrimos e reconhecemos o presente oculto que existe, a cura acontece.

Os eventos da vida são oportunidades para crescer, expandir, vivenciar e desenvolver. Em alguns casos, parece em retrospectiva que esse foi, na verdade, o propósito inconsciente por trás do evento, como se o nosso inconsciente soubesse que algo mais importante precisava ser aprendido e por mais doloroso que fosse, essa seria a única forma de passar pela experiência.

Essa é uma parte da psicologia do psicanalista Carl Jung, que concluiu, depois de uma vida inteira de estudos, que há uma pulsão inata no inconsciente em direção a unidade, completude e realização do Ser. e que o inconsciente irá conceber os caminhos e meios para trazer isso a tona, mesmo que sejam traumáticos para a mente consciente.

Portanto, comece a prestar atenção nas histórias que você está contando a si mesmo sobre o que te aconteceu no passado. Todos temos uma história sobre o que as pessoas nos fizeram, sobre como fomos injustiçados, tratados mal. Temos uma história sobre o que fizemos de errado, sobre o que deveríamos ter feito etc.

O que quero pedir que você faça é olhar para o seu passado e para ver o significado que você está dando a ele. Qual o significado que você está dando ao seu passado? É um significado negativo? Você construiu a história de que você é uma vítima? Será que essa história realmente está te empoderando ou está tirando o seu poder pessoal? Você consegue encontrar o prêmio escondido e crescer por meio da sua dor?

Dicas adicionais

Desconectar

Entre no modo monk (monge) por um tempo. Desconecte-se das mídias sociais, de amigos ou família por um tempo para explorar o seu mundo interno e transformar suas feridas e sofrimento. Somente quando estamos sozinhos que podemos nos conhecer e dar a nós mesmos a atenção e o amor de que precisamos.

Abertura e não julgamento

Curar significa aceitar, independentemente de a experiência ou situação ter sido boa ou ruim. Para que a cura ocorra, não devemos ficar nos criticando, rotulando ou julgando negativamente a experiência, pois, ao fazer isso, estamos resistindo ao que aconteceu, e tudo aquilo que resistimos continuará persistindo.

Por isso, a bondade e a compaixão por si mesmo são de extrema importância para nos libertarmos das memórias dolorosas que nos mantêm presos ao passado.

Por isso, na hora de entrar em contato com suas emoções dolorosas, silencie a mente. Não deixe sua mente ficar tecendo comentários sobre o ocorrido, julgando sua experiência da emoção naquele momento. A alma sempre sabe o que fazer para se curar. O desafio é silenciar a mente.

Seja realista

A cura da dor do passado não significa que suas memórias sejam apagadas ou que você nunca mais terá esses sentimentos difíceis novamente. Isso significa que, quando essas experiências o visitam, elas não ficam no comando. Elas param de definir você.

Seu objetivo é neutralizar a história do passado para que ela perca o poder sobre você. Torna-se transparente, sem significado e sem efeito. Seu objetivo aqui não é:

  • Esquecer do passado/apagar o passado (impossível)
  • Reprimir ou ignorar seus sentimentos
  • Aguarde um pedido de desculpas ou reconhecimento (adia a felicidade)

Crenças que impedem sua cura interior

Existem certas crenças que podem estar atrapalhando o seu processo de cura. Essas crenças têm apenas um propósito – mantê-lo como uma vítima de seu passado.

Identifique-as, veja como inúteis e, em seguida, solte e perdoe! Alguns crenças inúteis são as seguintes:

  • Sinto-me justificado em permanecer paralisado porque fui injustiçado.
  • Eles fizeram isto. É responsabilidade deles tornar a situação de minha vida melhor para mim.
  • Se eu deixar ir, estou aprovando o mau comportamento dos outros.
  • Eu preciso de um pedido de desculpas para perdoar.”
  • Foi tão ruim que não é possível para mim curar.

Tenha paciência

Emoções armazenadas, energias, velhas memórias, traumas passados, etc. são o grande obstáculo. Eles vêm em diferentes formas e muitas intensidades. Alguns são fáceis de transformar. Outros se movem lentamente e levam tempo. Tenha paciência!

Pare e reconheça o sofrimento quando ele surgir

No livro de Thich Nhat Hanh “Sem lama não há lótus: A arte de transformar o sofrimento”, o autor/mestre budista fala sobre a importância de parar e dar atenção/cuidar do seu sofrimento quando ele surgir (uma coisa que geralmente é o oposto do que fazemos, pois sempre estamos tentando fugir e negar emoções difíceis). Ele diz:

Não adianta tentar encobrir o sofrimento. A menos e até que sejamos capazes de enfrentar nosso sofrimento, não podemos estar presentes e disponíveis para a vida, e a felicidade continuará a nos escapar.

O primeiro passo na arte de transformar o sofrimento é retornarmos ao nosso lar interno e admitir que há sofrimento. Quase não paramos sequer para tomar um folego, nem mesmo para perceber que estamos sofrendo – até que, de repente, aparentemente vindo do nada, o sofrimento nos domina

Se tentarmos usar o consumo para ignorar ou nos distrair do nosso sofrimento, faremos com que o sofrimento piore. Ligaremos a televisão, falaremos ou passaremos torpedos, fofocaremos ao telefone, entraremos na internet. Nós nos pegaremos diante da geladeira várias e várias vezes.

Quando nos desligamos da nossa dor mental, estamos também abandonando os nossos corpos onde o sofrimento está sendo armazenado. Quando sentimos solidão e desespero, buscamos encobri-los e fazer de conta que eles não estão ali. Não nos sentimos muito bem internamente, então para esquecer, vamos procurar algo para comer, mesmo que estejamos totalmente sem fome.

(…) A prática, portanto, é não lutar ou reprimir o sentimento, mas sim acalentá-lo com muita ternura.

Thich Nhat Hanh

Todos estão fazendo o melhor que podem, de acordo com seus próprios níveis de consciência:

Cada um de nós está fazendo o melhor possível neste instante. Precisamos entender também que as pessoas que nos machucaram estavam feridas e estavam fazendo o melhor que podiam com a compreensão, a consciência e conhecimento que tinham na época.

Espero que essas dicas tenha te ajudado a curar o seu passado e se libertar dele! Não deixe de comentar os principais insights que você teve ao ler esse post e compartilhar aqui outras coisas que você fez na sua vida que te ajudaram no seu processo de cura. Abraços e até o próximo post!

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