Nesse artigo, vou falar sobre o livro “O poder do Silêncio” do Eckhart Tolle, na qual ele transmite seus ensinamentos espirituais na através dos Sutras (antiga maneira de ensinamento espiritual da Índia), que são poderosos indicadores da Verdade em estilo de aforismos, frases curtas e de fácil entendimento.
Fiz aqui um seleção de alguns desses sutras e gostaria de compartilha-los com vocês!
Lembre-se de uma coisa muito importante: A função de um mestre espiritual não é a de acrescentar novas coisas, adicionar novas informações ou um novo sistema de crenças em nós e sim nos fazer descobrir e revelar a dimensão profunda de paz que existe dentro de nós, que é o nosso ser.
O que o texto não diz -apenas sugere- é mais importante do que o que diz, olhe para além das palavras.
As palavras são indicadores apenas. Aquilo que elas mostram não pode ser encontrado no reino dos pensamentos, mas numa dimensão dentro de você, mais profunda e infinitamente mais vasta que o pensamento.
Uma das características dessa dimensão é a paz vibrante e viva, portanto se você sentir uma paz interior se aflorando durante a leitura, saiba que os sutras estão fazendo o seu papél.
O despertar espiritual, ou o despertar da consciência significa a transcendência do pensamento, a recém descoberta capacidade de nos elevarmos ao pensamento, de compreendermos uma dimensão dentro de nós que é infinitamente mais vasta do que ele.
Com isso, já não extraimos nossa identidade, o sentimento de quem somos, do fluxo incessante de pensamentos, que na antiga consciência, consideravamos ser nós mesmos.
E para um indivíduo é uma libertação saber que ele não é a voz dentro da cabeça. Quem é ele então? A consciência que é anterior ao pensamento, ao espaço em que este, ou a emoção ou percepção sensorial acontece.
Aqui embaixo estão alguns sutras do livro “O poder do silêncio” que selecionei para vocês lerem, que podem auxiliar na transformação interior de vocês.
Não deixe de conferir o vídeo que eu fiz no meu canal sobre esse livro. Lá eu comento esses sutras também!
“A maioria das pessoas passa a vida toda aprisionadas nos limites dos próprios pensamentos. Nunca vão além das estreitas ideias já feitas, do sentido do eu condicionado ao passado.
Em você, como em cada ser humano, existe uma dimensão da consciência bem mais profunda que o pensamento. É a essência de quem você é. Podemos chama-la de presença, de percepção, de consciência livre de condicionamentos. Nos antigos ensinamentos religiosos, essa consciência é o cristo interior ou sua natureza de Buda.
Descobrir essa dimensão liberta você do sofrimento que causa a si mesmo e aos outros quando conhece apenas esse pequeno “eu” condicionado e deixa que ele conduza a sua vida. O amor, a alegria, a criatividade e a verdadeira paz interior só podem entrar em sua vida quando você atinge essa dimensão da consciência livre de condicionamentos.
Se você consegue reconhecer, mesmo esporadicamente, que os pensamentos que passam por sua cabeça são meros pensamentos e se você consegue se dar conta dos padrões que se repetem em suas reações mentais e emocionais, é sinal que essa dimensão da consciência está emergindo. Ela é o espaço interno em que o conteúdo de sua vida se desdobra”
“A corrente do pensamento tem uma enorme força que pode muito facilmente levar você de roldão. Cada pensamento tem a pretensão de ser extremamente importante. Cada pensamento quer sugar a sua completa atenção. Eis um novo exercício espiritual para você praticar: Não levar seus pensamentos tão a sério.”
“Os Dogmas, religiosos, políticos e científicos vem da crença equivocada de que o pensamento pode encapsular a realidade ou a verdade. Os dogmas são prisões formadas por conceitos coletivos. O que parece estranho é que as pessoas gostam de suas prisões, pois elas lhe dão uma sensação de segurança e uma falsa impressão de que sabem das coisas”
“O próximo passa na evolução humana é transcender o pensamento. Hoje é a nossa tarefa mais premente. Isso não significa que não devemos mais pensar, mas simplesmente não devemos nos identificar com os pensamentos nem ser dominados por ele.”
“Quando cada pensamento absorve toda a sua atenção, isso mostra que você se identifica com a voz que está dentro da sua cabeça. O pensamento então se confunde com o sentido de “eu”.
Esse é o eu criado pela mente, o que chamamos de ego. Esse ego construído pela mente se sente completamente incompleto e precário. Por isso, o medo e o desejo são as emoções e forças dominantes e motivadoras do ego.
