Derrote o seu antigo eu, sempre faça isso! Nunca se aceite como um produto acabado. Esteja sempre competindo contra si mesmo, procurando ser melhor do que quem você era ontem.
Se você está melhorando, então o que está fazendo, na verdade, é competindo com o seu eu inferior (nossa parte pequena e mesquinha, composta de emoções negativas como ressentimentos, inveja, ódio, ressentimentos, injustiças, raiva etc).
A jornada de se tornar nossa melhor versão é o que dá sentido as nossas vidas e é o antidoto contra a falta de significado e para o sofrimento.
Lembre-se, também de que toda transformação verdadeira e permanente (não aquelas soluções superficiais e temporárias) começa no seu senso de identidade:
- A sua realidade é um reflexo de como você pensa, age e sente (sua realidade é um resultado de quem você é)
- Você não pode mudar e criar uma nova realidade sendo a mesma pessoa de sempre.
É por isso que você não pode se apegar demais a uma versão de sua identidade. O progresso requer desapego. Tornar-se a melhor versão de si mesmo exige que você reveja continuamente suas crenças e atualize e expanda sua identidade.
Como Osho disse:
“Uma pessoa que permanece consistente por toda a sua vida deve ser uma idiota. Uma pessoa em crescimento precisa se contradizer muitas vezes, pois quem sabe o que o amanhã trará?
A pessoa realmente consciente muda com a vida. A pessoa realmente consciente não se permite ser consistente. A consistência é parte de uma mente medíocre.
Ser consistente significa ser estúpido, permanecer com o passado, estar cego para o presente Um homem sério para de entender, ele já assumiu uma atitude determinada, estabelecida, imutavel, torna-se preconceituoso“
OSHO
Buda já disse: “Como uma cobra que descarta sua antiga pele, nós devemos descartar nosso passado de novo e de novo”. Se não fizermos isso, os mesmos padrões de pensamentos, emoções, comportamentos e reações continuarão sendo encenados repetidas vezes e, consequentemente, continuaremos revivendo nosso passado – presos aquela mesma realidade.
Portanto, qual a melhor coisa que você pode fazer? Transcender o seu eu atual! Temos que deixar nosso antigo eu e renascer como algo novo.
A Formação de Nossa Personalidade
Apesar de nossa essência nunca mudar, muitos dos nossos traços de personalidade foram desenvolvidos em reação, por meio do feedback social (principalmente pelo feedback de pessoas que víamos como autoridades, como nossos familiares, amigos, professores etc)
Por exemplo: quando você era criança, você apresentou determinado comportamento, como ser criativo. Vamos supor que os seus pais aprovaram e te parabenizarem por tal comportamento. Tal comportamento criativo passa, então, a fazer parte de sua personalidade, pois foi visto como “aceitável” por seus pais – tal comportamento foi parabenizado e reforçado ao longo do tempo, se tornando parte de quem você é.
Porém, se você fez algo como tentar se impor e isso foi visto pelos outros como “inaceitável”, então sua mente registra isso como “você não deve se impor, chamar atenção e se expressar” – e aquilo se incorpora no seu senso de “eu” (no caso manifestando-se numa crença subconsciente do tipo “Eu não devo chamar atenção e me expressar, pois as pessoas não gostam de mim quando sou dessa forma, portanto, para que eu seja aceito e amado, tenho que ser reservado e tímido”)
Portanto, muito da nossa personalidade é completamente arbitrária – ela poderia ter se desenvolvido de diferentes maneiras, se tivéssemos sido expostos a diferentes circunstâncias. Você pode até pensar que “nasceu” com essa personalidade: “Esse sou eu, eu sempre fui assim“.
A maior parte de sua personalidade, no entanto, não representa você realmente (não é seu eu autêntico). Não foi você quem criou você.
A boa notícia é que você não precisa permanecer sendo a mesma pessoa que sempre foi. Sua personalidade não é “fixa” e predeterminada, de modo que você não consiga mudá-la. A pessoa que você é esse ano pode ser completamente diferente no ano seguinte.
Portanto, a primeira crença limitante que temos que desmantelar é crença de que o determinismo/fatalismo estão a frente do indivíduo:
Não Acredite no Determinismo/Fatalismo
Nunca aceite que o fatalismo e determinismo estão à frente do indivíduo. Tais visões encorajam a passividade e tira a responsabilidade do individuo em relação a sua vida.
A maioria das pessoas subestima seu poder para mudar e crescer. Elas acreditam que o padrão de ontem precisa ser o padrão de amanhã. As pessoas não tem consciência que se forem responsáveis por suas vidas podem crescer e mudar suas vidas na direção em que quiserem.
