Nesse artigo, vou comentar sobre um livro sensacional do David Perlmutter chamado “Amigos da Mente”, que nos faz repensar e reavaliar todo o nosso estilo de vida e nos explica como este influencia nossa saúde física e mental.
Você aprenderá que a forma como você trata a si mesmo tem profunda influência no seu estado mental, na sua felicidade, na sua saúde, longevidade, na prevenção da maiorias das doenças que acometem a maior parte das pessoas (transtornos de humor como depressão, ansiedade, doenças cerebrais) etc.
Isso inclui a forma como nos alimentamos (se estamos respeitando e nutrindo nosso corpo ou se estamos envenenando-o com certas substâncias prejudicais), se praticamos ou não exercícios físicos, se dormimos bem, se estamos envenenando o nosso corpo com o excesso de cortisol, hormônio do stress etc.
Basicamente é isso que você precisa saber: As nossas escolhas diárias de vida têm um grande efeito em nossa biologia e até na atividade de nossos genes.
E é exatamente sobre isso que se trata a medicina epigenética: A ciência que estuda como decisões cotidianas, como dieta, exercícios físicos, sono, gestão de stress, influenciam a expressão do nosso DNA e afetam diretamente e indiretamente a saúde do cérebro.
Isso é empoderador! Podemos alterar nossa vida de acordo com nossas escolhas. E se tem uma área que você tem que prestar muita atenção, se realmente quiser mudar de vida e viver no seu potencial (tanto físico quanto mental) é a forma como você se alimenta, na sua dieta.
E agora, eu vou entrar no ponto central desse livro, que é o seguinte:
Toda nossa saúde física e mental depende do estado do nosso microbioma. A saúde do seu cérebro e de seus outros sistemas começa no intestino
Como o nosso microbioma influencia nossa saúde?
Você é sustentado por uma infinidade de organismos que moram dentro do seu corpo. Nesse exato momento, o seu corpo está sendo colonizado por uma infinidade de organismos, cujo número supera em aproximadamente 10x o de suas células.
Esses cerca de 100 trilhões de criaturas invisíveis – micróbios – o recobrem por dentro e por fora. A maioria desses organismos vive em seu trato digestivo. Damos o nome de microbioma a essa complexa ecologia interna que prospera dentro de nós.
Pesquisas de ponta na medicina estão reconhecendo que o estado desse microbioma é tão vital para a saúde humana, com uma influência decisiva na sua chance de chegar com boa saúde a idade madura, que ele deve ser considerado um órgão do corpo a parte.
Novas descobertas mostram que a saúde do cérebro (e do mesmo modo suas doenças) dependem daquilo que ocorre no intestino. O que está acontecendo nele agora determina a possibilidade de condições neurológicas que você pode ter.
Nosso intestino é como um centro de gravidade para toda a fisiologia do corpo como um todo.
Ele atua no sistema imunológico, desintoxicação, a inflamação, a produção de neurotransmissores e vitaminas, absorção de nutrientes, a sensação de fome ou saciedade aproveitamento de gorduras e de carboidratos. Todos esses processos tem um enorme peso no risco de sofrer ou não alergias, asma, TDAH, cancer, diabetes ou demência.
O microbioma afeta o humor, a libído, o metabolismo, a imunidade e até nossa percepção de mundo e clareza de raciocínio.
Uma disfunção no microbioma pode causar, mesmo que você não apresente uma doença crônica e grave: Dores de cabeça, ansiedade, dificuldade de concentração, negatividade em relação a vida.
RESUMINDO: TUDO QUE DIZ RESPEITO A NOSSA SAÚDE, TANTO FÍSICAS E EMOCIONAIS , depende do estado do nosso microbioma.
O “Problema” da Medicina Atual e da Indústria Farmacológica
Se você pedir ao seu médico uma cura conhecida para o autismo, a esclerose múltipla, a depressão ou demência, ele vai balançar a cabeça e dizer que não existe nenhuma – talvez nunca venha a existir. E é exatamente nesse ponto que o autor desse livro discorda da maioria.
