Superficialidade significa você valorizar mais aparência do que a essência. Significa você valorizar o glamour ao invés da realidade. Significa você valorizar o ilusório ao invés do real. Significa você focar apenas na superfície das coisas e não na profundidade.
Somos condicionados a focar apenas na aparência e superficialidade das coisas. O que eu quero dizer é que grande parte da sociedade trabalha apenas no nível da superficialidade, já percebeu? Entretenimentos em massa, distrações, uso de drogas para aliviar o stress, busca por prazeres, dinheiro, fama e sucesso, ter o namorado/namorada dos sonhos, consumir comidas gordurosas etc.
A superficialidade reina o mundo moderno: é só abrir o Instagram ou o Youtube que você percebe: muitos dos perfis com grande número de seguidores são aqueles que publicam conteúdos sem o menor propósito e profundidade.
A tendência para o que é mais fácil e o medo de saber quem verdadeiramente somos compõem o palco da superficialidade.
Isso é o que os hindus chama de Maya – a dança da ilusão, o constante envolvimento e distração de superficialidades que encantam e cativam a mente, que nos mantem presos nos ciclos de prazer e dor. O próprio Buda disse que a principal prisão é a dos sentidos Ficamos presos nessas ilusões, realmente acreditando que elas trarão a tão esperada felicidade, porém, ela nunca chega.
Preso nas “miríades de formas”, como dizem os hindus, o indivíduo não consegue encontrar a Unidade, o Ser, que o traria a calma e estabilidade.
“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
Romanos 12:2
É uma loucura pensar que algumas das coisas que você passou toda a sua vida tentando conseguir, como mais dinheiro e boa aparência, não o farão realmente mais feliz. Claro, eles farão você se sentir bem consigo mesmo por um tempo, mas não tornará sua vida melhor no geral.
As melhores coisas na vida estão relacionadas com a profundidade, interiorização e introspecção. A superficialidade está relacionada ao prazer, a distrações e fugas temporárias, a coisas que são efêmeras e vazias, que podem até te dar um breve euforia mas que nunca vão te preencher internamente.
Se você não acredita no que eu estou falando, é só você observar a vida trágica de muitas celebridades e pessoas famosas – que tinham todas as coisas que a sociedade nos promete que irão trazer a felicidade (fama, status, dinheiro, aventuras sexuais etc) mas que mesmo assim acabaram totalmente perdidas, infelizes e miseráveis na vida (algumas até cometeram suicídio).
Já a profundidade está relacionada ao seu ser – a interiorização de princípios relacionados a verdade, ao cultivo de virtudes, a identificação de falhas de caráter e como você pode melhorá-los, ao cultivo de uma mente saudável e equilibrada, ao cultivo de seus talentos e habilidades – ou seja, a profundidade só é alcançada pelo autoconhecimento.
Você nunca ira atingir a profundidade se ficar focando somente no externo e nas coisas superficiais que a sociedade te promete que irão te salvar. Nunca coloque o “ter” antes do “ser”.
Por isso mesmo, é importante observarmos e analisarmos quais são os nossos valores – eles são superficiais/banais ou eles são profundos, contribuindo para a minha felicidade e para as outras pessoas ao meu redor?
O que são valores?
São coisas pelas quais:
- Desejamos despender esforços e recursos
- Que nos motivam
- Nos dão o critério para nos avaliarmos
- Moldam a forma como conduzimos nossas vidas (pensamos, sentimos e agimos)
Os valores, são a base de tudo o que somos e fazemos. Valores envolvem perguntas como:
“Eu escolho me importar com o que? Escolho basear minhas ações em quais valores? Escolho avaliar minha vida segundo quais parâmetros? Bons ou ruins?“
Quando nutrimos valores ruins, ou seja, padrões baixos estabelecidos para nós e para os outros, nos importamos com coisas que não merecem a nossa atenção e que no fundo tornam a nossa vida pior – SUPERFICIALIDADE
Quando escolhemos valores melhores, direcionamos nosso foco para o positivo: para aquilo que realmente importa, que nos proporciona bem estar, felicidade, prazer e sucesso – PROFUNDIDADE
Tudo isso é, em suma, a essência do autodesenvolvimento: priorizar valores melhores é escolher se importar com coisas melhores.
Como distinguir valores bons de valores ruins?
