Essa é uma série de artigos que irei comentar sobre o livro (que infelizmente não tem traduzido) “Transcendendo os Níveis de Consciência: A Escada Para a Iluminação” (“Transcending the Levels of Consciousness: the Stairway to spiritual enlightment“) do doutor David. R Hawkins.
Esse é um livro fantástico pois ele nos mostra como podemos superar os platôs que nos deparamos na nossa evolução espiritual. Ele nos passa ferramentas práticas para transcender cada nível de consciência (desde os mais baixos até o grau máximo da iluminação espiritual).
Primeiro iremos começar dos níveis mais baixos – os egóicos – explicando suas características, suas tentações e como podemos transcendê-los. Pelo fato dos níveis mais baixos de consciência serem os mais sofridos e difíceis de aguentar, vamos começar por ai.
Porém, não é só porque eles sejam os de maior sofrimento que eles são difíceis de transcender, pelo contrário, é próprio dos níveis mais baixos serem motivadores para a pessoa a procurar por alívio
Em transcender os níveis de consciência, a importância da boa vontade/disposição é enfatizada, pois é a função mais essencial do trabalho espiritual. A partir dessa vontade, você convida a intervenção divina, que é responsável por nossa evolução.
Pela transcendência, o ego (self) é substituído pelo Self (divino), fenômeno conhecido como iluminação.
Caso você ainda não conheça o mapa da consciência do Dr. David R. Hawkins, vou mostrar aqui:
É importante ressaltar que o nível de consciência 200 (coragem) é um ponto crítico. Todos os níveis abaixo de 200 são destrutivos para a vida, para o indivíduo e sociedade em geral. Em contraste todos os níveis acima de 200 são construtivos, expressões de poder. O nível de 200 é o ponto divisor entre a verdade (poder) ou falsidade (força).
A escala da consciência pode ser vista em um aspecto como a escala do ego, com o nível 200 sendo o fulcro no qual o egoísmo passa a se tornar altruísmo.
A evolução da consciência:
É útil recapitularmos a emergência da consciência no planeta e sua evolução no reino animal. O foco de interesse inicial é a evolução do ego, com suas limitações inatas.
O ego não é superado por vê-lo como um inimigo. Ele é nossa herança biológica e sem ele não estaríamos vivos. Ao entender suas origens e sua intrínseca importância a sobrevivência, ele pode ser visto como um grande benefício mas suscetível a se tornar indisciplinado e causar sofrimento e problemas emocionais, psicológicos e espirituais, se não for transcendido.
Nas formas de vida mais primitivas, os animais não produziam seu próprio alimento e retiravam a energia necessária para sobreviverem a partir de outros seres vivos (heterotróficos), ou seja, sua sobrevivência dependia, então, da aquisição de energia externa. Isso não era um problema no reino das plantas, pois a clorofila automaticamente transformava a energia solar nos processos químicos necessários para obtenção de energia (autótrofas).
A vida animal, precisava adquirir o que era necessário a partir do ambiente e esse princípio estabeleceu o núcleo central do ego, que é preocupado com a aquisição, conquista, rivalidade com outros organismos para a sobrevivência e interesse próprio – possuindo também características de curiosidade, exploração e de querer aprender.
A vida então, evoluiu a formas mais complexas. Nos níveis de consciência abaixo de 200, a vida poderia ser descrita como voraz (predatória), pois os animais adquiriam suas energias ao custo dos outros. Pelo fato da sobrevivência ser baseada na aquisição, os animais viam uns aos outros como rivais, competidores e inimigos. A vida nesse nível é baseada na rivalidade e no interesse próprio.
Já no nível 200, há uma mudança em direção ao mais benigno. Acima do nível 200, a natureza da vida fica mais harmônica. O cuidado maternal aparece, juntamente com a preocupação com os outros, a lealdade grupal, identificação com os outros. Esse é começo do é chamado na natureza humana de socialização, formação de relacionamentos e família, brincadeiras, colaboração grupal, compartilhamento de objetivos em comum etc.
A tabela a seguir mostra algumas dessas diferenças:
Com o avanço da evolução, emerge nos animais o prosencéfalo e o córtex pré frontal como o centro da inteligência humana. Porém, devido a predominância de instintos animais, a inteligência inicialmente serviu a instintos primários.
Portanto, o córtex pré frontal, inicialmente era subserviente as motivações animalescas de sobrevivência.
O aparecimento do homem primitivo iniciou-se com “Lucy” há 3 milhões de anos atrás e então, depois com o Neandertal. Mais recentemente, talvez cerca de 600.000 anos atrás, apareceu na África o predecessor do Homem Moderno, o Homo Sapiens, com o nível de consciência de 80 a 85.
A calibração dos níveis de consciência dos humanos evoluiu lentamente. No tempo do nascimento de Buddha, a consciência coletiva de toda a humanidade calibrava em torno de 90. Depois do nascimento de Jesus Cristo, a média passou a ser 100 e lentamente evoluiu para 190 nos últimos dois milênios. No tempo atual, aproximadamente cerca de 78% a 80% da população calibra no nível abaixo de 200.
Ou seja, a maior parte da humanidade é dominada por instintos e impulsos primitivos e animalescos (é só você assistir as notícias e ver o tanto de tragédias que ocorrem no mundo).
O autor diz que a físiologia do cérebro muda drasticamente quando atingimos o nível 200, que é o nível onde a qualidade de vida muda. Isso é expresso pela emergência de preocupação com o bem estar, pela sobrevivência e felicidade dos outros (ao invés do interesse próprio).
O David R. Hawkins nos mostra essa tabela bem interesse que correlaciona os níveis de consciência com a grau de felicidade:
Esse artigo foi uma introdução ao livro “Transcending the Levels of Consciousness: The Starway to enlightment” do Dr. Davir R. Hawkins.
Nos próximos artigos pretendo falar sobre cada um desses níveis, começando pelos que se encontram abaixo de 200 (os egóicos) e como podemos transcende-los!
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