O problema da medicina atual é que basicamente, os neurologistas são treinados para prestar atenção naquilo que ocorre no sistema nervoso e mais especificamente no cérebro, de forma míope.
Eles enxergam outros sistemas do corpo, como o gastrointestinal, como órgãos a parte, totalmente desprovidos de relação com o cérebro.
Afinal de contas, quando você sente dor de barriga, não procura um cardiologista e nem um neurologista.
Todo o campo da medicina se caracteriza por disciplinas separadas, divididas por partes do corpo ou sistemas individuais. A maioria dos médicos diz: “O que acontece no intestino fica no intestino.“
Porém, o sistema digestivo está intimamente conectado aquilo que ocorre no cérebro. E talvez o aspecto mais importante relacionado ao intestino, aquele que tem tudo a ver com seu bem-estar e saúde mental, é sua ecologia interna, os diversos microorganismos que vivem nele e em especial as bactérias.
Hipócrates, o médico grego que é o pai da medicina moderna foi o primeiro a afirmar no século 3 antes de cristo, que todas as doenças começam no intestino.
No séc XIX, foi o biólogo de origem russa Élie Mechnikov, ganhador do prêmio Nobel, que traçou um vínculo direto entre a longevidade do homem e um equilíbrio saudável das bactérias do organismo, confirmando que “a morte começa no cólon”.
Cerca de 90% das doenças são devidos a um intestino adoecido. E podemos afirmar com segurança que, assim como as doenças começam no intestino, o mesmo vale para a saúde e disposição.
Além disso, desde que os medicamentos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) foram autorizados pela Food and Drug Administration, quase três décadas atrás, a sociedade americana passou a crer que os medicamentos podem aliviar os sintomas ou até “curar” doenças mentais, em especial a depressão, os transtornos de ansiedade e as crises de pânico.
Mas esses remédios não tratam a depressão. Prozac, Cymbalta, Zoloft, Elavil, Lexapro, Wellbutrin ou qualquer outro dos antidepressivos mais comumente receitados são remédios que tratam apenas dos sintomas da depressão, e ainda assim minimamente.
A bilionária indústria farmacêutica de psicotrópicos se baseia na ideia de que as pessoas vão tomar um comprimido para tratar sintomas, ao mesmo tempo que se ignora o transtorno subjacente.
Portanto, o verdadeiro foco da indústria farmacêutica nunca está na cura real, nem sequer na melhora da causa profunda da doença, muito menos em livrar as pessoas da medicação.
A medicação, do ponto de vista empresarial, certamente faz sentido, por gerar clientes constantes e vitalícios.
Isso é o que chamamos de mentalidade da pílula mágica. As pessoas não querem passar pelo “desconforto” de fazer algumas alterações essenciais para a sua saúde física e mental.
Elas sempre preferem o caminho mais fácil, que no caso é “tomar uma pílula mágica” para emagrecerem, para solucionarem seus problemas e transtornos de humor. Essas porém são as soluções que nunca funcionam, que nunca chegam a causa, que simplesmente tratam e aliviam os sintomas.
O autor do livro defende a idéia de que nenhuma abordagem farmacêutica sequer chega aos pés da prescrição de uma dieta e alterações no seu estilo de vida, que podem mudar totalmente a saúde de seu intestino.
Temos que focar em tratamentos e curas verdadeiros, que não envolvam medicamentos potencialmente perigosos, com graves efeitos colaterais.
E uma das principais formas de fazermos isso é cuidando da saúde do intestino, que determina, até certo ponto, o que acontece no nosso cérebro.
O Intestino é o maior fabricador de Serotonina
Todos os medicamentos antidepressivos atualmente no mercado foram projetados para alterar artificialmente a atividade dos neurotransmissores no cérebro.
Antidepressivos populares como o Paxil, Zoloft e Lexapro aumentam a disponibilidade de Serotonina – substância químicas do bem estar no cérebro. Porém, cerca de 80 a 90% de toda a serotonina em seu corpo é fabricada pelas células nervósas do intestino.