Repare que todas os valores positivos, que são bons e saudáveis são alcançados internamente. Coisas como criatividade e humildade podem acontecer agora mesmo, bastando orientar sua mente nesse sentido. São valores imediatos, controláveis, dependem exclusivamente de mim e são benéficos ao mundo.
Valores ruins dependem de eventos externos. Mesmo que eles sejam divertidos e prazerosos algumas das vezes, eles estão fora de seu controle e muitas vezes são alcançados somente por meios nocivos e supersticiosos.
Pelo fato deles estarem fora do seu controle, a ansiedade e frustração são certas e o seu valor sempre estará a mercê de terceiros.
Alguns exemplos de valores superficiais são:
- Nunca falhar e errar: É você ser um perfeccionista. A pessoa perfeccionista tem a convicção de que a perfeição é um único caminho para a aceitação pessoal e dos outros. Porém, o perfeccionismo é um ideal ilusório e leva a pessoa, muitas vezes, a procrastinar, ficar estagnada e paralisada na vida. A perfeição não existe, é somente uma projeção que a sua própria mente cria e que você acredita. Isso é limitador e sufocante. Só podemos atingir a excelência em algo se estivermos dispostos a falhar. As mudanças pessoais mais radicais acontecem depois das piores experiências, de falharmos sucessivas vezes. Um perfeccionista não se dá a permissão de errar, de tentar novas coisas, de se arriscar. Como é possível o crescimento dessa forma? Lembre-se sempre dessa frase “Feito é melhor do que perfeito”.
- Querer estar sempre certo: Pessoas que se baseiam nesse parâmetro não conseguem ter empatia e não possuem a capacidade de enxergar novas perspectivas. Elas se fecham para informações novas e relevantes. É muito mais útil presumir-se ignorante e limitado, pois isso vai te colocá-lo num estado constante de aprendizado e crescimento.
- Comparação: Achar que o seu valor depende do quão bem (ou mal) você está em relação aos outros, de você se avaliar de acordo com a vida de outras pessoas. Você baseia toda a sua vida nessa disputa para se tornar melhor do que o outro.
- Status Social, Fama, Popularidade, Reputação: Se preocupar demais com o que outras pessoas dizem de você. É você deixar outras pessoas determinarem seu valor – de achar que a opinião que os outros possuem sobre você é mais importante do que a opinião que você tem sobre si mesmo. É a necessidade de você querer ser aceito por todos, mas lembre-se da frase de John F. Kennedy: “Não posso lhe dar a fórmula do sucesso, mas a do fracasso é querer agradar a todo mundo.”
- Materialismo: Você priorizar mais coisas tangíveis do que coisas intangíveis. Muitas pessoas medem o seu valor pessoal com base no dinheiro que ganham, no carro que dirigem, no gramado mais verde que o vizinho. Pesquisas indicam que tendo nossas necessidades básicas (Comida, abrigo) supridas, a correlação entre a felicidade e o sucesso material, a partir desse ponto, é quase 0! Isto é, se você passa fome, e mora na sarjeta, 10000 reais a mais por ano vão fazer muita diferença. Porém, para uma que já tem uma abundância financeira e que vive num país bem estruturado, ganhar 10000 a mais por ano quase não vai fazer diferença. Além disso, quando as pessoas passam a avaliar a si mesmas não pelo seu comportamento mas pelos símbolos de status atrelados a ele, ela torna-se superficial e deixa de priorizar valores fundamentais como compaixão, honestidade etc.
- Prazer: Uma vida baseada na busca incessante por prazeres leva a mediocridade, que é um estado apático na qual o indivíduo só está interessado no conforto, entretenimento e conveniência. O prazer é um falso Deus. Pesquisas mostram que concentrar a sua energia em prazeres superficiais, leva a ansiedade, instabilidade emocional e tristeza extrema. O prazer é o meio mais superficial de se obter satisfação; por consequência, essa satisfação é a mais fácil de obter mas também é a mais fácil de perder. É a substância que usamos para nos entorpecer e distrair.
Aqui embaixo está uma imagem que representa bem alguns valores/traços de caráter que são positivos de se alinhar e seu polo negativo. A sabedoria é simples: Alinhe-se com o positivo e o verdadeiro e evite o negativo!
Espero que eu tenha agregado valor para você! E ai, você anda perseguindo valores positivos e benéficos ou superficiais e rasos? Não deixe de comentar aqui embaixo! Abraços e até o próximo artigo!
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