Quando você se dá conta que existe uma voz dentro da sua cabeça que pretende ser você e não para de falar, percebe que de forma inconsciente, você vem se identificando com a corrente do pensamento.
Quando percebe a existência dessa voz, você compreende que não é essa voz, mas a pessoa que a percebe. Ter liberdade é saber que você é a consciência por trás da voz do pensamento.”
“O momento presente é como é sempre. Você consegue deixar que ele seja como é?
A divisão da vida em passado, presente e futuro é uma construção mental, em última análise ilusória. Passado e futuro são formas de pensamento, abstrações mentais.
O passado só pode ser lembrado Agora. O que você lembra é um fato que aconteceu no agora e do qual você se lembra agora. O futuro, quando chega, é agora. Portanto, a única coisa real, a única coisa que existe é o agora”
“O agora é como é porque não pode ser de outro jeito. Quando você diz “Sim” as coisas tais como elas são, você entra em harmonia com o poder e a inteligência da própria vida
Um exercício espiritual simples, mas radical, consiste em aceitar o que surge no agora, internamente e externamente.
Quando você entra no agora, você sai do conteúdo da sua mente. A incessante corrente do pensamento se desacelera. Os pensamentos não consomem mais toda a sua atenção. Há intervalos entre eles, espaços de silêncio e calma. Você começa a perceber que o seu ser é maior e mais profundo do que seus pensamentos.“
“Quando você diz “Eu quero conhecer a mim mesmo”, você é o “eu”. Você é o conhecimento. Você é a consciência através da qual tudo é conhecido. E que não pode conhecer a si mesmo. Porque você é a própria consciência.
Não existe nada a ser conhecido além disso. O “eu” não pode se transformar em um objeto de conhecimento, de consciência. O “eu” é a própria consciência.
Assim, você não pode se tornar um objeto para si mesmo. Quando isso acontece, surge a ilusão do eu autocentrado, porque mentalmente você fez de si mesmo um objeto. “Este sou eu” você diz. A partir dessa afirmação, você passa a ter uma relação com você mesmo e a contar para os outros e para si mesmo a sua história.
Quando você sabe que é a consciência na qual a vida externa acontece, você se torna independente do que existe externamente e perde a necessidade de buscar sua identidade nos fatos, nos lugares e situações. O mundo é visto como uma dança cósmica, a dança da forma“
“Quando você aceita totalmente o momento presente, quando deixa de discutir com o que é, a compulsão de pensar diminui e é subsituida por uma calma atenta. Você fica totalmente consciente mas a sua mente não dá qualquer rótulo a esse momento.
Quando você deixa de resistir internamente, abre-se para a consciência livre de condicionamentos, que é infinitamente maior que a mente humana.”
“Há muito sofrimento e tristeza quando você acha que cada pensamento que passa pela sua cabeça é verdadeiro. Não são as situações que causam a infelicidade.
São os pensamentos a respeito das situações que deixam você infeliz. As interpretações que você faz, as histórias que conta a si mesmo é que te deixam infeliz. Julgar alguém ou algum fato é criar sofrimento para si mesmo.
O sofrimento começa quando você rotula ou classifica uma situação de indesejável ou má. Você se ofende com alguma situação e essa ofensa desperta um ego que reage. Classificar e rotular é um comportamento comum, mas é também um hábito que pode ser rompido.
Comece procurando não rotular os pequenos acontecimentos. Rotular uma coisa como ruim provoca tensão emocional. Se você deixar que as coisas existam sem classificá-las, passa a dispor de um enorme poder.”
O que vocês acharam desses sutras? Conseguiram entender a ilusão da mente e como sofremos por causa dela?
Se acreditarmos que somos a mente, se somos totalmente identificados com os nossos pensamentos, podemos passar a nossa vida inteira dormindo, no piloto automático e nunca descobriremos o nosso verdadeiro ser.
Estaremos sempre com aquele sentimento de escassez, de infelicidade, de que falta algo, pois estaremos desconectados com quem nós realmente somos, vivendo de acordo com um falso eu criado pela mente!
Recomendo demais as leituras de todos os livros do Eckhart Tolle pra quem está realmente interessado nessa jornada e entender o verdadeiro objetivo e ensinamentos das tradições místicas e espirituais.
Todas elas te auxiliam nesse processo do AUTOCONHECIMENTO, de fazer você descartar o ego para que, então, a verdade seja revelada!
Bons estudos! E até o próximo artigo!
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