Quando levamos em conta o fato de que essas mesmas substâncias químicas encontradas no cérebro também são produzidas no intestino, e que sua disponibilidade para o cérebro é regida, em grande parte, pela atividade das bactérias do intestino, somos obrigados a concluir que o ponto de partida para tudo aquilo que tem relação com o humor é o intestino.
Na verdade, o cérebro intestinal fabrica mais serotonina – a grande molécula da felicidade que o cérebro na sua cabeça.
Muitos neurologistas e psiquiatras estão se dando conta de que essa pode ser uma das razões por que antidepressivos são menos eficazes que mudanças na dieta.
Como nossa alimentação influencia nosso microbioma?
A dieta tem um papel dominante na configuração da microbiota intestinal. O próprio autor diz que se houver um fato único a extrair deste livro, é essa frase.
Temos que prestar muita atenção à forma como alimentamos e nutrimos nossa tribo intestinal. Também temos que garantir a integridade do revestimento do intestino.
A alimentação é a variável mais importânte na saúde humana. “Que teu remédio seja o seu alimento e teu alimento seja teu remédio” Mudar a condição de nosso microbioma – e o destino de nossa saúde – está ao alcance de todos, por meio das nossas escolhas alimentares.
Nunca é demais reiterar: a saúde e a variedade dos bichinhos na sua barriga dependem dos alimentos que você ingere.
Alimentos ricos em fibras, que proporcionam combustível às bactérias do intestino, e pobres em açúcares refinados ajudam uma mistura robusta de espécies bacterianas, o que ajuda a manter a integridade da parede intestinal, controlar a glicose no sangue, reduzir os processos inflamatórios e produzir todas as substâncias e moléculas importantes que são cruciais na saúde e no funcionamento do cérebro.
O FATOR MAIS SIGNIFICATIVO RELACIONADO A SAÚDE E A DIVERSIDADE DO MICROBIOMA É AQUILO QUE COMEMOS. E A ALIMENTAÇÃO É ALGO QUE VOCÊ PODE CONTROLAR!
Benefícios de ter um microbioma saudável
A regulagem da fauna bacteriana pode ajudar:
-TDAH, Asma, Autismo, Alergias, transtornos de humor, como ansiedade e depressão, diabetes e vícios em açucar e carboidratos, sobrepeso e ansiedade, assim como dificuldade para perder peso, problemas de memória e concentração, resfriados frequentes, insonia, problemas dermatológicos etc.
Os 2 fatores que levam a degeneração do cérebro
Os dois mecanismos básicos que levam a degeneração do cérebro são os processos inflamatórios crônicos e a ação dos radicais livres.
Alguns instigadores básicos dos processos inflamatórios no organismo, que podem interferir nas funções neurológicas e na saúde do cérebro são alguns ingredientes onipresentes, como o glúten e o açúcar, e a falta de antídotos como gorduras saudáveis, exercícios e um sono reparador.
Dieta e exercícios, que, entre outras decisões de hábitos cotidianos, são sabidamente importantes tanto na degeneração quanto na conservação do cérebro.
A flora intestinal tem tudo a ver com os processos inflamatórios e com a capacidade de combater ou não os radicais livres, em outras palavras: o estado do seu microbioma determina se o seu corpo está insuflando as chamas dos processos inflamatórios ou combatendo-as.
E como vimos, os processos inflamatórios são a origem da maior parte das doenças cerebrais.
Os 8 pontos chaves para restaurar e cultivar um microbioma saudável:
As pesquisas mostram que alterações significativas na variedade de bactérias intestinais podem ocorrer em apenas seis dias após a introdução de um novo protocolo alimentar.
Mas cada pessoa é diferente; a reabilitação vai depender do estado atual do seu intestino e da rapidez com que você se comprometer integralmente com as modificações.