Quando nos permitimos acreditar que somos vítimas das nossas circunstâncias e cedemos ao problema do determinismo, perdemos a esperança e a motivação e nos acomodamos a resignação e estagnação.
Entenda que você é a força criativa de sua vida!
Uma trecho sensacional do livro do Viktor Frankl refuta completamente as teorias do determinismo, explicando que o ser humano não é determinado pelos seus condicionantes (sejam eles ambientais, sociais, psíquicos). Na verdade, ele é autodeterminante, pois é um ser responsável.
“Um pressuposto ainda mais errôneo e perigoso, que eu chamo de “pandeterminismo”. Refiro-me à visão do ser humano que descarta a sua capacidade de tomar uma posição frente a condicionantes quaisquer que sejam. O ser humano não é completamente condicionado e determinado; ele mesmo determina se cede aos condicionantes ou se lhes resiste. Isto é, o ser humano é auto-determinate, em última análise. Ele não simplesmente existe, mas sempre decide qual será a sua existência, o que ele se tornará no momento seguinte.
O ser humano não é uma coisa entre outras; coisas se determinam mutuamente, mas o ser humano, em última análise, se determina a si mesmo. Aquilo que ele se torna – dentro dos limites dos seus dons e do meio ambiente – é ele que faz de si mesmo. No campo de concentração, por exemplo, nesse laboratório vivo e campo de testes que ele foi, observamos e testemunhamos alguns dos nossos companheiros se portarem como porcos, ao passo que outros agiram como se fossem santos. A pessoa humana tem dentro de si ambas as potencialidades; qual ser concretizada, depende de decisões e não de condições.”
Viktor Frankl
Sem dúvida, o ser humano é um ser finito e sua liberdade é restrita. Não se trata de estar livre de fatores condicionantes, mas sim da liberdade de tomar uma posição frente aos condicionantes.
Como Mudar Sua Identidade
1- Desafie sua identidade
No capítulo 8 do livro “The Way Of The Superior Man” de David Deida, o autor comenta sobre a importância de sempre estarmos “quebrando/superando” nossos limites. Ele diz:
“A todo o momento, o crescimento do homem é optimizado se ele se inclina além de seus limites, de sua capacidade, de seu medo. Ele não deve ser preguiçoso, felizmente estagnado na zona de segurança e conforto. E nem deve se forçar muito, se estressando desnecessariamente e não metabolizando a experiência. Ele deve estar um pouco fora de seus limites de desconforto e de medo, constantemente, em tudo o que faz.
Quando você for honesto consigo mesmo sobre os seus limites, o melhor a se fazer é sair um pouco fora deles. Poucos homens possuem a coragem para essa prática.
O seu medo é a maior definição de você mesmo. Você deve conhecê-lo. Você deve senti-lo constantemente, ele deve virar o seu amigo. O medo mostra que você está no seu limite. Ficando com o medo, ficando fora de seus limites, é o local onde a transformação ocorre (…)Vença o seu medo e esteja sempre inclinado a ele, em todos os aspectos de sua vida.“
David Deida
Vemos, portanto, que uma das primeiras maneiras de transcendermos a nossa identidade é ir em direção aos nossos medos e sair de nossa zona de conforto.
O conforto te mantem preso ao seu antigo eu. O desconforto é necessário para o crescimento. Portanto, procure ficar confortável no desconforto.
Entenda que a sua mente sempre opta pelo caminho mais fácil, de menor resistência e vai tentar de tudo para proteger a sua identidade atual.
Mark Manson, no seu livro “A sutil arte de ligar o f*da-se” chama essa resistência que temos a mudança de “A lei de evasão de Manson”, que diz o seguinte:
“Quanto mais uma coisa ameaça a sua identidade, mais você a evitará”
Mark Manson
Qual o preço que você está disposto a pagar pela verdadeira transformação? Muitas vezes o preço é o desconforto. A maioria das pessoas diz querer uma vida boa, mas não estão dispostas a passar pelo desconforto.
Por isso é muito importante você ter o seu porquê bem definido. O filósofo alemão Friedrich Nietzsche já dizia que “Aquele tem um PORQUÊ para viver, pode suportar quase qualquer COMO”.
2- Questione suas certezas
Ao longo de nossas vidas, nos apegamos demais a algumas certezas, certezas que temos medo de questionar ou abandonar, valores que deram significado as nossas vidas por um longo período.
É mais fácil perpetuarmos certas certezas dolorosas do que prová-las ao contrário. Temos medo de desafiar nossas crenças, a respeito de nós mesmos e do mundo.
Lembre-se do que eu disse no começo deste post: Tornar-se a melhor versão de si mesmo exige que você reveja continuamente suas crenças e atualize e expanda sua identidade.
