Não leve os seus pensamentos para o lado pessoal!
A melhor maneira de parar de sofrer é reconhecer que não somos nossos pensamentos, que existe algo por trás dos pensamentos, uma consciência por trás das idas e vindas dos pensamentos e é nisso que temos que prestar mais atenção.
Na maioria das vezes pensamos que somos nossos pensamentos e esquecemos que há um aspecto na nossa mente que observa esses pensamentos surgirem e desaparecerem. Como um visitante batendo na porta da sua casa, os pensamentos não vivem lá, você pode cumprimentá-los, reconhece-los e vê-los passar.
Um grande passo ruma a retomada do controle de nossa vida é percebermos que não precisamos levar os pensamentos para o lado pessoal, não importando se o conteúdo deles é bom, ruim ou feio.
Não temos que acreditar neles. Não precisamos sequer considerá-los “nossos”. Podemos reconhecê-los simplesmente como pensamentos, como acontecimentos no campo da consciência, que surgem e desaparecem rapidamente.
Quando não os levamos automaticamente para o lado pessoal nem acreditamos nas histórias sobre a “realidade” que construímos a partir deles, quando conseguimos simplesmente mantê-los na consciência, com curiosidade e espanto diante de seu incrível poder, dada sua insubstancialidade, suas limitações e imprecisões, temos a chance de não sermos capturados em seus padrões habituais, de vê-los como realmente são – acontecimentos impessoais, e de sermos o saber que a consciência já é.
Você pode imaginar a energia da mente pensante como um fluxo de água em um riacho ou um grande rio. Podemos ser capturados e levados pela correnteza ou podemos sentar na margem e apreciar seus diferentes padrões, os redemoinhos, sempre mudando de forma, os sons da água.
Os tibetanos as vezes descrevem o ato de pensar como escrever na água, pois os pensamentos são em essência vazios, insubstanciais e transitórios Mensagens de fumaça no céu também são uma boa imagem.
Em todas essas imagens, o pensamento pode ser visto como algo que surge de maneira autônoma e estourando como uma bolhina de sabão ao ser “tocado “ pela própria consciência. Em outras palavras: quando é reconhecido como um simples pensamentos, como algo que surge, perdura por um tempo e desaparece no campo ilimitado e atemporal da consciência.
Assim, ao reconhecer os pensamentos como meros acontecimentos no campo da consciência, ficamos um pouco mais livres. Eles se tornam manejáveis sem que precisamos fazer qualquer esforço – é a consciência que faz todo o trabalho e nos liberta.
Como Eckhart Tolle diz no seu livro “O poder do Agora”:
“Pensamento e consciencia não são sinônimos. O pensamento é um pequeno aspecto da consciencia. O pensamento não consegue existir sem a consciencia, mas a consciencia não necessita do pensamento. O estado de mente vazia é a consciencia sem o pensamento.“
Jon Kabat Zinn no seu livro Atenção plena para iniciantes também diz o seguinte:
“Ficamos tão condicionados por nossos padrões de pensamentos que já nem os reconhecemos como pensamentos. Não é verdade que tendemos a experimentar nossos sentimentos e pensamentos como fatos, como a realidade absoluta das coisas, mesmo quando sabemos, lá no fundo, que não é bem o caso?
Mas, como vimos, não costumamos receber orientações nem um treinamento sistematico sobre a importancia de percebermos nossa consciência como algo diferente e maior que pensamentos e emoções – ainda que seja óbvio que a consciência é um vasto reservatório, capaz de abarcar qualquer pensamento e qualquer emoção sem ser capturada por eles de alguma forma. Trata-se de uma faculdade profundamente subdesenvolvida
Quando foi a última vez que você teve uma só aula sobre o cultivo da consciência ao longo de toda a sua formação academica? Espantosamente, isso não faz parte do currículo do ensino fundamental.,médio ou superior.”
Como se desapegar de seus pensamentos
Uma habilidade essencial de aprender é a de você saber se desapegar dos próprios pensamentos que sua mente cria.
Um pensamento é apenas um pensamento, mas a partir do momento em que você o classifica como “bom” ou “ruim”, você se identificou com ele. Não existe essa de controlar os seus pensamentos ou querer que eles não apareçam mais. Quanto mais você resistir e lutar com um pensamentos, mais poder você está dando a ele.
Portanto, quando a mente te jogar um pensamento, apenas reconheça-o por aquilo que ele é: um pensamento e deixe-o passar! Não tente parar um pensamento com outros pensamentos! Isso só vai criar mais barulho e agitação mental. O seu “trabalho” é simplesmente assistir o tráfego mental, sem se envolver, sem julgar o que está se desenrolando, sem comentar sobre o que está acontecendo. Seja o observador imparcial.
Observe seus pensamentos e perceba que são apenas pensamentos. Ter a consciência é o primeiro passo. É entender que até 90% dos nossos pensamentos são inúteis e que você não precisa alimentá-los, pode simplesmente escolher ignorá-los, sem acreditar no que dizem.
Quando começamos a nos acostumar com o reconhecimento dos pensamentos é como se fossemos capazes de identificar rapidamente em uma multidão alguém que conhecemos. Quando surge um pensamento forte de raiva, sabemos que ele vai levar a proliferação de mais pensamentos e passamos a reconhece-lo.
Simplesmente testemunhar o que acontece na mente, com um tipo de atitude infantil “Ual, quantos pensamentos, sensações e emoções passam na minha consciência nesse momento” Todos eles vem e vão na minha consciência.
Podemos comparar esse ato de olhar para a grande extensão de espaço no céu, sem se concentrar nas estrelas, astros ou galáxias. O espaço não é definido pelos objetos que se movem nele assim como a consciência não é definida pelos pensamentos, emoções e percepções, ela apenas é.
Se alguém sente vergonha ou decepção hoje, isso não resume quem você é, não são palavras finais sobre quem você é. Em vez de confundir um estado temporário com tudo o que há em você, veja suas emoções surgirem, permanecerem por um tempo e depois sumirem. Muitas vezes nos culpamos se uma emoção negativa surge. Não lembramos que as emoções surgem independente se queremos ou não – temos que reconhece-las e aceitá-las.
Isso é aplicável aos nossos pensamentos. Na maioria das vezes pensamos que somos nossos pensamentos e esquecemos que há um aspecto na nossa mente que observa esses pensamentos surgirem e desaparecerem. Como um visitante batendo na porta da sua casa, os pensamentos não vivem lá, você pode cumprimentá-los, reconhece-los e vê-los passar.
O pensamento só tem poder se você acreditar nele. Algo só é verdade se você acreditar! Se você sair por ai acreditando em tudo o que sua mente te diz, vai se dar muito mal!
Dicas adicionais:
- Perceba quando se distrair com pensamentos inúteis e prejudicais e escolha parar de alimentá-los, simplesmente trazendo sua atenção para o momento presente. Trazer a atenção para a sua respiração pode ser útil – para a nossa atenção errante, a respiração é uma âncora ideal, capaz de nos manter no momento presente.
- Perceba principalmente aqueles padrões repetitivos de pensamentos. Você pode até escrever num pedaço de papel sobre aqueles pensamento mais insistentes e que parecem surgir com mais frequência. Isso ajudar a você tomar consciência de seus padrões.
- Apenas observe seus pensamentos, não acredite neles. Como o próprio Eckhart Tolle diz: ” A coisa mais vital na vida espiritual é ser capaz de assistir sua mente, de ser o observador da mente, para que a mente não te controle”.
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