Eis as oito dicas para nutrir um microbioma saudável, segundo as descobertas científicas mais recentes:
- Prebiótica (alimentos que são nutritivas fontes de combustível para as bactérias que vivem em seu intestino, são ingredientes que as bactérias do intestino adoram comer para alimentar seu crescimento e atividade, podem ser facilmente ingeridos por meio de certos alimentos). Alguns exemplos desses alimentos como alho, tupinambo, jicamba, dente de leão, chucrute, kombucha , kimchi, chicória, tupinambo, alcachofra, alho, cebola, alho-poró, jicama, aspargos crus, goma acácia (ou goma-arábica) e inhame selvagem. A maioria dos americanos não consome prebióticos em quantidade suficiente.
- Probiótica (Consumir bactérias benéficas). Escolha alimentos ricos em probióticos. Mas sem dúvida a melhor maneira de consumir um monte das bactérias saudáveis é obtê-las de fontes integralmente naturais, o que os torna excepcionalmente “biodisponíveis” (facilmente aceitos pelo corpo). São essas as cepas que agirão de diversas maneiras dentro do seu corpo. Elas ajudam a manter a integridade do revestimento intestinal; equilibram o pH do corpo; atuam como antibióticos, antivirais e até antifúngicos naturais; regulam a imunidade; e controlam processos inflamatórios. Além disso, bactérias probióticas impedem o crescimento e até a invasão de bactérias potencialmente patogênicas, ao produzir substâncias antimicrobianas chamadas “bacteriocinas”. Além disso, como essas bactérias probióticas metabolizam suas fontes de energia a partir da sua dieta, elas liberam diversos nutrientes contidos nos alimentos que você ingere, facilitando sua absorção. Por exemplo, aumentam a disponibilidade das vitaminas A, C e K, assim como das vitaminas do complexo B. Alguns alimentos probióticos são Yogurt,azeitonas, cacau, espirulina, clorella, chocolate amargo, coalhada, alho etc.
- Corte os carboidratos e adote as gorduras de alta qualidade: Hoje em dia, a dieta da maioria das pessoas se baseia em grãos e carboidratos — muitos dos quais contendo glúten, destruidor do intestino e danoso para o microbioma, cujos efeitos secundários atingem o cérebro. O excesso de glicose no sangue é prejudicial ao corpo e no equilíbrio da flora intestinal. Quanto mais açúcares — mesmo os artificiais — são consumidos, mais doente fica o microbioma. À medida que trocamos uma dieta rica em gordura, rica em fibras e pobre em carboidratos por uma dieta pobre em gordura, pobre em fibras e rica em carboidratos, ao mesmo tempo começamos a sofrer de condições crônicas relacionadas ao cérebro. Um pressuposto central no livro “A dieta da mente” é o fato de as gorduras — e não os carboidratos — serem o combustível favorito do metabolismo humano. E o raciocínio por trás disso tem relação com o papel do colesterol como nutriente crucial para o cérebro, essencial para o funcionamento dos neurônios. Ele também desempenha um papel fundamental na construção das membranas celulares. Além disso, o colesterol atua como antioxidante e precursor de importantes moléculas auxiliares do cérebro, como a vitamina D, assim como de hormônios relacionados aos esteroides (por exemplo, hormônios sexuais como a testosterona e o estrogênio). O cérebro demanda altas quantidades de colesterol como fonte de combustível, mas os neurônios não conseguem, sozinhos, gerá-lo em quantidades significativas. Por isso, eles dependem do colesterol distribuído pela corrente sanguínea, por meio de uma proteína portadora especial, chamada LDL, ou lipoproteína de baixa densidade. É a mesma proteína tantas vezes demonizada como “colesterol ruim”. Mas não há nada de ruim no LDL, que não é de modo algum uma molécula de colesterol, nem boa, nem ruim. É um veículo para o transporte do colesterol que sustenta a vida, do sangue para os neurônios do cérebro. Todas as descobertas científicas recentes mostram que, quando os níveis de colesterol estão baixos, o cérebro simplesmente não funciona da maneira ideal. Quem tem colesterol baixo corre um risco muito maior de problemas neurológicos, de depressão a demência. Consuma gorduras ômega 3 — como aquelas encontradas no azeite de oliva, em peixes, linhaça e animais criados soltos
- Evite o Glúten: Gluten é uma das substâncias mais inflamatórias que existem, portanto evite consumi-lo.