Portanto, pare de se identificar com alguém que possa ser categorizado! Não se limite, tenha uma identidade flexível e adaptável que evolui com o tempo. Nunca se aceite como um produto acabado!
Comece a questionar os seus pensamentos, crença, histórias e suposições que você tem em relação a si mesmo!
3- Você tem que assumir total responsabilidade por sua situação atual
O que está ocorrendo no mundo atual é que as pessoas estão transferindo a terceiros a responsabilidade pelos seus próprios problemas. Culpar os outros é abdicar de seus poderes, prender-se ao passado e escolher sofrer.
Existe uma grande diferença entre culpar alguém pela sua situação e esse alguém ser realmente responsável por aquilo. Ninguém além de você é responsável por sua situação.
Muita gente pode ser culpada por sua infelicidade, mas ninguém além de você será responsável por isso. É você que escolhe como ver o que vive, como reagir aos acontecimentos e como avaliá-los.
Por mais que alguém tenha feito algo terrível a você e essa pessoa ser culpada por aquilo, é sua responsabilidade sair daquela situação, de escolher sua resposta frente ao que a pessoa fez e de interpretar o significado de tal acontecimento.
Por mais que alguém tenha te machucado, não é essa pessoa que vai voltar e restaurar a harmonia na sua vida. Isso depende de você! É sua responsabilidade ser feliz de novo!
Responsabilidade significa sua capacidade de responder. Se você decidir, sou responsável, terá capacidade de responder. Se decidir “não sou responsável”, não terá capacidade de responder.
Aceite também, que a sociedade não está do seu lado. Ninguém quer que você seja a melhor versão de você mesmo.
Vivemos em uma cultura onde livros de autoajuda e autodesenvolvimento por exemplo, são visto como algo “estranho”. Se você fala para um “amigo” seu que você tem algum mentor, um coach ou que está fazendo algum curso de desenvolvimento pessoal, é provável que ele te olhe com uma cara estranha ou até zoe de você.
A sociedade quer apenas que você se encaixe. Pare de fazer o que tudo mundo está fazendo! A sociedade te dá a pílula mágica para todas as coisas, ela fala “Não precisa se melhorar como pessoa”, “não precisa ler livros, buscar novos conhecimento”, “não precisa melhorar a alimentação ou cuidar da sua saúde”, aqui está a pílula mágica para os seus problemas!
Muitas vezes também é necessário você se afastar de certas pessoas que te mantém presos a sua realidade antiga. Você é a média das 5 pessoas que mais entra em contato, portanto, fique atento a essas escolhas. Fique consciente das coisas que estão te influenciando negativamente e alinhe todos os seus hábitos, escolhas, pensamentos em direção a sua nova realidade.
4- Foque em hábitos, não tanto em objetivos
“A virtude moral é uma consequência do hábito. Nós nos tornamos o que fazemos repetidamente. Ou seja, nós nos tornamos justos ao praticarmos atos justos, controlados ao praticarmos atos de autocontrole, corajosos ao praticarmos atos de bravura.”
Aristóteles
Sua identidade emerge de seus hábitos. Você não nasceu com crenças predefinidas. Toda crença. incluindo aquelas sobre si mesmo, é aprendida e condicionada através da experiência. Mais precisamente, seus hábitos são a incorporação de sua identidade.
Quanto mais você repete um comportamento, mais reforça a identidade associada a ele. Na verdade, a palavra identidade é originalmente derivada das palavras latinas essentitas, que significa ser, e identidem, que significa repetidamente. Sua identidade é literalmente seu “ser que se repete”.
Seja qual for a sua identidade, você só acredita nela porque tem uma prova. Quanto mais evidências tiver de uma crença, mais fortemente acreditará nela. Ao repetir determinadas ações, começamos a acumular evidências e sua autoimagem começa a mudar.
É uma evolução gradual. Não mudamos apenas estalando os dedos e decidindo ser alguém inteiramente novo. Mudamos pouco a pouco, dia a dia, hábito por hábito. Estamos continuamente passando por microevoluções do eu. Cada hábito é uma sugestão “Eu, talvez isto seja quem eu sou”.
Cada atitude que você toma é um voto para o tipo de pessoa que deseja se tornar. Um único voto não transformará suas crenças, mas a medida que se acumulam, o mesmo acontece com as evidências de sua nova identidade. Essa é uma das razões pelas quais mudanças significativas não exigem mudanças radicais. Os pequenos hábitos fazem uma grande diferença ao fornecer evidências de uma nova identidade.
Juntando tudo isso, vemos que os hábitos são o caminho para mudar sua identidade. Mudar o que você faz é a maneira mais prática de mudar quem você é.