- Faça exercícios físicos e tenha um sono adequado: Faça diariamente o máximo esforço para incorporar exercícios à sua rotina. Tente elevar sua frequência cardíaca por pelo menos trinta minutos na maioria dos dias da semana. Saia para uma caminhada pesada de trinta minutos à noite ou experimente uma aula em grupo. Os bichinhos do seu intestino vão adorar; eles também precisam de exercício. E também precisam que você durma bem à noite. Tente ir para a cama e acordar sempre no mesmo horário todos os dias na semana que vem (e nas demais).
- Consuma vinho, café, chá ou chocolate: Deve ser motivo de alegria o fato de poder adotar o vinho, o café e o chocolate, com moderação, e o chá o quanto seu coração quiser. Eles contêm os melhores remédios de que a natureza dispõe para o bem da saúde da flora intestinal. Os flavonoides são produzidos pelas plantas como autoproteção contra vilões como os radicais livres. São polifenóis, poderosos antioxidantes encontrados nas plantas; na verdade, talvez sejam o antioxidante mais abundante na dieta humana. São o tema de pesquisa aprofundada nas áreas de doenças cardiovasculares, osteoporose, câncer e diabetes, assim como na prevenção de condições neurodegenerativas. Em inúmeros estudos, verificou-se que o acréscimo de polifenóis à dieta reduziu de maneira significativa os marcadores de estresse oxidativo, o que, por sua vez, reduz o risco de males neurológicos. As principais fontes alimentares de polifenóis são as frutas e os vegetais; bebidas de origem vegetal, entre elas o café, o vinho tinto e o chá — e o chocolate. Outros estudos não apenas confirmaram essas conclusões, como também demonstraram que o consumo de flavonoides leva a uma melhora significativa do fluxo sanguíneo para o cérebro. É uma descoberta importante, já que muitas pesquisas recentes têm mostrado que pessoas que sofrem de demência têm uma redução do fluxo de sangue no cérebro.
- Beba agua filtrada: Para evitar as substâncias químicas destruidoras do intestino, como o cloro presente na água da torneira, recomendo comprar um filtro de água doméstico.
- Evite o uso de antibióticos: Quando empregados no momento certo, os antibióticos podem curar muitas doenças sérias que põem a vida em risco. Eles revolucionaram a medicina, mas o pêndulo oscilou demais desde os tempos em que a disponibilidade de antibióticos era pouca. Hoje eles estão em toda parte e são usados exageradamente. Os antibióticos possuem vários colaterais: enfraquecem o microbioma e facilitam ainda mais o processo inflamatório. Além disso, alteram a configuração das bactérias do intestino, comprometendo a parede intestinal. É necessária uma maior conscientização sobre os tipos de doenças que realmente requerem o uso de antibióticos, para evitar o uso antibióticos, a menos que sejam absolutamente necessários.
As 3 forças que atuam contra os bichinhos na sua barriga
Não há como mudar a forma como você nasceu, foi amamentado e que tipo de microbioma desenvolveu-se dentro (e em cima) de você quando bebê. Mas a boa notícia é que você ainda tem como mudar, curar e nutrir seu microbioma por meio daquilo que come, a que se expõe no ambiente e do seu estilo de vida.
1-)A exposição a substâncias que matam ou afetam de forma adversa a composição das colônias bacterianas. Entre elas estão substâncias de todo tipo, de produtos químicos do ambiente a determinados ingredientes de alimentos (por exemplo, açúcar e glúten), da água (por exemplo, cloro) e drogas como os antibióticos. A nossa dieta ocidental, pobre em fibras vegetais que servem de combustível para as bactérias intestinais, resulta numa variedade menor de micróbios e subprodutos benéficos à saúde produzidos por essas bactérias ao metabolizar ou fermentar os alimentos.
2-)A falta de nutrientes que auxiliam os diversos grupos de bactérias sadias, favorecendo a proliferação de bactérias ruins.
3-)O estresse: níveis altos de cortisol estão relacionados a uma série de problemas, entre eles depressão e Alzheimer. O cortisol alto também tem efeitos danosos sobre o intestino. Em primeiro lugar, por alterar a mistura de bactérias intestinais. Em segundo lugar, por aumentar a permeabilidade da parede intestinal, desencadeando a liberação de substâncias químicas a partir das células. Além disso, o cortisol aumenta a produção de substância químicas inflamatórias vindas das células imunológicas. Essas citocinas estimulam processos inflamatórios no intestino, o que leva a ainda mais permeabilidade, e também estimulam direta negativamente o cérebro, deixando-o mais sujeito a transtornos de humor.
Cuidado com a o excesso de Glicose, Frutose (Xarope de milho rico em frutose) e o Glúten
Uma das maneiras mais benéficas e fundamentais de auxiliar a expressão dos genes do bem, suprimindo os do mal, de forma a impedir os processos inflamatórios quando eles não são indispensáveis à sobrevivência: manter níveis saudáveis de glicose no sangue.
A glicose alta estimula inflamações na corrente sanguínea, já que o excesso de glicose pode ser tóxico quando não é absorvido e utilizado pelas células.
Ela também desencadeia uma reação chamada de “glicação” — o processo biológico pelo qual a glicose se conecta a proteínas e certas gorduras, resultando em moléculas deformadas, que não funcionam direito.
Essas proteínas “açucaradas” recebem o nome técnico de produtos finais de glicação avançada (AGEs, na sigla em inglês). O corpo não reconhece os AGEs como normais. Por isso, dá início a reações inflamatórias
O controle da glicose no sangue é a prioridade número 1 quando a questão é preservar as funções cerebrais e conter o Alzheimer.
HÁ UMA PROFUNDA RELAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE GLICOSE NO SANGUE E A DEGENERAÇÃO DO CÉREBRO.
Uma coisa que você deve evitar é a frutose, principalmente quando consumida em sua forma artificial (xarope de milho rico em frutose, que é o açucar mais doce que existe).
A frutose se tornou uma das fontes de calorias mais comuns na dieta ocidental.
Ela aparece naturalmente nas frutas, mas não é delas que a estamos obtendo; a maior parte da frutose que consumimos vem de fontes processadas, industrializados (refrigerantes, sucos, enlatados, sorvete, iogurte, pão, cereais, geleias, ketchup, molhos, e até mesmo vitaminas e suplementos)
Nossos antepassados das cavernas comiam frutas, sim, mas apenas em alguns períodos do ano, quando elas estavam disponíveis: nossos corpos ainda não evoluíram para administrar de maneira saudável as incríveis quantidades de frutose que consumimos atualmente.
Frutas naturais, integrais, têm relativamente pouco açúcar, se comparadas, por exemplo, a uma lata de refrigerante normal ou de suco concentrado.
Em um estudo realizado pelo Departamento de Agricultura dos EUA, o Dr. Meire Field, responsável pelo estudo disse: “todas as células do organismo podem metabolizar a glicose… no entanto, a frutose deve ser metabolizada pelo fígado. Os fígados dos ratos na dieta de alta frutose eram semelhantes a um fígado de alcoólatra, com gordura e cirrose“.
A frutose tem efeitos de longo prazo quando é consumida em grandes quantidades a partir de fontes artificiais. Diversos estudos mostram que ela está associada a um comprometimento da tolerância à glicose, à resistência à insulina, ao excesso de lipídios no sangue e à hipertensão.
Vamos falar um pouco mais sobre os perigos do glúten. O autor escreveu muito sobre o glúten em seu outro livro “A dieta da mente”, acusando a proteína encontrada no trigo, na cevada e no centeio de ser um dos ingredientes mais inflamatórios do mundo contemporâneo.
O autor chama o glúten de “germe silencioso”, porque ele pode infligir danos duradouros sem que se perceba.
Embora esses efeitos possam começar com dores de cabeça ou ansiedade sem razão aparente, ou a sensação de estar “ligado, mas cansado”, eles podem se agravar sob a forma de transtornos mais sérios, como a depressão e a demência.