Novas identidades exigem novas evidências. Se continuar lançando os mesmo votos de sempre, obterá sempre os mesmos resultados. Se nada mudar, nada vai mudar.
O poder de mudar suas crenças sobre si mesmo é seu. Sua identidade não é algo gravado em pedra. A todo momento você tem uma escolha. Pode escolher a identidade que deseja reforçar hoje com os hábitos que escolhe hoje.
A razão pela qual os hábitos importam não é porque acarretam melhores resultados (embora possam fazer isso), mas porque são capazes de mudar suas crenças sobre si mesmo.
Mudar nossa identidade pode ser resumida nessas duas simples etapas abaixo:
- Decida o tipo de pessoa que quer ser
- Prove isso para si mesmo com pequenas vitórias
Então, primeiro decida quem você quer ser. O que você quer representar? Quais são seus princípios e valores? Quem deseja se tornar?
Uma vez que tenha ideia do tipo de pessoa que deseja ser, comece a dar pequenos passos para reforçar a identidade desejada.
5- Aceite o julgamento alheio.
Dê um passo para frente e seja julgado. Se você quiser vencer, você precisa estar disposto a ser julgado pelos outros.
Tem uma frase de Epiteto que diz o seguinte:
“Se você quiser melhorar, fique contente ao ser considerado tolo e estúpido.”
Epicteto
Você nunca alcançará o seu verdadeiro potencial se ficar obcecado pelo que os outros pensam. Lembre-se: A vida continua, com uma opinião favorável ou não. Se quiser fazer algo realmente importante, terá de aceitar que algumas pessoas vão pensar que você está delirando ou sendo imbecil.
6- Faça algo diferente e abrace a incerteza
Muitas pessoas ficam presas quando tentam mudar suas vidas porque não sabem “por onde começar” ou “o que fazer”. A resposta simples é: faça algo diferente
Tem um episodio de Seinfeld na qual um dos protagonistas chamado George decidiu mudar sua vida simplesmente agindo o oposto de como ele tipicamente agia. Ironicamente, ao fazer o oposto, ele conseguiu uma namorada e um novo trabalho.
Com isso podemos ver o poder de fazer algo diferente em nossas vidas. Faça coisas que normalmente não faz. Sacuda sua rotina diária. Ousa arriscar. Escolha uma rota diferente para o trabalho, escolha almoçar em um lugar diferente ao invés do mesmo lugar de sempre, puxe conversa com um desconhecido etc.
Entenda que a incerteza é onde o novo acontece. Todos os sucessos, as experiências, todas as coisas que você sempre sonhou estão esperando você na incerteza.
Tendemos a nos gravitar no familiar e evitar o incerto. Nossa propensão a correr riscos se correlaciona diretamente com nosso potencial de fortuna e possibilidade.
A incerteza é seu caminho pessoal para a oportunidade. Quando você se agarra a uma situação que parece confortável, fazendo as mesmas coisas que sempre fez, na prática está vivendo no passado, não está progredindo.
Pense nisso: Como ir a novos lugares se você nunca sai de casa?; Como fazer amigos e iniciar romances sem conhecer gente nova?; Como conquistar algo novo fazendo o que sempre fez? Como avançar se você sempre se apega a certeza e ao conforto? Não tem como! A certeza nos acomoda.
Foque em pequenas mudanças
Mudanças pequenas e sem importância a princípio terão resultados notáveis se você estiver disposto a persistir nelas por anos. É muito fácil subestimarmos o valor das pequenas melhorias diárias. Muitas vezes nos convencemos de que um grande sucesso requer uma grande ação.
Melhorar em 1% não é particularmente notável, as vezes nem é perceptível, mas pode ser muito mais significativo, especialmente em longo prazo. Fazer uma escolha que seja 1% melhor ou pior pode parecer insignificante no momento, mas, ao longo dos momentos que compõem a vida toda, essas escolhas determinam a diferença entre quem você é e quem poderia ser.
O sucesso é resultado de hábitos diários – não de transformações únicas na vida.
Dito isso, não importa o quanto você seja bem ou mal sucedido agora. O que importa é saber se os seus hábitos estão colocando você no caminho do sucesso.
Você colhe o que planta e cultiva. Portanto, foque sempre em melhorar 1% a cada dia – fazendo escolhas melhores e que estão alinhadas com quem você deseja se tornar! Esse é o caminho do sucesso!
“O agora importa mais do que qualquer outro momento, pois é o que você está fazendo hoje que está determinando em quem você está se tornando, e quem você está se tornando sempre determinará a qualidade e a direção da sua vida.”
Hal Elrod
Tudo de bom pra nós! Abraços!
Deixe um comentário