Hoje em dia o glúten está por toda parte, embora o movimento contra ele esteja crescendo até mesmo na indústria de alimentos. Ele espreita em todos os lugares, de produtos à base de trigo a sorvetes e hidratantes para as mãos. É usado como aditivo até mesmo em produtos aparentemente “saudáveis”, sem trigo.
É interminável a lista de estudos que confirmaram a relação irrefutável entre a sensibilidade ao glúten e disfunções neurológicas.
Até mesmo aqueles que não são clinicamente sensíveis ao glúten (dão negativo nos exames e não parecem apresentar problemas na digestão dessa proteína) podem sofrer problemas.
Há uma profunda relação entre o consumo de glúten e o aumento da permeabilidade do intestino e processos inflamatórios generalizados em todo o corpo.
Já está bem documentado, hoje, que quando nossa barreira intestinal está comprometida, ficamos suscetíveis — devido ao aumento dos processos inflamatórios — a um leque de problemas de saúde.
As 3 maneiras como seu microbioma te protege de doenças cerebrais
1. Eles ajudam a controlar os processos inflamatórios. O equilíbrio e a diversidade das bactérias intestinais regulam o nível de inflamação que ocorre no organismo. Níveis sadios de bactérias variadas “do bem” limitam a produção de substâncias químicas inflamatórias no corpo e no cérebro. Os processos inflamatórios, como você já sabe, estão na base de doenças degenerativas do corpo humano, como diabetes, câncer, doenças cardíacas coronarianas e Alzheimer.
2. Eles ajudam a manter a integridade da parede intestinal e previnem a permeabilidade do intestino. Um intestino permeável, provocado por um desequilíbrio das bactérias intestinais, permite que diversas proteínas que normalmente são encontradas no intestino passem pela parede intestinal e ataquem o sistema imunológico. Essa situação desencadeia uma resposta imunológica que, por sua vez, leva a um processo inflamatório. Hoje se sabe que diversos fatores aumentam a permeabilidade do intestino, entre eles certos medicamentos, bactérias patogênicas, estresse, toxinas encontradas no meio ambiente, nível alto de glicose no sangue e ingredientes como o glúten.
3. Eles produzem substâncias químicas importantes para a saúde do cérebro, entre elas o BDNF, diversas vitaminas, como a B12, e até mesmo neurotransmissores, como o glutamato e o GABA. Também fermentam certos compostos presentes nos alimentos, como os polifenóis, transformando-os em anti-inflamatórios menores que podem ser absorvidos na corrente sanguínea e, por fim, proteger o cérebro.
Mude seu intestino, mude seu humor
Nesse livro, o autor da exemplo de vários estudos de caso em que seus pacientes mudam de vida e de saúde, para melhor, por meio de simples alterações em suas dietas, que alimentam o cérebro.
Vemos que com uma mudança alimentar fundamental é possível por fim à depressão e a todos os seus primos de segundo grau, da ansiedade crônica a problemas de memória e até TDAH.
A depressão não pode mais ser vista como um transtorno cuja origem está somente no cérebro.
A relação entre depressão e o intestino não é uma novidade. Na verdade, o próprio autor diz que a depressão é uma doença inflamatória.
E quanto maiores os níveis dos marcadores inflamatórios, pior a depressão, assim como maior probabilidade de risco de Parkinson e Alzheimer.
Você já se perguntou sobre qual o impacto de nossos estilos de vida e dietas sedentários, repletos de açúcares e gorduras ômega 6 pró inflamatórios e pouquíssimas gorduras ômega 3 anti-inflamatórias (a dieta ocidental típica — rica em carboidratos refinados e gorduras industriais) nos crescentes níveis de depressão que vemos por ai?
Assim como ocorre com a depressão, a ansiedade está fortemente relacionada a um desequilíbrio da microbiota do intestino.
Diversos estudos encontraram a mesma característica nas pessoas com transtornos de ansiedade e com depressão: níveis mais elevados de inflamação no intestino, níveis mais elevados de inflamação sistêmica, níveis mais reduzidos do hormônio de crescimento cerebral BDNF (principalmente no hipocampo), níveis mais elevados de cortisol e uma reação exagerada ao estresse e um aumento da permeabilidade do intestino.
Alguns Alimentos Amigos da Mente
• Vegetais: verduras folhosas e alface, couve, espinafre, brócolis, acelga, repolho, cebola, cogumelos, couveflor, couve-de-bruxelas, alcachofra, broto de alfafa, vagem, aipo, couve-chinesa, rabanete, agrião, nabo,aspargos, alho, alho-poró, funcho, chalotas, cebolinha, gengibre, jicama, salsinha, castanha-de-água
• Frutas e legumes com pouco açúcar: abacate, pimentão, pepino, tomate, abobrinha, abóbora, berinjela, limão, lima
• Alimentos fermentados: iogurte, frutas e vegetais em salmoura, kimchi, chucrute, carne, peixe e ovos fermentados
• Gorduras saudáveis: azeite de oliva extravirgem, óleo de gergelim, óleo de coco, banha de animais alimentados no pasto e manteiga orgânica ou de animais alimentados no pasto, manteiga clarificada, leite de amêndoas, abacate, coco, azeitonas, nozes e manteiga de karité, queijo (exceto os azuis) e sementes (linhaça, girassol, abóbora, gergelim, chia)
• Proteínas: ovos inteiros, peixes selvagens (salmão, peixe-carvão, dourado-do-mar, garoupa, arenque, truta, sardinha); mariscos e moluscos (camarão, caranguejo, lagosta, mexilhão, amêijoa, ostra); carne de animais alimentados no pasto, aves e carne de porco (carne de boi, carneiro, fígado, bisão, frango, peru, pato, avestruz, vitela); carne de caça.
• Ervas, temperos e condimentos: mostarda, raiz-forte, tapenade e salsa, quando livres de glúten, trigo, soja e açúcar (diga adeus ao ketchup); ervas e temperos sem restrição (mas cuidado com produtos embalados, que podem ter sido fabricados em usinas que processam trigo e soja).
Os seguintes alimentos podem ser usados com moderação (por “moderação” entenda-se pequenas quantidades desses ingredientes uma vez por dia ou, melhor ainda, apenas algumas vezes por semana):
• Cenoura e chirívia
• Leite de vaca e creme de leite
• Leguminosas (feijão, lentilha, ervilha).
• Grãos sem glúten: amaranto, trigo sarraceno, arroz (branco, integral ou selvagem), milheto, quinoa, sorgo, teff. Caso compre aveia, certifique-se de que ela seja verdadeiramente sem glúten; às vezes ela vem de usinas que processam derivados de trigo, o que provoca contaminação.
• Adoçantes: estévia natural e chocolate.
• Frutas doces integrais: as melhores são as frutas vermelhas: tome extremo cuidado com frutas açucaradas como pêssego, manga, melão, mamão, ameixa e abacaxi
Lembre-se sempre que possível de dar preferência ao alimento orgânico, sem glúten, sem OGMs (em meu site você encontra uma lista de lugares onde o glúten pode se esconder). Quando comer carne e frango, opte por aqueles sem antibióticos, alimentados no pasto, 100% orgânicos
Intestino instável = Mente instável
Você conseguiu compreender a profunda relação entre nosso intestino e nossa mente? A forma como você escolhe se alimentar determina a qualidade do seu microbioma, e este determina grande parte de saúde física e mental.
Tem aquela famosa frase “Você é o que você come” e é exatamente isso. Se você se alimenta de um monte de porcaria, como você acha que vai ser sua vida, sua saúde física e mental? Uma porcaria!
Sugiro muito a leitura desse livro para mais informações e para você se aprofundar mais no assunto! Infelizmente esse é um tipo de conteúdo que não é nos ensinado em nenhum lugar e que temos que buscar por conta própria.
Vivemos em uma cultura em que as pessoas só se alimentam pelo prazer, pelo gosto dos alimentos (consumindo um monte de porcarias). Temos que aprender a nutrir nosso corpo de forma correta, de forma a termos a nossa melhor performance física e mental!
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